Ninguém inova sozinho. Esta frase pode soar óbvia hoje em dia, mas muitos estudiosos encontraram na cooperação uma chave para a inovação (veremos posteriormente os estudos de Freeman a este respeito).
Há diferentes formas de cooperação que influenciam positivamente tanto o crescimento dos atores envolvidos quanto o aumento de suas capacidades inovativas.
Abordaremos brevemente três tipos de aglomerações produtivas: os Clusters, Arranjos Produtivos Locais e as Redes.
- Segundo Porter (1999), os clusters são grupos geograficamente próximos de empresas inter-relacionadas e de instituições associadas numa determinada área, ligadas por tecnologias e competências comuns. Normalmente coexistem dentro de uma área geográfica em que a facilidade de comunicação, a logística e a interação pessoal são possíveis. Podem englobar universidades, institutos de pesquisa, organizações não governamentais e entidades comerciais que proporcionam treinamento, informação, estudos e apoio técnico aos integrantes do aglomerado.
Dois exemplos de clusters bem conhecidos são o Vale do Silício (Silicon Valley) nos Estados Unidos e o distrito de Kista na Suécia.
Os clusters são, geralmente, construídos pelos atores locais que querem aproveitar as vantagens das sinergias dos fatores existentes na região, como por exemplo: a presença de clientes e fornecedores, o acesso a recursos humanos qualificados e know-how, a disponibilidade de matérias-primas especificas e infraestruturas, baixos custos de transação e comunicação devido à proximidade geográfica, proximidade de universidades, centros de formação e centros de investigação e a presença de instituições financeiras e outras organizações públicas e privadas.
Os clusters são caracterizados por:
- Trabalharem em conjunto;
- Estarem concentrados geograficamente em uma ou várias regiões;
- Concentrarem-se em uma área em particular, ligada por tecnologias e competências comuns;
- Serem difusores de conhecimentos tradicionais ou científicos;
O cluster para alguns teóricos funciona em regime de intensa cooperação, onde cada um dos atores executa um estágio do processo de produção. Nesse sentido, atores envolvidos participam de um mesmo negócio.
É através das interações proporcionadas pelos clusters é que o processo de aprendizagem é estimulado e desenvolvido. A aprendizagem por interação gera externalidades dinâmicas. As interações em um sistema de valor são fontes de inovação e vantagens competitivas, porém, são difíceis de mensurar.
A partir dos clusters são estabelecidos, mais facilmente, contatos com a administração pública, permitindo-lhes a adaptação das infraestruturas do cluster aos requisitos dos negócios e/ou mercado. Tudo isto contribui para incentivar o processo de inovação que não é apenas promovida pelas universidades e centros de investigação, mas é, principalmente, o resultado de uma série de iniciativas e experiências.
Podemos dizer que o desenvolvimento de clusters eficientes é vital para que países em desenvolvimento superem o status de meros fornecedores de mão-de-obra e/ou recursos naturais para o mercado mundial. Para isso, é fundamental melhorar os níveis de educação e capacitação, desenvolver tecnologia, aperfeiçoar as instituições e possibilitar o acesso aos mercados de capitais.