Neste momento iremos provocar você a seguinte reflexão: “Os modelos de inovação e desenvolvimento econômicos até então apresentados são compatíveis com a sustentabilidade ambiental?”. No debate acadêmico especificamente sobre a economia do meio ambiente e os problemas da sustentabilidade, as opiniões se dividem. Neste curso destacaremos a Economia Ecológica.
Esta corrente surgiu a partir da Questão Ambiental que trouxe a crítica ao modelo de desenvolvimento econômico vigente, apontando para um conflito existente entre o crescimento econômico e a preservação dos recursos ambientais, e que tal conflito traria limites à continuidade do próprio crescimento econômico.
A Economia Ecológica, ampliou a discussão ao interpretar o sistema econômico como um sistema aberto. Ou seja, a economia ecológica incorpora a análise econômica tradicional, mas compreende que as relações entre empresas e pessoas não podem ocorrer indefinidamente, uma vez que há limites impostos pelos ecossistemas que irão afetar esta relação, como por exemplo a extração de recursos naturais, a obtenção de energia necessária para a produção destes bens de consumo e os limites na capacidade dos ecossistemas de absorverem os resíduos gerados pelo sistema econômico.
Atenção! Não confundir Economia Ecológica com Economia Ambiental.A Economia Ambiental defende que os recursos naturais não representam, a longo prazo, um entrave para o crescimento econômico. Para esta vertente a solução da problemática ambiental está em maximizar o valor dos recursos por meio da análise detalhada dos efeitos que a exploração ambiental vem causando. Para tal, foram desenvolvidos diversos métodos de valoração monetária dos recursos naturais e criadas agências ambientais, pelos governos, para regulamentar o uso dos bens difusos e atribuir responsabilidades aos usuários/poluidores da natureza.
Um exemplo de ações dentro desta perspectiva são os chamados “Créditos de Carbono”.
Entretanto, estas medidas não se mostram suficientes para amenizar os impactos ambientais, porque apesar de inserir o meio ambiente nas decisões dos agentes econômicos, continua partilhando uma visão da economia como sistema fechado. Ou seja, um ciclo constante de troca mútua e fechado, no qual as empresas produzem bens e serviços que são consumidos pelas famílias que, por sua vez, oferecem ao mercado empresas, capital, terra e trabalho que são comprados pelas empresas e assim por diante.
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Resumindo: a economia convencional desconsidera a natureza como externalidade do processo econômico; a economia ambiental se preocupa em “dar um preço à natureza”, com a tendência de vê-la como amenidade; e a economia ecológica atribui à natureza a condição de suporte insubstituível de tudo o que a sociedade pode fazer (CAVALCANTI, 2010).
Cavalcanti (2010) faz uma revisão e avaliação crítica do pensamento econômico convencional diante da dimensão ambiental do processo econômico. Mostra o esforço de se incorporar o meio ambiente ao modelo econômico e trata da atividade econômica sob a restrição ambiental. O texto também introduz a perspectiva da economia ecológica e sua abordagem transdisciplinar, explorando implicações da visão integradora dela decorrente. Clique aqui para ler o artigo ”Concepções da economia ecológica suas relações com a economia dominante e a economia ambiental".
São certificados emitidos para uma pessoa ou empresa que reduziu a sua emissão de gases do efeito estufa (GEE). Por convenção, 1 tonelada de dióxido de carbono (CO2) corresponde a um crédito de carbono.