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Abordagens baseadas nos conhecimentos etnicos e tradicionais

Dados da literatura indicam que 75% dos compostos naturais empregados pela indústria farmacêutica foram isolados a partir de informações de uso popular o que demonstra a importância dos levantamentos etnobotânicos e etnofarmacológicos na descoberta de novos medicamentos (ALBUQUERQUE e HANAZAKI, 2006).

A etnofarmacologia baseia-se em coleta informações de utilidade terapêutica, o que em tese indicaria a possibilidade de interação com um determinado alvo biológico. Portanto estudos etnofarmacológicos e etnobotânicos podem constituir valioso atalho para descoberta de novos medicamentos, já que o uso tradicional pode ser considerado como uma pré-triagem quanto à utilidade terapêutica.

Dentre as limitações destes estudos podemos citar:

  • Dificuldade de coletar informações fidedignas do entrevistado;
  • Associação do uso das plantas a componentes mágico-religiosos;
  • Existência de questões étnicas e éticas que envolvem o acesso ao conhecimento tradicional associado ao uso da biodiversidade, que devem seguir a legislação vigente (Lei nº 13.123 de 2015).

As informações botânico-taxonômicas, químico-taxonômicas e farmacológicas fornecem informações sobre a parte da planta que deve ser estudada e como deve ser utilizada para a ação desejada.

Como a constituição química varia em relação às partes da planta, inicia-se o estudo de pesquisa da planta, evidenciando as análise das partes empregadas na medicina tradicional para em seguida passar-se aos testes das outras partes da planta que, também, poderão apresentar atividade terapêutica.

Dr. Richard Evan Schultes realizando estudo etnobotânico em povos indígenas no Amazonas (1940)

É o uso alicerçado no longo histórico de utilização no ser humano demonstrado em documentação técnico científica, sem evidências conhecidas ou informadas de risco à saúde do usuário. Ex.: o uso das folhas de eucalipto (Eucalyptus globulus Labill.) como antisséptico das vias aéreas superiores e como expectorante, por comunidades tradicionais.

São as informações relacionadas à identificação, descrição, nomenclatura e classificação das espécies vegetais.

São informações relacionadas à composição química e bioquímica das espécies vegetais.

Refere-se ao conjunto de práticas em Saúde desenvolvidas antes do que se classifica como medicina moderna (ou convencional) e que ainda hoje são praticadas por diversas culturas em todo o mundo.