Unidade 1

Do Império à Primeira República: o surgimento da saúde pública​

Aula 2

Os serviços de saúde na virada do século XIX para o XX

Estalagem da rua do Senado, fotografada por Augusto Malta.​
Estalagem da rua do Senado, fotografada por Augusto Malta.​
Fonte: ENTLER, Ronaldo; OLIVEIRA JR., Antônio Ribeiro de. Augusto Malta e Marc Ferrez: Olhares sobre a construção de uma metrópole. 19&20, Rio de Janeiro, v. III, n. 4, out. 2008.

No Rio de Janeiro, então capital do Império e, posteriormente da República, o desenvolvimento vindo da ampliação do comércio transformara a cidade em um centro urbano mais populoso, mas totalmente desordenado.

Nele, a cada ano surgiam epidemias que devastavam grande parte da população e dificultavam a economia, se transformando num estorvo para os governantes e num desafio para os médicos.​

Durante grande parte do século XIX, a medicina teve pouca capacidade de proteger a população contra doenças transmissíveis. Apesar dos conhecimentos que os médicos possuíam sobre diversas doenças, suas práticas para controlar as epidemias eram muito restritas.

Os médicos do período acreditavam que o surgimento das doenças transmissíveis se relacionava a elementos invisíveis denominados de miasmas.

Saiba Mais
A índia, simbolizando a cidade do Rio de Janeiro, entrega ao imigrante o fruto proibido (miasmas) fornecido pela serpente (febre amarela).
A índia, simbolizando a cidade do Rio de Janeiro, entrega ao imigrante o fruto proibido (miasmas) fornecido pela serpente (febre amarela).​
Fonte: Revista Ilustrada, 18-3-1876.​

Essas emanações envenenariam o ar de uma determinada região, tornando-a pestilenta, ou seja, provocando o adoecimento dos ocupantes de determinado território. Apesar de um grande conjunto de medidas para tentar evitar a degradação dos ares pelos intrigantes miasmas, as epidemias permanentemente voltavam a cada ano.