Módulo 3 | Manejo clínico: atenção especializada

COVID-19
Manejo da infecção causada pelo novo coronavírus

Aula 7

Procedimentos de proteção e controle de infecção em ambiente hospitalar

Essa é a Aula 7 do Módulo 3 do curso COVID-19 Fiocruz.

Nesta aula, vamos compartilhar conhecimento científico para o manejo clínico em situações graves, com ênfase na organização dos ambientes de cuidado e medidas de proteção individual e coletiva.

Ao final, você vai ser capaz de:

  • Descrever os protocolos de organização dos ambientes de cuidado, considerando as coortes e a gravidade dos pacientes;
  • Descrever os protocolos que orientam o uso de equipamentos de proteção individual adequados aos ambientes de cuidado e aos procedimentos a serem realizados;
  • Compreender como aplicar os protocolos de proteção individual de acordo com os ambientes e os procedimentos a serem realizados, de organização do cuidado e de ambientes seguros;
  • Compreender como aplicar as medidas gerais de precaução de infecções associadas ao cuidado.

Lembramos que as orientações e procedimentos em relação ao coronavírus estão em constante mudança, à medida que aprendemos mais sobre a doença.

Para se manter atualizado, consulte sempre os links e os materiais de apoio indicados neste curso.

Os profissionais de saúde e a COVID-19

Globalmente, dispõe-se de poucas informações sobre o número real de trabalhadores da saúde contagiados e adoecidos pelo novo coronavírus, de forma reconhecida pela própria Organização Mundial de Saúde. Não há um processo sistemático de notificação de casos de COVID-19 em profissionais de saúde, o que, associado à baixa testagem na maioria dos países, traduz-se em um número muito subestimado de casos.

No entanto, mesmo esse número subestimado é bem assustador. Em vários países, os profissionais de saúde estão entre 12 e 25% do total de casos confirmados de COVID-19 em toda a população. Em nosso país, levantamentos realizados por universidades públicas encontraram positividade para a COVID-19 entre 25 e 50% dos profissionais de saúde testados.

O número de trabalhadores de saúde afastados por sintomas respiratórios já alcança a casa das dezenas de milhares. Os relatos de óbitos de médicos, profissionais de enfermagem e pessoal de transporte médico proliferam pela imprensa mundial. Aqui no Brasil, o Conselho Federal de Enfermagem noticiou o óbito de dezenas de profissionais de enfermagem nas últimas semanas.

Recortes notícias

A possibilidade de contágio e o adoecimento tem provocado intenso estresse e mesmo pânico entre os trabalhadores de saúde. O impacto dos afastamentos é significativo na continuidade do funcionamento dos serviços de saúde. Além disso, o contágio dos profissionais de saúde certamente contribui para a transmissão intra-hospitalar (e nos demais serviços de saúde) da COVID-19.

A proteção quanto ao contágio pela COVID-19, por meio de inúmeras medidas, é um direito dos profissionais e é uma clara estratégia para evitar a ocorrência de infecção, associada aos cuidados de saúde. O conhecimento das formas de transmissão e dos fatores que aumentam esse risco são base para a adesão e implementação de medidas gerais e específicas para a redução do risco de contágio, de adoecimento e da transmissão intra-hospitalar pela COVID-19.

Formas de transmissão e fatores de risco para o contágio e adoecimento pela COVID-19

A transmissão de doenças infectocontagiosas engloba elementos que precisam estar conectados. A base da interrupção do ciclo está no rompimento de pelo menos um elo da cadeia de infecção, considerando as diferentes formas de transmissão de cada doença.

No caso do SARS-CoV-2, a transmissão mais comum se dá através da emissão de gotículas por parte de pessoas infectadas (sintomáticas ou assintomáticas). Tais gotículas são produzidas quando as pessoas tossem, espirram e inclusive quando falam. Elas podem alcançar a boca, os olhos ou nariz de pessoas próximas (em geral, menos de um ou dois metros de distância) ou mesmo serem aspiradas para os pulmões, em um contato muito próximo. O SARS-CoV-2 também pode ser transmitido pelo aperto de mãos (contato direto) ou pelo contato com superfícies contaminadas (contato indireto) pelo novo coronavírus, se na sequência a pessoa levar as mãos às mucosas nasal ou oral ou aos olhos.

Como o coronavírus é transmitido

Aperto de mãos

Gotículas de saliva

Espirro

Tosse

Catarro

Objetos ou superfícies contaminadas, como celulares, mesas, maçanetas, brinquedos, teclados de computador etc.

Fonte: Ministério da Saúde

A transmissão por aerossóis - núcleos das gotículas (partículas menores que as gotículas e que permanecem em suspensão no ar por mais tempo) -, são outra forma de transmissão. Existe claramente a necessidade de ampliação de estudos sobre a participação dos aerossóis na transmissão da COVID-19, particularmente em relação a pacientes assintomáticos ou na fase antes dos sintomas, tentando identificar como pode ocorrer a transmissão durante uma conversação face a face, qual a carga viral necessária e se a temperatura e a umidade podem influenciar esse processo.

Segundo o Centro de Controle e Prevenção de Doenças nos Estados Unidos e na Europa - Center for Disease Control and Prevention - (CDC) e European Centre for Disease Prevention and Control (ECDC) - e a Organização Mundial da Saúde (OMS), a transmissão por aerossóis está associada aos seguintes procedimentos:

  • Intubação traqueal;
  • Ventilação não invasiva;
  • Traqueostomia;
  • Ressuscitação cardiopulmonar;
  • Ventilação manual antes da intubação;
  • Broncoscopia;
  • Posição prona;
  • Swab orofaríngeo ou nasofaríngeo (veja o procedimento na Aula 3);
  • Alguns procedimentos odontológicos.
A coleta de swab orofaríngeo ou nasofaríngeo, por provocar tosse ou espirros, pode também ser geradora de aerossóis.

Por outro lado, existem fatores que aumentam o risco de transmissão por via respiratória, seja por gotículas ou por aerossóis, sendo a exposição prolongada possivelmente o fator mais relevante.

Fatores de transmissão

O tamanho das partículas de aerossol - que também é um fator de risco - pode ser influenciado por vários fatores: (1) características do fluido; (2) força e pressão no momento da emissão; (3) temperatura; (4) umidade; e (5) fluxo de ar.

Transmissão do SARS-CoV-2

O conjunto das publicações científicas sobre a transmissão do SARS-CoV-2 tem atribuído um papel relevante aos pacientes sintomáticos respiratórios, e, entre esses, os de maior gravidade, provavelmente por uma carga viral mais importante.

Segundo Zheng et al., a carga viral em amostras respiratórias permanece por mais tempo nos pacientes mais graves. No entanto, nas últimas semanas, têm se acumulado evidências quanto à transmissão do novo coronavírus também por pacientes oligossintomáticos ou mesmo assintomáticos (incluindo os pré-sintomáticos) - o que torna ainda mais complexa a prevenção de sua transmissão no interior dos serviços de saúde e na vida comunitária em geral, ainda mais considerando os baixos níveis de testagem. (Arons et al, 2020).

FATORES DE RISCO PARA PROFISSIONAIS DE SAÚDE

Também são apontados como fatores que influenciam o risco:

  • atividade executada pelo trabalhador de saúde (por exemplo: contato com pacientes graves ou higienização e limpeza de ambientes de cuidado);
  • duração da jornada de trabalho;
  • número de pacientes atendidos e examinados;
  • uso adequado de Equipamentos de Proteção Individual (considerando os ambientes, atividades e procedimentos);
  • paramentação e desparamentação dos EPIs;
  • adesão à higienização das mãos, nos cinco momentos preconizados pela OMS.

Outro aspecto importante para aumentar as chances de transmissão intra-hospitalar do novo coronavírus é a substituição de profissionais de saúde que adoeceram pela COVID-19. Para a Anvisa, com o afastamento, é possível que colegas assumam procedimentos e condutas que não são da sua rotina, o que pode ser considerado um fator de risco.

Visão geral das precauções padrão quanto à prevenção de infecções associadas ao cuidado e das precauções específicas para COVID-19

Precauções padrão

Segundo a OMS, precauções padrão são o nível básico das precauções de prevenção de infecções que, associadas ao cuidado, devem ser adotadas com todos os pacientes em todos os momentos.

Precauções padrão de prevenção de infecções

  • Higienização das mãos
  • Etiqueta respiratória
  • EPIs em função do risco
  • Práticas seguras de injeções e manejo seguro de perfurocortantes
  • Segurança na manipulação, limpeza e desinfecção dos equipamentos usados no cuidado ao paciente
  • Limpeza do ambiente
  • Segurança na manipulação e limpeza de roupas sujas
  • Gestão de resíduos

A ilustração a seguir resume as principais precauções de contato para evitar o contágio.

Precauções padrão

Fonte: Ministério da Saúde.

Higienizar as mãos significa proteger nossos pacientes e a nós mesmos, profissionais de saúde.
Higiene das mãos
  • É a melhor forma de evitar a propagação de germes os serviços de saúde e a comunidade
  • Como profissionais de saúde, nossas mãos são a principal ferramenta de trabalho e representam o elo central na cadeia ded transmissão
Higienização das mãos

A higienização das mãos é a medida mais efetiva na prevenção da disseminação de infecções associadas ao cuidado. Considerando que a transmissão pela COVID-19 também se dá pelo contato com superfícies e objetos contaminados, a higienização das mãos é essencial em todos os cinco momentos preconizados pela OMS - e de fundamental importância na desparamentação dos EPIs.

A paramentação completa não é suficiente sem a correta higiene das mãos. Fique atento e higienize as mãos nos momentos certos!

5 momentos para a higiene das mãos

Higienização das mãos Higienização das mãos

Fonte: Organização Mundial da Saúde

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Precauções específicas para a COVID-19

Além das precauções padrão, devem ser tomadas as precauções de contato, por gotículas e por aerossóis - que são as formas de transmissão da COVID-19. Estudo realizado por Phan et al. (2019) buscou identificar contaminação por vírus em EPIs, pele e roupas dos profissionais de saúde que cuidaram de pacientes com infecções virais agudas (n=59). Para os EPIs, a positividade das amostras foi de 31% das luvas, 21% dos capotes e 12% das máscaras. Para o corpo e roupas, foi de 21% para as mãos, 11% para roupas e 7% para face.

Combinadas, as precauções padrão e as específicas são parte das medidas coletivas e individuais de precaução, que incluem também o uso de equipamentos de proteção individual, procedimentos de limpeza, medidas de organização do cuidado e de reorganização de fluxos para circulação de pacientes, entre outras.

A ilustração a seguir resume as principais precauções por gotículas para evitar o contágio.

Precauções

Fonte: Ministério da Saúde.

Também deve-se:

  • Evitar tocar os olhos, o nariz ou a boca com luvas contaminadas ou mãos sem luvas;
  • Evitar contaminar superfícies não envolvidas no atendimento direto ao paciente (por exemplo: maçanetas, interruptores de luz, celulares);
  • Reforçar a precaução ambiental.

O avental de isolamento (gramatura mínima de 30g/m2) deve ser utilizado com vistas a evitar a contaminação da pele e da roupa do trabalhador de saúde. O uso de avental impermeável (gramatura mínima de 50g/m2) está recomendado sempre que houver possibilidade de exposição a grandes fluidos (vômitos, diarreia, hipersecreção orotraqueal e sangramento) e geração de aerossóis.

Precauções com a transmissão aérea no contexto da COVID-19

A ilustração a seguir resume as principais precauções por gotículas para evitar o contágio.

Precauções

Fonte: Ministério da Saúde.

A ilustração a seguir resume as principais precauções por gotículas para evitar o contágio.

Precauções

Fonte: Ministério da Saúde.

São exemplos de procedimentos com geração de aerossóis:

  • broncoscopia;
  • intubação traqueal;
  • pressão no peito durante a reanimação cardiopulmonar que pode induzir a produção de aerossol.

Se possível, realizar esses procedimentos em salas de pressão negativa, com pelo menos 12 trocas de ar por hora e direção controlada do fluxo de ar ao usar ventilação mecânica, e substituir a máscara cirúrgica por uma máscara de alta eficiência na sala (N-95, FFP2 ou máscaras equivalentes).

Medidas de controle

São vários os fatores que podem contribuir para o adoecimento de profissionais e também de pacientes que não foram internados por sintomas respiratórios ou não foram confirmados com COVID-19. Por isso, é necessária a proteção dos profissionais de saúde e da transmissão intra-hospitalar da COVID-19. Segundo a Anvisa, as medidas de controle da COVID-19 nos ambientes e processos de cuidado têm como objetivos: “identificar e intervir nos fatores e situações de risco às quais os trabalhadores podem estar expostos durante suas atividades laborais, visando eliminar ou, na sua impossibilidade, atenuar e controlar esses fatores e situações.” As medidas de controle podem ser administrativas, de engenharia ou de proteção individual.

Medidas de controle administrativo

Organismos internacionais - como o Centro de Controle de Doenças dos Estados Unidos (CDC/USA), o Centro Europeu de Controle de Doenças (ECDC) - e a Anvisa recomendam uma série de medidas de controle administrativo para reduzir o risco e a exposição dos trabalhadores de saúde face à COVID-19.

Entre os protocolos e rotinas operacionais propostos, podemos apontar:

  • Fornecer capacitação na prevenção de infecções associadas ao cuidado, em especial da COVID-19, a todos os trabalhadores em saúde. Essas atividades devem ser contínuas, pois, face à expansão da pandemia, novos profissionais podem ser incorporados mais tardiamente aos primeiros treinamentos;
  • Definir clara política de afastamento do trabalho dos profissionais de saúde face ao contato com pacientes confirmados ou pelo adoecimento com sintomas respiratórios (suspeito ou confirmado). Também deve ser definida uma política de redirecionamento do trabalho (fora do atendimento direto a pacientes) para profissionais de saúde que possuam fatores de risco em relação ao adoecimento pelo SARS-COV-2: idosos, comorbidades, gestantes e lactantes, imunodeprimidos, hepatopatas, e com outras afecções;
  • Reduzir ou suspender visitas a pacientes como forma de redução do contágio dos profissionais de saúde e dos demais pacientes internados;
  • Definir uma política de avaliação, testagem e afastamento dos profissionais de saúde sintomáticos respiratórios ou com contato domiciliar com suspeitos de COVID-19;
  • Estimular a permanente higienização das mãos com disponibilização de pias com água e sabão; dispensadores de álcool gel, além de educação continuada e campanhas permanentes de incentivo a essa prática tão efetiva;
  • Orientar os pacientes e acompanhantes sobre a importância da etiqueta respiratória; oferecer máscara aos sintomáticos respiratórios na entrada da unidade hospitalar e na circulação em áreas comuns;
  • Orientar os trabalhadores da saúde para evitar tocar em superfícies próximas ao paciente ou em superfícies não próximas ao paciente com luvas ou EPIs contaminados.

Medidas de controle de engenharia

Segundo a Administração de Segurança e Saúde Ocupacional dos Estados Unidos - Occupational Safety and Health Administration (Osha) - as medidas de engenharia são importantes na redução da exposição à COVID-19, pois independem do comportamento dos profissionais de saúde e de sua adesão às precauções de natureza individual.

Entre essas medidas estão:

  • Instalação de paredes ou barreiras físicas de vidro duplo separando pacientes sintomáticos respiratórios e profissionais de saúde, principalmente em áreas de triagem ou na chegada a uma unidade hospitalar;
  • Separação de entradas para pacientes e profissionais de saúde;
  • Separação das áreas (coortes) de hospitalização entre pacientes confirmados COVID-19, pacientes suspeitos e pacientes hospitalizados por outras causas;
    • O que é uma área de coorte? Área de coorte é uma ala ou unidade destinada exclusivamente para o atendimento de pacientes com suspeita ou confirmação de determinada doença infectocontagiosa, como a COVID-19.

  • Aumento das taxas de ventilação nos ambientes de cuidado;
  • TAXA MÍNIMA DE VENTILAÇÃO
    Enfermarias com pacientes em casos leves e moderados

    60 litros/segundo por paciente

    Enfermarias com pacientes em casos graves e UTIs

    160 litros/segundo por paciente

    Para unidades de tratamento intensivo (UTIs), é recomendado o uso de sistemas de ventilação mecânica - combinados ou não à ventilação natural - para garantia de uma pressão negativa.

    • Pressão negativa é uma técnica de isolamento respiratório ambiental usada para isolar pacientes com doenças contagiosas por vias aéreas, como a COVID-19, prevenindo que o ar potencialmente contaminado escape do quarto/da antessala/banheiro do paciente para os corredores do hospital. A pressão negativa é gerada e mantida por um sistema de ventilação/exaustão que remove mais ar da sala do que permite entrar no recinto.

  • Fluxo de ar das áreas limpas para as áreas contaminadas;
  • Instalação de filtros HEPA em ambientes de pacientes graves e críticos (em isolamento respiratório) e em ambientes onde serão realizados procedimentos geradores de aerossóis.
    • O que são filtros HEPA? HEPA (High Efficiency Particulate Arrestance) é um filtro de ar mecânico que remove pelo menos 99,97% de partículas de poeira, pólen, mofo, bactérias e particulados do ar com um tamanho de 0,3 mícron (mm). A instalação de um filtro HEPA depois do exaustor pode ser a solução para o tratamento do ar de exaustão.

As medidas de controle de engenharia precisam estar associadas às medidas de precaução padrão, como higienização das mãos e uso adequado dos EPIs.

Equipamentos de Proteção Individual (EPI)

Segundo a Anvisa, os EPIs que devem ser utilizados pelos profissionais responsáveis pelos casos suspeitos ou confirmados de COVID-19 são:

  • gorro
  • óculos ou protetor facial
  • máscara
  • avental impermeável
  • luvas de procedimento
EPI

Fonte: Demonstração de Colocação Equipamento de Proteção Individual (EPI) - Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC)

Para cada natureza de serviço/atendimento, os serviços de saúde devem disponibilizar os seguintes equipamentos:

Trabalhadores envolvidos nos atendimentos Equipamentos de Proteção Individual
EPI
Triagem (se não for possível manter a distância mínima de um metro dos pacientes com sintomas gripais): Incluem-se recepcionistas, ACS, seguranças....) X X
Avaliação e atendimento de casos suspeitos (técnicos de enfermagem, enfermeiros, médicos....) X X X X X X X
Procedimentos geradores de aerossóis (técnicos de enfermagem, enfermeiros, médicos...) X X X X X X X
Manejo de Pacientes Críticos (Emergência e UTI) X X X X X X X
Atividades de apoio realizadas a menos de 1 metro dos pacientes suspeitos ou confirmados X X X X X X X

Fonte: Ministério da Saúde

O Face Shield é colocado em substituição ao óculos e tem a intenção de proteger a máscara cirúrgica, em sua parte externa, contra materiais biológicos.

É importante destacar que as máscaras cirúrgicas podem ser utilizadas em procedimentos em que há menor exposição a aerossóis, mas o manejo de pacientes críticos e a realização de procedimentos invasivos ou a menos de 1 metro dos pacientes requer o uso de máscaras especiais, tipo N95/PFF2.

Cuidados após a morte

Os princípios das precauções padrão de controle de infecção e precauções baseadas na transmissão devem continuar sendo aplicados no manuseio do corpo. Isso ocorre devido ao risco contínuo de transmissão infecciosa por contato, embora o risco seja geralmente menor do que para pacientes ainda vivos.

Recortes notícias
EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL PARA O MANEJO DE CORPOS
  • Durante os cuidados com o cadáver, só devem estar presentes no quarto ou área os profissionais estritamente necessários (todos com EPI);
  • A maca de transporte dos cadáveres de COVID-19 deve ser preferencialmente exclusiva para esse fim – remover o colchão e fazer o transporte direto na superfície metálica (para facilitar a higienização);
  • Os profissionais da Enfermagem, envolvidos com o preparo do corpo, devem estar em uso de: gorro, protetor facial, máscara N95/PFF2, capote cirúrgico descartável de mangas longas e luvas de procedimento;
  • Os tubos, drenos e cateteres devem ser removidos do corpo, tendo cuidado especial com a remoção de cateteres intravenosos, outros dispositivos cortantes e do tubo endotraqueal;
  • Desinfetar e bloquear os orifícios de drenagem de feridas e punções de cateteres com cobertura impermeável;
  • Descartar imediatamente os resíduos perfurocortantes em recipientes rígidos, à prova de perfuração e vazamento, com o símbolo de resíduo infectante;
  • Limpar as secreções dos orifícios naturais (orais, nasais e retais) com compressas e bloqueá-los para evitar extravasamento de fluidos corporais;
  • Acondicionar o corpo em cobre-corpo padrão, que deve ser higienizado com álcool 70% e, posteriormente, em saco impermeável à prova de vazamento e selado – “saco para armazenamento de cadáver com zíper e duas camadas – 230x80cm, que deve ser igualmente desinfetado com álcool a 70% ou solução clorada [0.5% a 1%]);
  • Identificar adequadamente o cadáver;
  • Identificar o saco externo de transporte com a informação relativa ao risco biológico no contexto da COVID-19: agente biológico classe de risco 3;
  • Usar luvas descartáveis nitrílicas ao manusear o saco de acondicionamento do cadáver.

Fonte: Plano de Ação para Manejo de Casos de Infecção pelo novo Coronavirus (SARS-cov2) no Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI)/Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ)

Autópsias

As autópsias em cadáveres de pessoas que morreram com doenças infecciosas causadas por patógenos das categorias de risco biológico 2 ou 3 expõem a equipe a riscos adicionais que deverão ser evitados.

A autópsia não deve ser realizada e é desnecessária em caso de confirmação ante-mortem da COVID-19.

Quando, por motivos especiais, a autópsia tiver de ser realizada, deverão ser observadas as seguintes orientações:

  • Não é recomendado realizar tanatopraxia (formolização e embalsamamento);
  • O número de pessoas autorizadas na sala de autópsia deve ser limitado às estritamente necessárias aos procedimentos. O ideal é ter apenas um técnico e um médico patologista;
  • Devem ser realizados em salas de autópsia que possuam sistemas de tratamento de ar adequados. Isso inclui sistemas que mantêm pressão negativa em relação às áreas adjacentes e que fornecem um mínimo de 6 trocas de ar (estruturas existentes) ou 12 trocas de ar (nova construção ou reforma) por hora;
  • Os sistemas de tratamento de ar devem permanecer ligados enquanto é realizada a limpeza do local;
  • Preferir equipamentos que promovam menor lançamento de fragmentos teciduais, como alicates, por exemplo;
  • As portas da sala devem ser mantidas fechadas, exceto durante a entrada e saída;
  • Procedimentos que geram aerossóis devem ser evitados;
  • O ar ambiente deve sair diretamente para o exterior ou passar por um filtro HEPA.

Considere usar métodos preferencialmente manuais para evitar que as secreções respinguem ou disseminem pelo ar. Se for necessário o uso de serra oscilante, conecte uma cobertura de vácuo para conter os aerossóis.

Quando necessário, coletar tecidos por meio de técnica de autópsia minimamente invasiva. Esse método consiste em diagnóstico por imagem e intervenção percutânea.

A manipulação e exame de amostras menores devem ser feitas obrigatoriamente em Cabines de Segurança Biológica (CSB) classe 2.

EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL PARA O MANEJO DE CORPOS
Para os profissionais que realizam a autópsia Para os profissionais que manipulam os corpos
  • Luvas cirúrgicas duplas interpostas com uma camada de luvas de malha sintética à prova de corte
  • Capote (resistente ou impermeável) a fluidos
  • Avental impermeável
  • Óculos ou protetor facial
  • Capas de sapatos ou botas impermeáveis
  • Máscaras de proteção respiratória tipo N95 ou superior
  • Máscaras N95 ou superior
  • Luvas não estéreis e nitrílicas ao manusear materiais potencialmente infecciosos
  • Se houver risco de cortes, perfurações ou outros ferimentos na pele, usar luvas resistentes sob as luvas de nitrila.

Ao finalizar o procedimento, os EPI devem ser removidos antes de sair do conjunto de autópsia e descartados, apropriadamente, como resíduos infectantes (RDC nº 222/2018).

É recomendado realizar a higienização das mãos logo em seguida.

Os artigos não descartáveis deverão ser encaminhados para realização de limpeza e desinfecção/esterilização, conforme rotina do serviço e em conformidade com a normatização.

Já os materiais descartáveis devem ser dispensados em sacos amarelos e encaminhados para incineração, conforme gerenciamento de resíduos infectantes (grupo A1).

Fonte: Ministério da Saúde

Para mais informações, consulte o Protocolo do Ministério Saúde - Manejo de corpos no contexto da COVID-19.

Princípios de utilização dos EPIs

As orientações gerais da Organização Mundial da Saúde para a utilização de EPIs são:

Sempre:

  • lave as mãos antes e depois de usar os EPIs;
  • coloque EPIs antes do contato com o paciente;
  • remova os EPIs após ter completado o procedimento e/ou ao sair do local de atendimento ao paciente;
  • remova os EPIs com cuidado para evitar a autocontaminação.

NÃO reutilize um EPI descartável.

NÃO toque nem ajuste os EPIs durante o atendimento.

NÃO toque no rosto enquanto estiver usando EPI.

Os EPIs devem:

  • ser selecionados de acordo com o risco avaliado ou de acordo com as precauções baseadas no modo de transmissão;
  • estar disponíveis onde e quando forem indicados;
  • ser utilizados nos tamanhos corretos.

LIMPE e DESINFETE o EPI reutilizável a cada uso.

Troque imediatamente os EPIs quando estiverem contaminados ou danificados.

Sobre as máscaras respiratórias

As máscaras respiratórias devem ser trocadas em caso de sujidade, umidade ou saturação.

Excepcionalmente, segundo a Nota Técnica 04/2020 da Anvisa, em situações de escassez de insumos, e face ao elevado número de pacientes graves, as máscaras respiratórias (N95/PFF2 ou similares) poderão ser utilizadas por período maior ou por um número maior de vezes. As orientações específicas em cada instituição de saúde devem ser definidas pela Comissão de Prevenção e Controle das IRAS (CCIH).

A publicação da Nota Técnica 07/2020 da Anvisa sobre prevenção da transmissão no âmbito dos serviços de saúde, realça a importância de pacientes sintomáticos respiratórios ou não, assim como de profissionais de saúde sintomáticos respiratórios ou não, para a redução desse risco de transmissão. Valoriza-se não apenas a possibilidade de transmissão ligada à presença de sintomas, mas também da transmissão por assintomáticos ou na chamada fase pré-sintomática. Com isso, adere-se ao uso universal de máscaras por todos os presentes nos serviços de saúde.

  • Os pacientes sintomáticos respiratórios, durante a triagem e em sua movimentação pelo hospital, devem utilizar máscaras cirúrgicas;
  • Pacientes ou acompanhantes sem sintomas devem utilizar máscaras de tecido;
  • Os profissionais de saúde devem utilizar, de forma universal, a máscara cirúrgica e, em procedimentos e no cuidado de pacientes que podem gerar aerossóis, devem utilizar a máscara respiratória;
  • Se os profissionais de saúde estiverem utilizando a máscara respiratória com válvula, essa deve ser obrigatoriamente acompanhada do protetor facial para que não haja transmissão da COVID-19 para pacientes ou para profissionais de saúde.

Vias de transmissão de COVID-19 dentro do serviço de saúde

  • Possíveis causas

    • Fragilidades na educação, organização e estruturação para medidas de proteção coletiva.

    Medidas de prevenção:

    • Restringir a entrada de visitantes com sintomas respiratórios ou suspeitos/confirmados para COVID-19;
    • Indicar uso de máscara de tecido para pessoas assintomáticas e uso de máscara cirúrgica para pessoas sintomáticas durante toda permanência no serviço de saúde;
    • Estabelecer procedimentos para orientar paciente/acompanhante/visitante quanto às medidas de proteção que incluam:
      • instruções para o uso da máscara;
      • orientação para higiene respiratória/etiqueta da tosse;
      • orientações e garantia das condições para higiene das mãos.
    • Implantar protocolo de triagem e de isolamento de pacientes sintomáticos;
    • Manter ambiente higienizado/desinfetado e ventilado;
    • Garantir que os ambientes coletivos tenham condições de manter distanciamento mínimo de 1 metro entre as pessoas.
  • Possíveis causas

    • Fragilidade na identificação de indivíduos sintomáticos respiratórios;
    • Possibilidade de transmissão no período assintomático ou pré-sintomático;
    • Utilização inadequada de EPI conforme as precauções indicadas, o que pode ser ocasionado por falta de protocolos, capacitação, monitoramento, identificação de coortes ou áreas de risco, escassez de insumo etc.).

    Medidas de prevenção

    • Implantar protocolos capazes de identificar precocemente pacientes/ acompanhantes/visitantes com sintomas respiratórios;
    • Capacitar para o uso e monitorar a utilização de EPIs pelos profissionais para atendimento dos pacientes;
    • Implantar orientações para pacientes e acompanhantes quanto a higiene de mãos, o distanciamento social e ao uso de máscara para circulação no ambiente hospitalar:
      • para pessoas assintomáticas: máscara de tecido
      • para pessoas sintomáticas: máscara cirúrgica
    • Estabelecer áreas específicas para atendimento/isolamento de pacientes sintomáticos respiratórios ou suspeitos/confirmados de COVID-19;
    • Manter ambientes higienizados/desinfetados e ventilados;
    • Utilizar, se disponível, ambientes com pressão negativa para realização de procedimentos geradores de aerossóis.
  • Possíveis causas

    • Profissionais de saúde sintomáticos prestando assistência;
    • Profissionais de saúde pré-sintomáticos ou assintomáticos prestando assistência;
    • Profissionais do serviço de saúde pré-sintomáticos, assintomáticos ou sintomáticos dentro do serviço de saúde sem adoção das medidas de prevenção.

    Medidas de prevenção

    • Implantar protocolos de triagem para profissionais de saúde;
    • Implantar protocolos de atendimento, afastamento e retorno ao trabalho de profissionais sintomáticos;
    • Capacitar para o uso e monitorar a utilização de EPIs pelos profissionais para atendimento dos pacientes;
    • Implantar medidas e orientações que possam garantir a paramentação e desparamentação adequadas;
    • Garantir medidas de controle de fonte (incluindo o uso universal de máscara dentro do serviço de saúde);
    • Verificar e adequar áreas de convívio de profissionais com relação à garantia do distanciamento social, higiene das mãos, limpeza e ventilação do ambiente.

Fonte: GVIMS/GGTES/ANVISA, 2020

Após colocar a máscara N95, deve-se realizar o teste de posicionamento adequado. Veja como:

Teste vedação de máscara

Fonte: Adaptado do curso Prevenção e Controle de Infecção (PCI) pelo Novo coronavírus (COVID-19) - Organização Mundial de Saúde. Images: Vídeo Demostração de Colocação Equipamento de Proteção Individual (EPI) - Centros ed Controle e Prevenção de Doenças (CDC)

Nunca utilize uma máscara cirúrgica por baixo ou por cima da máscara N95, pois prejudica o ajuste na face e a vedação.

Desparamentação

A desparamentação pode ser um processo que gera contaminação dos profissionais de saúde, da pele ou de suas roupas, dependendo da utilização de técnicas inadequadas para sua retirada. Veja as taxas comparativas de contaminação da pele e das roupas encontrados por por Tomas ME, Kundrapu S, Thota P, et al. após desparamentação:

Fonte: Tomas ME, Kundrapu S, Thota P, et al

A retirada de EPIs deve acontecer após o atendimento aos pacientes sintomáticos respiratórios suspeitos e confirmados para COVID-19, na seguinte ordem:

  1. Retirar as luvas;
  2. Retirar o avental junto com o 2º par de luvas;
  3. Retirar o capuz do macacão puxando pela região occipital;
  4. Retirar o macacão Tychen/Tyvec (caso haja) com cautela para que a face externa não entre em contato com a roupa;
  5. Retirar os óculos de proteção;
  6. Retirar a máscara cirúrgica, e remover a máscara usando a técnica apropriada (ou seja, não tocar na frente, remover por trás);
  7. Descartar o 1º par de luvas;
  8. Higienizar as mãos com álcool gel.
  9. A desparamentação deve ocorrer somente quando houver saco infectante apropriado e identificado.

Como colocar, usar e retirar a máscara:

Fonte: Organização Mundial da Saúde - traduzido e adaptado pelo Proqualis

Limpeza e desinfecção das superfícies

A limpeza e desinfecção das superfícies em instituições de saúde que atendam a pacientes suspeitos ou confirmados pela COVID-19 devem respeitar as normas previamente existentes elaboradas pela Anvisa.

Além disso, considerando que as superfícies contaminadas são um dos reservatórios para a transmissão do SARS-CoV-2 por contato com as mãos dos profissionais de saúde, é bastante importante que todos os protocolos locais sejam revistos para garantir sua adequação às melhores práticas de limpeza e desinfecção voltadas à redução da carga viral.

RECOMENDAÇÕES RELATIVAS À LIMPEZA E DESINFECÇÃO DE SUPERFÍCIES
  • Medidas de precaução, bem como o uso do EPI, devem ser apropriadas para a atividade a ser exercida e necessárias ao procedimento;
  • Nunca varrer superfícies a seco, pois esse ato favorece a dispersão de microrganismos que são veiculados pelas partículas de pó. Utilizar varredura úmida que pode ser realizada com mops ou rodo e panos de limpeza de pisos;
  • Para a limpeza dos pisos, devem ser seguidas técnicas de varredura úmida: ensaboar, enxaguar e secar. Os desinfetantes com potencial para limpeza de superfícies incluem aqueles à base de cloro, álcoois, alguns fenóis e iodóforos e o quaternário de amônio;
  • É recomendado o uso de kits de limpeza e desinfecção de superfícies específicos nas áreas utilizadas por pacientes em isolamento de contato;
  • Todos os equipamentos deverão ser limpos a cada término da jornada de trabalho, ainda com os profissionais usando EPI e evitando contato com os materiais infectados.

Fonte: Ministério da Saúde

A limpeza e desinfecção de superfícies e a higienização das mãos por parte dos profissionais de saúde devem ser sempre pensadas como complementares e indispensáveis uma à outra. Se o profissional de saúde faz a higienização adequada das mãos, mas toca em uma superfície contaminada, suas mãos ficarão contaminadas. Se a superfície está limpa e desinfetada, mas algum profissional de saúde a toca com suas mãos contaminadas, a superfície ficará contaminada. Por isso tem sido aconselhado aos profissionais de saúde evitar ao máximo tocar as superfícies nos ambientes de cuidado.

Gestão de resíduos

A Nota Técnica nº 04/2020 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) determina que todos os resíduos provenientes da assistência aos pacientes suspeitos ou confirmados de infecção pelo SARS-CoV-2 devam ser enquadrados no grupo A1, dos resíduos de serviços de saúde, conforme consta na Resolução RDC/Anvisa nº 222/2018.

Resíduos de Serviços de Saúde
Origem: assistência a pacientes suspeitos ou confirmados de infecção pela SARS-CoV-2

Exemplos de resíduos:

  • Lenços;
  • Toalhas;
  • Papel higiênico;
  • Fraldas descartáveis;
  • Utensílios de alimentação descartáveis;
  • EPI após contato direto com pacientes em isolamento por COVID-19.

Procedimentos:

Os sacos devem ser substituídos quando atingirem 2/3 de sua capacidade ou pelo menos 1 vez a cada 48 horas, independentemente do volume.

Fechar totalmente os sacos, de forma a não permitir o derramamento de seu conteúdo, mesmo se virados para baixo. Uma vez fechados, precisam ser mantidos íntegros até o seu tratamento. Caso ocorra rompimento dos sacos, deverão ser verificados a qualidade do produto ou os métodos de transporte utilizados. Não se admite abertura ou rompimento de saco contendo resíduo infectante sem prévio tratamento.

Os sacos devem estar contidos em recipientes de material lavável, resistentes à punctura, ruptura, vazamento e com cantos arredondados, com tampa provida de sistema de abertura sem contato com as mãos.

Fonte: Resolução RDC/Anvisa nº 222/2018

O processo está de acordo com as etapas críticas de gestão de resíduos da Organização Mundial da Saúde.

Gestão de resíduos

Fonte: Organização Mundial da Saúde

Uma síntese das medidas de proteção coletivas e individuais voltadas à redução do risco de contágio e adoecimento dos profissionais de saúde pela COVID-19:

Síntese das medidas de proteção coletivas e individuais voltadas à redução do risco de contágio e adoecimento dos profissionais de saúde pela COVID-19

Exemplos de resíduos:

  • Higiene das mãos;
  • Uso de máscaras cirúrgicas por pacientes sintomáticos respiratórios;
  • Uso universal de máscaras nos serviços de saúde;
  • Distância mínima de 1 metro;
  • Todos EPIs disponíveis nas áreas específicas COVID-19;
  • Triagem, identificação, isolamento ou coorte;
  • Uso de máscaras cirúrgicas por sintomáticos;
  • Limitação do número de profissionais;
  • Ambiente de pressão negativa - trocas de ar (12 horas).

Gestão de medidas de suporte aos trabalhadores em saúde

O adoecimento de profissionais de saúde é uma das características da pandemia pela COVID-19, seja pela exposição aumentada ao risco, seja pela utilização de meios de transporte coletivo e por possibilidade de contágio domiciliar. Ainda existem poucos estudos epidemiológicos sobre esse problema, principalmente devido à subnotificação de casos - tanto pela baixa testagem, como pelos próprios serviços de saúde que informam de maneira inadequada e não sistemática, fato que é reconhecido pela própria OMS.

A magnitude do adoecimento, mesmo subestimado, é relevante e tem provocado muito receio, senão pânico, nos profissionais de saúde. Agrava-se ainda mais em circunstâncias onde há escassez de EPIs e os ambientes de cuidado têm instalações inadequadas.

O primeiro grande elemento de suporte psicológico a tal situação é o reconhecimento de que, mais do que nunca, os profissionais precisam ter garantido o seu direito a trabalhar de forma protegida e segura.

O segundo grande ponto é a noção de segurança psicológica, na qual os profissionais possam expressar todos seus receios, preocupações, problemas na instituição ou erros no cuidado de saúde cometidos ou observados sem que tenham medo de serem punidos. O próprio afastamento por sintomas respiratórios ou por questões psicológicos precisa ser conduzido de forma a apoiar o trabalhador da saúde e garantir a continuidade segura dos cuidados, sob responsabilidade da instituição de saúde.

Alguns desafios para a concretização do suporte aos profissionais de saúde são:

  • Criar espaços e oportunidades de escuta e diálogo entre as lideranças;
  • Realizar a identificação proativa de necessidades prementes dos trabalhadores de saúde;
  • Criar espaços de descanso e relaxamento nos ambientes de cuidado para os profissionais de saúde;
  • Realizar atividades de capacitação sobre as formas de transmissão da doença, meios de prevenção para todos os trabalhadores da instituição. A informação correta é um importante suporte;
  • Não "varrer os problemas para debaixo do tapete”, principalmente sobre a questão dos EPIs e dos afastamentos por adoecimento e compulsórios por fatores de risco (idades, comorbidades, gestantes, etc.).

Combatendo fake news

Fake news são notícias falsas que circulam pela internet.

Em momentos de crise como esse, da pandemia do coronavírus, o volume de informações erradas ou mentirosas aumenta, principalmente nas redes sociais.

Mas as redes sociais também são canais onde há informação confiável!

Fizemos uma lista de fontes de informação confiáveis que vão ajudar com as suas dúvidas sobre o coronavírus.

Siga os canais, ligue os alertas e se mantenha sempre atualizado, com a informação correta e verdadeira!

Colabore com a divulgação de informações corretas. Siga e compartilhe conteúdos de canais seguros.

Chegamos ao fim da aula

Essa foi a última aula do Módulo 3..

Nesta aula, você conheceu e viu como aplicar as medidas gerais de precaução de infecções associadas ao cuidado, bem como os protocolos de organização dos ambientes de cuidado e de uso de equipamentos de proteção individual.

Essa foi a última aula do Módulo 3. Esperamos que os conhecimentos aqui compartilhados colaborem com a sua prática no combate à pandemia de COVID-19.

No Material Complementar, você encontra diversas fontes de informação para se manter atualizado sobre o conhecimento científico a respeito do coronavírus bem como sobre os protocolos de atenção à saúde.

Atividade

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