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Redes para inovação

De acordo com Ludvall (1992), a inovação pode ocorrer como resultado da aquisição de diferentes agentes com conhecimentos distintos que os unem de forma complementar para criarem algo inédito. As redes de inovação entre empresas, organizações e instituições favorecem interações de modo colaborativo e dependem, principalmente, do compartilhamento de conhecimento.


  • As redes são estruturas de organização voltadas a inovação. São constituídas de associações de interesse comum que proporcionam a troca entre seus membros, possibilitando de forma conjunta ações de pesquisa e empreendedorismo com o intuito de aperfeiçoar produtos, processos e serviços nas cadeias produtivas (LUDVALL,1992).


As redes são uma configuração de cooperação que concedem algumas chances interessantes para a solução de problemas, principalmente, para as empresas. Logo, as redes de inovação possibilitam às instituições individualmente terem acesso aos serviços de outros parceiros das redes, obtendo recursos inacessíveis de outro modo, como por exemplo, fontes de informação, recursos, tecnologias, competências, mercados e possibilidades de aplicação, completamente inéditas para inovação. Por outro lado, oferecem um potencial importante de redução de custo para os envolvidos. Para as empresas, a chance de serem inovadoras é um fato importante para se manterem competitivas no mercado. A colaboração sob a forma de uma rede amplia a capacidade inovadora das instituições.


  •   Um fator que diferencia Redes dos demais (cluster/APL) é a não obrigação da proximidade espacial de seus integrantes (Lastres e Cassiolato, 2005), ou seja, as organizações encontram-se geograficamente dispersas (Vernadat, 2010), diferentemente do APL e clusters em que a concentração geográfica é uma de suas principais características.


  • O Programa SAPPHO (Padrões de Processos Heurísticos para Previsão de Atividade Científica – tradução livre), realizado sob a coordenação de Chris Freeman ilustra muito bem a importância de se trabalhar em Redes. Ele comparou cinquenta inovações que obtiveram sucesso com aquelas que não emplacaram. De acordo com os resultados, algumas poucas características explicavam as diferenças entre sucesso e falha.

    Além de ressaltar a importância das diferentes atividades internas à empresa (produção, marketing, vendas entre outros.), Freeman constatou que os inovadores que obtiveram sucesso fizeram uso de fontes externas mesmo possuindo seu próprio laboratório interno de P&D; os casos que não obtiveram sucesso foram caracterizados por falhas de comunicação.

    Este estudo demonstra a importância das redes inovação, mesmo que a palavra rede não fosse utilizada.

    Foi a partir destas reflexões que se deu origem ao chamado Sistema Nacional de Inovação que discutimos anteriormente. Segundo Freeman (2005), trata-se de reconhecer a importância de uma rede de instituições públicas e privadas, dentro de uma economia. Esta rede dinâmica permitiria financiar e executar as atividades inovadoras (projetos). Estas traduzem os resultados de P&D em inovações e interferem na difusão de novas tecnologias.