Unidade 1

Do Império à Primeira República: o surgimento da saúde pública​

Aula 2

Introdução

As duas últimas décadas do século XIX marcam um momento de grandes mudanças no Brasil.

A abolição da escravidão, em 1888, e a Proclamação da República, no ano seguinte, transformaram o cenário brasileiro. Com a abolição, tinha fim um regime de trabalho violento e desumano que já não mais existia em toda a América; como efeito perverso, o fim da escravatura deixava sem qualquer tipo de proteção um enorme contingente de ex-escravizados, que não tiveram nenhuma reparação ou proteção social que lhes garantissem forma digna de sobrevivência.​

No campo político, a transformação do país em República, a partir de um golpe militar, não teve participação popular e manteve o poder das mesmas elites políticas do regime anterior.​

Em relação às ciências e, em especial no campo da saúde, o período marca o advento dos conhecimentos sobre o papel dos micróbios na transmissão de doenças infecciosas. Tais conhecimentos possibilitariam o desenvolvimento de exames, soros e vacinas específicos que iriam revolucionar o controle das epidemias.​

Retificação do Rio Tamanduateí em 1914.
Retificação do Rio Tamanduateí em 1914.​
Fonte: GOUVEIA (2016)

O período marca, ainda, o desenvolvimento de diversas regiões, a partir da exportação de alguns produtos agrícolas como o café, em São Paulo; a produção leiteira, em Minas Gerais; e, posteriormente, o extrativismo da borracha no Amazonas.

A ampliação dessas culturas fez surgir núcleos urbanos populosos, na maioria das vezes insalubres, sendo o estopim para a criação das primeiras ações de reforma urbana e saneamento de nossa história.