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Arranjos Produtivos Locais (APL)

O termo Arranjos Produtivos Locais (APL) é a expressão vem substituindo em nossa literatura o termo em inglês cluster. Ambos significam uma concentração local ou regional de atividades econômicas geralmente industriais, mas também agrícolas ou extrativas, formando cadeias produtivas em um determinado setor. A força econômica, a competitividade e a capacidade de geração de emprego e renda dos APL está justamente na sinergia decorrente das diferentes formas de integração entre seus atores.

Autores e federações de indústrias como, por exemplo, a do Estado de São Paulo (FIESP), não fazem o uso da expressão cluster, e adotam o termo APL.


  •  Podemos aprofundar o conceito de APL que segundo Cassiolato e Lastres (2003) “...são aglomerações territoriais de agentes econômicos, políticos e sociais - com foco em um conjunto específico de atividades econômicas - que apresentam vínculos mesmo que incipientes. Geralmente envolvem a participação e a interação de empresas - que podem ser desde produtoras de bens e serviços finais até fornecedoras de insumos e equipamentos, prestadoras de consultoria e serviços, comercializadoras, clientes, entre outros - e suas variadas formas de representação e associação.

    Incluem também diversas outras organizações públicas e privadas voltadas para: formação e capacitação de recursos humanos, como escolas técnicas e universidades; pesquisa, desenvolvimento e engenharia; política, promoção e financiamento. Sistemas produtivos e inovativos locais são aqueles arranjos produtivos em que interdependência, articulação e vínculos consistentes resultam em interação, cooperação e aprendizagem, com potencial de gerar o incremento da capacidade inovativa endógena, da competitividade e do desenvolvimento local.”

Em um APL de medicamentos da biodiversidade, por exemplo, podemos ter alguns atores interagindo e cooperando na pesquisa, outros na produção das plantas, outros na distribuição, etc.


  •   Apesar da aparente similaridade entre os conceitos de cluster e APL, estes diferem em sua essência e natureza para alguns teóricos. Para Figueiredo e Di Serio (2007), os clusters se diferenciam dos APL pela maior intensidade de vínculos entre as empresas e pela participação das empresas privadas que estão aglomeradas para o desenvolvimento do agrupamento, com menor envolvimento do governo. Para Kwasnicka (2006), a diferença principal entre APL e cluster é que o primeiro engloba somente atividades produtivas, enquanto o segundo envolve outros tipos de atividades, como comércio e serviços.



  •   Vale e Castro, elaborado a partir de uma ampla análise e revisão crítica da literatura, procura trazer contribuições nas discussões sobre Clusters e APL. Apresenta, de maneira estruturada, as origens das principais perspectivas teóricas sobre aglomerações produtivas e elabora, a partir daí uma tipologia de análises na área, destacando: a influência das proposições oriundas da economia regional, da organização industrial e das novas vertentes institucionalistas. Mostra as interações entre competitividade e as distintas abordagens sobre desenvolvimento territorial. Clique aqui para ler o texto “Clusters, Arranjos Produtivos Locais, Distritos Industriais: Reflexões sobre Aglomerações Produtivas”.