[00:00:00]
[Música]
[00:00:08]
[Música]
[00:00:18]
[NARRADOR]
Júlia está mais uma vez reunida com as equipes da atenção básica e da vigilância em saúde de Céu Azul, o objetivo agora
é traçar estratégias para combater os surtos de dengue e Chikungunya que estão atingindo o Município, a Secretaria de
Saúde vai buscar o apoio de outras áreas do Governo Municipal, como educação, saneamento, limpeza urbana, comunicação e
Segurança Pública, uma das ações prioritárias é realizar uma força-tarefa para a coleta de resíduos que possam servir
como criadouro do mosquito.
[00:01:00]
[HOMEM 1]
O grande desafio é você entender a cidade, cidade como um organismo vivo, ela vai mudando, ela vai se criando,
crescendo, o grande desafio é que as pessoas consigam entender o seu autocuidado e cuidado com sua própria casa, a
entrada do drone foi fundamental para a gente ter uma nova visão da cidade.
[00:01:21]
[HOMEM 2]
Permitem ampliar muito o espectro da ação do agente.
[00:01:29]
[HOMEM 1]
Proporciona um tratamento em locais que não era viável a gente chegar, então é uma ferramenta que completou muito o
nosso trabalho.
[00:01:37]
[HOMEM 2]
Com aquela imagem e com aquele ponto de coordenada geográfica que eles conseguem verificar qual é a casa, qual é a
situação e montar uma ação, essa compreensão de que esse é um trabalho que vem para auxiliar, potencializar, aumentar a
efetividade, felizmente ela tem sido um poder de estímulo ao trabalho dos agentes.
[Música]
[00:02:28]
[MULHER 1]
A integração e a intersetorialidade eu acredito que é uma experiência que Belo Horizonte foi tendo ao longo dos anos,
aprendendo não só para o combate ao adoecimento com a Secretaria Municipal de Saúde, mas pelas suas políticas
estratégicas como um todo, então nós fomos entendendo ao longo dos anos eficiência e eficácia de nos vermos como um só.
[00:02:54]
[HOMEM 3]
Nós atuamos muitas vezes de forma conjunta em operações de mutirão quando nós temos alguns focos muito bem definidos e
identificados pelo serviço de saúde, então essas operações muitas vezes envolvem a Defesa Civil, a limpeza urbana, as
equipes zoonoses e das regionais.
[00:03:15]
[MULHER 1]
Um dos grandes desafios que nós temos hoje é a sensibilização, o entendimento, a apropriação do entendimento por parte
da sociedade, de que cada uma precisa fazer o seu papel no que tange ao modo de cuidar e lidar com resíduo.
[00:03:35]
[HOMEM 3]
Muitas vezes as equipes não conseguem encontrar o cidadão na sua casa durante o período diurno, muitas pessoas
trabalham, muitas pessoas têm atividades e não são encontradas durante o dia e a Defesa Civil como ela tem uma atividade
24 horas, nossas equipes se deslocam a esses locais onde as equipes da zoonoses não conseguem encontrar os proprietários
para ações mitigadoras e nós fazemos o agendamento com os proprietários, então à noite nós fazemos o agendamento
marcamos uma data e um horário para que os proprietários possam receber a visita das equipes de Zoonoses, a ação
preventiva ela é muito mais eficaz do que as ações de respostas, então a troca de informações, o compartilhamento de
dados, o compartilhamento de recursos, ele torna a ação do Município de Belo Horizonte na gestão e na prevenção de
desastres uma referência Nacional.
[00:04:35]
[HOMEM 1]
Essa união de setores nessa forma intersetorial da gente trabalhar dentro dos Municípios, ela a princípio ela cria uma
responsabilização de todas as secretarias de todas as partes sobre a questão de saúde relacionadas a virose.
[00:04:48]
[MULHER 2]
As pessoas sentirem a necessidade de estarem atendendo aos agentes de endemia e às orientações da Vigilância Sanitária
também.
[00:05:04]
[MULHER 3]
Nós temos articulação com a Secretaria Municipal de Saúde, por meio do programa Saúde na Escola, e nesse contexto aí
saúde e educação vão se unir para pensar e propor ações de prevenção, promoção e nós compreendemos a escola como espaço
privilegiado, de prevenção e promoção à saúde.
[00:05:33]
[MULHER 2]
Acho que a educação, o trabalho educativo é o primeiro lugar, não tem como você convencer uma pessoa, você vai ter que
limpar esse local e não falar para ela porque a importância de estar limpando.
[00:05:49]
[HOMEM 2]
O que nós queremos é mudar comportamento, se nós precisamos que novas gerações não tratem dengue, Chikungunya e
epidemias dessas doenças como uma questão rotineira e inevitável, esse investimento dos jovens através do programa Saúde
na Escola de uma interação saúde e educação é fundamental a importância para isso.
[00:06:18]
[HOMEM 1]
O agente ele não pode virar um simples visitador da casa da pessoa que chegar lá e vira um pratinho para você, não pode
ser isso, o agente, o papel dele é de educar a pessoa para que ela cuide do processo, do dia a dia da casa do morador,
então o papel do agente bem preparado é de criar, gerar educação e saúde lá no momento da vistoria para que aquilo se
perpetue por um tempo e a partir daí as tecnologias viram algo bem mais pontuais do que de rotina, então a rotina tem
que ser o autocuidado, tem que ser a pessoa, um cidadão consciente com o risco não só para a virose, mas qualquer tipo
de doença.
[00:07:08]
[MULHER 4]
Hoje, vamos falar sobre as vigilâncias ambiental, sanitária e saúde do Trabalhador. No entanto, antes, vale a pena
relembrar os destaques da aula passada, quando conversamos sobre a vigilância epidemiológica.
Na aula anterior, vimos que a vigilância epidemiológica é responsável pela coleta e processamento de dados, pela análise
de informações sobre a situação de saúde dos cidadãos e ainda pela promoção de ações voltadas para o controle de fatores
que podem levar ao adoecimento da população. Entendemos que a vigilância epidemiológica utiliza indicadores relacionados
ao estado nutricional, à morbidade e à mortalidade para avaliar os resultados das ações e propor medidas. Conhecemos os
principais sistemas de informação utilizados pela vigilância epidemiológica e entendemos a importância da notificação de
doenças e agravos para intervenção de riscos à saúde individual e coletiva.
Tudo que está à nossa volta pode tanto contribuir como prejudicar a nossa saúde. Por isso, a vigilância ambiental
trabalha para identificar e compreender as relações que se formam entre a saúde humana e o meio ambiente. A vigilância
ambiental é composta pela vigilância da qualidade da água para o consumo humano, pela vigilância em saúde de populações
expostas a substâncias químicas e pela vigilância em saúde de populações expostas a poluentes atmosféricos. A vigilância
da qualidade da água para o consumo humano é uma atribuição da vigilância ambiental há mais de 30 anos.
[00:09:30]
[HOMEM 4]
Ainda bem!
[00:09:36]
[MULHER 5]
A vigilância da qualidade da água é uma das vigilâncias, um dos processos de trabalho da vigilância em saúde ambiental
que busca levar água de qualidade em quantidade para a população brasileira. Então, o nosso foco de atuação é garantir
que aquela água que chega na casa das pessoas ou aquela água que é consumida pela população tenha uma qualidade padrão
para que não leve a população a nenhum tipo de adoecimento, seja esse adoecimento de curto prazo ou de longo prazo. Isso
vai evitar que a população tenha doenças como diarreia, hepatites. Então, existem várias doenças que são de transmissão
hídrica, que por meio desta vigilância garantir que a água esteja com cloro adequado, nem mais nem menos, porque muito
cloro pode adoecer a população, que a água tem uma quantidade de flúor adequada tanto para evitar problemas de saúde
bucal, mas também não excessiva para não levar a uma fluorose. Então, tudo na qualidade da água precisa ser dentro da
medida adequada para que a gente consiga promover ação de qualidade da água em uma ação de promoção da Saúde, desse
ciclo completo da água desde captar a água, tratar água e distribuir porque em todas as fases da água você pode ter
algum tipo de comprometimento dessa água e depois no armazenamento, a gente tem muitos problemas no armazenamento, então
principalmente quando a gente tem aqueles surtos de dengue, muitas caixas d'água são deixadas destampadas e acaba
servindo como um reservatório para proliferação. Então, a gente vê que a cadeia de possibilidade de adoecimento quando a
gente não cuida bem da água ela é muito grande, tanto com fatores diretos, como com fatores indiretos, então levar uma
água de qualidade para a população significa levar qualidade de vida para a população.
[00:11:31]
[MULHER 4]
Além de monitorar a qualidade da água consumida pela população, a vigilância também é responsável por detectar os
impactos que substâncias químicas e poluentes atmosféricos tem na saúde e no bem-estar das pessoas.
[00:11:46]
[HOMEM 5]
A vigilância em saúde de populações expostas a substâncias químicas monitora os efeitos que alguns compostos, como
agrotóxicos, amianto, benzeno, chumbo e mercúrio, podem ter na saúde. O Vigiar foi criado para identificar e monitorar
atividades que podem gerar poluição atmosférica no território e determinar os riscos que esses poluentes representam
para a saúde de todos. Além do Vigágua, do Vigitec e do Vigiar, a vigilância em saúde ambiental lida com fatores de
risco relacionados a desastres naturais, como enchentes e deslizamentos de terras, além dos riscos ligados à atividade
humana, como garimpos e o rompimento de barragens.
[00:12:38]
[MULHER 4]
O controle De Zoonoses também é uma das áreas de atuação da vigilância ambiental, as ações de controle de zoonoses são
voltadas para a prevenção, proteção e promoção da saúde humana frente aos riscos de transmissão de zoonoses e da
ocorrência de acidentes com animais peçonhentos e venenosos.
[00:12:59]
[HOMEM 6]
Muito importante a gente estar sempre trabalhando à saúde humana associada com a saúde do ambiente e associada com a
saúde animal. Essas três interações elas devem ocorrer e elas devem ser trabalhadas conjuntamente. Então, visando a
implementação desse trabalho integrado entre essas três saúdes, no século passado iniciou-se a criação de canis. Os
canis eram feitos principalmente para recolhimento desses animais de rua, frente a zoonoses. Na década de 70, é que
foram criados os antigos centros de controle zoonoses. Centro de controle zoonoses naquela época, eles tinham ações
muito específicas voltadas para o problema da raiva, onde havia ações de recolhimento desses animais das ruas, a
vacinação e o controle desses animais visando o controle da raiva em humanos. Com o decorrer do tempo, foram sendo
incorporadas outras vigilâncias de outras zoonoses, como a vigilância de roedores, como leptospirose, virose, os
acidentes por animais peçonhentos e outras doenças vetoriais como a própria dengue. A partir da década de 90, o
Ministério da Saúde sistematizou o uso desses recursos para apoiar os municípios na implantação e implementação dessas
unidades de vigilância de zoonoses. Em 2014, temos uma portaria muito importante que é a 758 de 26 de agosto de 2014,
onde ele denomina esses antigos Centros De Controle De Zoonoses como Unidades de Vigilância de Zoonoses, as conhecidas
UVZ. As Unidades de Vigilância de Zoonoses, por serem estruturas muito complexas, algumas são muito simples e outras
muito complexas, elas podem não ser viáveis para todos os municípios. Então, desde que o município tenha um grande
porte, ele pode ter uma UVZ financiada pelo Ministério da Saúde e aí realizar todas as ações que a gente falou de
vigilância, controle, monitoramento e Controle De Zoonoses. Quando esses municípios são menores, essas ações elas devem
ser feitas pelas secretarias municipais de saúde. Por exemplo, para raiva, todas as ações de vacinação, vigilância e
controle são feitas pela secretaria municipal. Então, tanto as secretarias municipais de saúde quanto às secretarias
Estaduais de saúde elas podem estar ajudando no controle dessas zoonoses quando não for possível a criação de um UVZ.
[00:15:30]
[MULHER 4]
Além da Dengue e da Chikungunya várias outras doenças de transmissão vetorial são foco da vigilância de Zoonoses, entre
elas estão a raiva e as leishmanioses.
[00:15:43]
[NARRADOR]
Na prevenção e controle da raiva a vigilância atua na educação em saúde com foco na prevenção do contato das pessoas com
morcegos e animais silvestres, na vacinação de cães e gatos, as estratégias de controle de leishmanioses estão centradas
no diagnóstico, no tratamento precoce dos casos humanos e na redução de população de insetos transmissores.
[00:16:11]
[MULHER 4]
Entre as doenças transmitidas por vetores, a malária também merece muita atenção, apesar da grande maioria dos casos
ocorreram na região Amazônica a letalidade é maior em regiões onde a doença não é endêmica, independente da zoonose as
ações de vigilância devem estar pautadas na redução ou eliminação do vetor, atuar sobre os animais que transmitem
doenças produz benefícios diretos à saúde da população. A gente vai fazer um intervalo bem rápido e voltamos para
conversar sobre a vigilância sanitária, até já.
[00:16:54]
[Música]
[00:17:00]
[NARRADORA]
O Conasems vem ser transformado fazemos parte da história da saúde pública no Brasil e a nossa trajetória, é a
trajetória do SUS, hoje a gente vai além mas sempre atento ao que nos torna plurais, somos a cara de todos os cantos
desse país, nos reinventamos todos os dias e por isso o Conasems quer sempre mais, mais SUS, mais informação e mais
interatividade, estamos cada vez mais perto dos profissionais de saúde e da Gestão Municipal em todas as telas, a
qualquer hora, é assim que nasce o mais Conasems, um projeto multiplataforma que mesmo à distância nos conecta, saiba
mais em www.conasems.org.br.
[00:17:49]
[Música]
[00:17:57]
[MULHER 4]
Estamos de volta e nós vamos falar agora sobre uma função típica indelegável do Estado, a vigilância sanitária, esse
tipo de vigilância intervém sobre riscos e agravos e tem um papel muito importante na melhoria da qualidade de vida dos
cidadãos.
[00:18:15]
[NARRADOR]
A vigilância sanitária atua sobre um amplo conjunto de produtos e serviços que impactam a saúde e o meio ambiente.
[00:18:26]
[MULHER 4]
A vigilância sanitária é organizada pelo Sistema Nacional de Vigilância Sanitária e esse sistema é formado por ações dos
três entes federais.
[00:18:36]
[HOMEM 7]
A Vigilância Sanitária é uma organização, uma rede de pessoas, equipamentos, recursos com autoridade legal para intervir
sobre ambientes e sobre o setor produtivo. É também um conjunto de conhecimentos, uma parte da saúde coletiva sobre a
produção de saúde e de doenças, e um conjunto de regras que são os procedimentos técnicos considerados potentes para
assegurar saúde às pessoas. Uma organização com poder legal e um campo de conhecimento especializado há muito tempo,
independentemente do porte do município, porque, afinal de contas, é um engano achar que quanto menor for o município,
mais fácil será a sua atuação para a proteção da saúde das pessoas. É muito comum achar que nos municípios pequenos a
cobrança será menor, mas não são menores. Afinal, municípios de grande porte, a proximidade dos problemas da realidade
da população também tem a mesma dimensão social. É importante que nas ações de proteção, de fiscalização e de educação,
no sentido principal da vigilância sanitária, que é eliminar, diminuir e prevenir riscos à saúde inerentes à produção,
seja qual for o seu município e ao uso de produtos e serviços de interesse da saúde ou as condições de seus ambientes.
Ou seja, a consolidação do sistema nacional de vigilância visa consolidar o sistema nacional de Vigilância Sanitária com
muita clareza na sua organização, nos seus princípios e diretrizes, com um protagonismo legítimo da visa do município e
com suporte dos demais entes administrativos. As responsabilidades dos gestores municipais são cada vez mais importantes
e cada vez mais são cobradas no que se refere à proteção das pessoas de seus municípios.
[00:20:43]
[MULHER 4]
Dentro do município a maioria das atividades realizadas pela vigilância sanitária que a população conhece, são de
caráter normativo e fiscalizatório principalmente no licenciamento e funcionamento de estabelecimentos, mas existem
outras atribuições importantes desse tipo de vigilância, como a educação sanitária, notificações de eventos adversos e
desvio de qualidade, a comunicação de risco, entre outras.
[00:21:11]
[HOMEM 7]
O sistema de vigilância pós-mercado, pós-comercialização, é um sistema de responsabilidade tripartite que tem como
objeto monitorar o comportamento de produtos sujeitos à vigilância sanitária após o uso desses produtos. Esse sistema
foi instituído por uma portaria ministerial, uma portaria do Ministério da Saúde e não uma resolução da Vigilância
Sanitária. Isso mostra a importância desse sistema porque ele articula muito o sistema de vigilância sanitária com
sistemas do Ministério da Saúde e cumpre um papel importante no objetivo da Vigilância Sanitária. São três coisas que a
vigilância sanitária se preocupa e age diariamente, muitas vezes até sem separar uma da outra. Primeiro é prevenir, o
segundo é vigiar e o terceiro é corrigir. Agora, quando a gente imagina a quantidade de bens e serviços que estão sob a
regulação, sob a responsabilidade da vigilância sanitária, é que a gente começa a cair a ficha de quão importante é esse
segmento em seu papel de ver, ouvir e orientar uma atuação importante da Vigilância Sanitária, independentemente do
porte, da estrutura que possa estar inserida, seja de pequeno, médio ou grande porte. A vigilância do
pós-comercialização de produtos e serviços a visa municipal tem uma responsabilidade maior no sentido de, ao obter
aquela informação, poder imediatamente transferir ou enviar aquela informação para os entes do sistema de vigilância
sanitária, de maior hierarquia, para que possam atuar e no sentido inclusive de corrigir eventuais distúrbios ou desvios
na regulação. Pela diversidade de atuação da vigilância sanitária e desse arcabouço de coisas que ela tem que cuidar, é
natural a gente supor que o grau de dificuldade dessa atividade possa ser grande. Um gestor tem que estar preocupado com
isso, não é simplesmente deixar acontecer para depois atuar. É aquela questão: eu previno, eu vigio, eu corrijo, mas se
eu prevenir a situação de agravo para as pessoas, não vai acontecer.
[00:24:11]
[NARRADOR]
É papel da vigilância sanitária conhecer o território e como a população percebe os riscos à saúde, em resumo, a
vigilância sanitária precisa fazer parte do cotidiano das pessoas.
[00:24:27]
[HOMEM 7]
A integração da vigilância sanitária com as demais vigilâncias, ele é um processo natural, mas eu acho que ela deve
partir da organização estrutural da Secretaria Municipal de Saúde, com o pressuposto de racionalizar a resposta às
demandas das necessidades da população. As outras vigilâncias epidemiológica, ambiental e saúde do Trabalhador, todos
têm o objeto principal de que, de preservar a saúde, proteger e promover a saúde das pessoas. A responsabilidade social
do gestor e da área específica não se exaure, significa não acaba, e principalmente daquilo que a gente tem que dizer
que é importante ter um quadro perene, um quadro forte e um quadro capacitado, independentemente do tamanho do
município. Ou seja, as ações de Vigilância Sanitária para ela seguir aquele trinômio que eu disse lá no início - eu
previno, eu vigio, e eu corrijo - ela tem que ter respaldo institucional e ela tem que ter garantia de que a sua ação
será feita em cima dos critérios técnicos administrativos baseados na ciência e não em critérios técnicos e
administrativos tirados da cabala.
[00:26:06]
[MULHER 4]
O trabalho e as condições em que ele é realizado também podem ser fatores determinantes para ocorrência de doenças,
agravos e óbitos.
[00:26:16]
[NARRADOR]
A vigilância em saúde do trabalhador busca identificar potenciais casos de doenças e agravos relacionados ao trabalho,
notificar possíveis casos, investigar as causas do surgimento de doenças e agravos e ainda orientar medidas de prevenção
e controle.
[00:26:34]
[MULHER 5]
A vigilância em saúde do trabalhador ela é uma das vigilâncias mais antigas, uma das áreas mais antigas que a gente tem
na organização. A partir do momento que a gente se observa como organizado na saúde pública, é uma das primeiras áreas
de conhecimento que a gente tem, por todo o histórico que a gente tem da construção do Sistema Único de Saúde, que
começa com a redemocratização. A gente lembra que a divisão na forma de fazer saúde pública para a população brasileira
era muito focada naquelas pessoas que tinham carteira assinada e as que não tinham carteira assinada. Então, quem tinha
carteira assinada era atendido pelo Inamps e quem não tinha carteira assinada era atendido pelas Santas Casas de
Misericórdia. Isso tem um simbolismo, um significado muito grande do quão importante é a questão de a gente olhar para a
saúde do trabalhador, porque é o trabalhador que vai mover justamente a nossa máquina econômica. Então, o impacto do
ambiente de trabalho pode ser negativo desde que a gente está no ventre da nossa mãe, até também ter impacto positivo,
porque o trabalho não é promotor de adoecimento, mas ele tem que ser promotor de saúde. Quando a gente olha para a
definição de saúde pública, de saúde de uma maneira geral, a saúde não é ausência da doença, mas a saúde significa
lazer, ela significa o bem-estar, ela significa trabalho, significa educação. Então, esse conjunto de determinantes e
condicionantes da saúde é que vai nos levar até mais ou menos saúde, procurar mais assistência de média e alta
complexidade, e o que a gente quer realmente é que os ambientes de trabalho sejam ambientes promotores de bem-estar,
promotores de saúde. Então, a gente tem que ter a clareza que nenhum município, a nossa população ela adoece igual, a
gente precisa conhecer o território, saber quem são os trabalhadores que estão ali, a partir disso desenhar a sua
estratégia de saúde do trabalhador. A gente tem a Renast, que é a rede nacional de atenção integral à saúde do
trabalhador, que ela é composta pelos Cerest, são centros de referência em saúde do Trabalhador, mas não apenas pelos
centros. Nós temos a vigilância em saúde do Trabalhador Estadual, temos núcleos de saúde do Trabalhador em municípios
que não são cobertos por Cerest e temos municípios menores que a gente tem uma referência técnica. Então, o importante é
a organização para atender a população com este saber, com este conhecimento, que é promover a saúde dos nossos
trabalhadores e monitorar com base naquilo que o nosso território demanda da gente.
[00:29:16]
[MULHER 4]
Também é fundamental que Visart esteja integrada a outros órgãos do Governo como educação, agricultura e meio ambiente,
e as instituições como Ministério do Trabalho, representações de trabalhadores e lideranças comunitárias.
[00:29:31]
[HOMEM 5]
A atenção básica tem um papel importante na vigilância em saúde do trabalhador, o dia a dia da atenção básica traz um
enorme conhecimento sobre a influência do trabalho nas condições de vida dos trabalhadores, e é bom lembrar que todas as
ações relacionadas à vigilância em saúde, inclusive a definição de recursos financeiros para a área deve compor os
instrumentos de gestão como plano Municipal de Saúde, a programação anual e o relatório de gestão.
[00:30:16]
[Música]
[00:30:23]
[MULHER 4]
E nós vamos para o município de Curralinho, no Estado do Pará.
[00:30:36]
[HOMEM 8]
Eu sou enfermeiro, meu nome é José Raimundo Farias. Eu sou secretário do município de Curralinho. O município de
Curralinho é um município de pequeno porte, poucos habitantes, basicamente vive de produção extrativista de açaí e de
outras culturas. O nosso serviço de saúde conta com um hospital, 13 de Saúde da Família na sede e cinco postos. A
questão da endemia: nós temos 5 unidades de tratamento para a malária, são as UTTs. Temos doença de chagas. Nós
trabalhamos basicamente a vigilância epidemiológica com relação às endemias, a malária que nós não temos malária urbana.
Nossa malária ela é na zona rural do município. Então, a malária é basicamente ligada à produção, ao trabalho, são os
exploradores de palmito, madeira e açaí que adentram a mata e acabam se contaminando com a malária, assim como também a
doença de chagas que está muito ligada à cultura do açaí. Hoje, a doença de chagas na nossa região é de vinculação oral
pela produção do Açaí, quando não é feita a higiene adequada. Nós temos agentes que trabalham na sede do município que
estão na prevenção. Nós temos áreas onde a malária ela é endêmica no nosso próprio município, então nessas áreas nós
temos unidades de tratamento, que são os famosos microscopistas que residem na comunidade e que estão atentos aos
sintomáticos febris, para coleta dinâmicas e o tratamento do programa da malária. Isso influencia diretamente na
economia do Município, então essas ações elas são feitas pontuais. Por exemplo, se há um aumento do número de malária
daquela determinada região, a gente envia uma equipe com número de agentes de endemia para essas áreas e é feito todo um
trabalho de educação, busca ativa e distribuição de mosquiteiros para poder conter aquele surto na localidade.
[00:32:53]
[MULHER 4]
E agora vamos para o município de Contagem, em Minas Gerais.
[00:32:58]
[MULHER 6]
Oi, meu nome Rejane Balmant, eu estou como subsecretária de atenção à saúde do município de Contagem Minas Gerais, o
município de contagem é um município da região metropolitana de Belo Horizonte, é um município com 700 mil habitantes,
são oito distritos, tem uma divisão territorial de oito distritos que são bastante diferentes entre si, a diversidade
econômica, social, da população que se distribui nesses distritos já se torna um grande desafio para os gestores, a
gente falar sobre vigilância em saúde é importante entender quão grande é a dimensão dessa política que envolve aí
vários eixos, envolve a vigilância em saúde do trabalhador, a vigilância epidemiológica, a vigilância ambiental e
Controle De Zoonoses, e a vigilância sanitária.
[00:34:14]
[HOMEM 8]
Nós não temos com que todas as vigilâncias com seus departamentos estejam instalados, há um complicador, essa população
não é aglomerada, ela é na beira do rio, nas ilhas, que é o nosso grande desafio, oferecer serviços para uma população
quase individual, ainda existem as associações, associações de produtores extrativistas e nós buscamos essas associações
para oferecer orientações, para oferecer capacitações, como se proteger contra a malária, os horários de pico quando o
mosquito é mais ativo, onde a gente consegue reunir e oferecer essas capacitações, e orientar o uso de EPIs para poder
tentar minimizar essas endemias.
[00:35:06]
[MULHER 6]
Uma política que ela é universal, que ela é transversal e orientadora do modelo de atenção à saúde como um processo
contínuo e sistemático de coleta de dados, de processamento de dados, e também de transformação desses dados em uma
informação para a tomada de decisão. De forma bem prática, a gente pode trazer como exemplo aqui a questão da pandemia,
como as ações de vigilância em saúde elas foram importantes para o controle. Quando a gente fala de vigilância
epidemiológica, como que a vigilância epidemiológica trabalhou na coleta desses dados, na transformação desses dados de
forma muito ágil e como que essa informação ela foi importante em todos os momentos da gestão dessa pandemia para a
tomada de decisão. Além da vigilância epidemiológica, a gente teve também a vigilância sanitária da normatização, na
fiscalização dos serviços assistenciais. A vigilância sanitária trabalhou muito também na fiscalização de ambientes que
não poderiam estar funcionando, não poderiam estar abertos e também na estruturação de serviços. Além da vigilância
epidemiológica e vigilância sanitária, a gente viu também a atuação muito importante da vigilância de saúde da
trabalhadora e do Trabalhador, para que os nossos trabalhadores eles tivessem a condição de trabalhar sem se expor aos
riscos de forma descontrolada. A gente observa que essa política ela traz um item muito importante que é o da
Integração, a integração entre as vigilâncias e a integração com a atenção básica, com atenção à saúde. A gente precisa
trabalhar de forma incessante para que essa integração ela se efetive de fato.
Além da vigilância epidemiológica, a gente teve também a vigilância sanitária da normatização, na fiscalização dos
serviços assistenciais. A vigilância sanitária trabalhou muito também na fiscalização de ambientes que não poderiam
estar funcionando, não poderiam estar abertos e também na estruturação de serviços. Além da vigilância epidemiológica e
vigilância sanitária, a gente viu também a atuação muito importante da vigilância de saúde da trabalhadora e do
Trabalhador, para que os nossos trabalhadores eles tivessem a condição de trabalhar sem se expor aos riscos de forma
descontrolada. A gente observa que essa política ela traz um item muito importante que é o da Integração, a integração
entre as vigilâncias e a integração com a atenção básica, com atenção à saúde. A gente precisa trabalhar de forma
incessante para que essa integração ela se efetive de fato. Parte superior do formulário.
[00:37:28]
[HOMEM 8]
Aqui no nosso Município, ano passado nós tivemos alguns casos de doença de chagas, nós conseguimos evitar para que esse
surto aumentasse, a educação em saúde é fundamental, hoje apesar de toda evolução da internet, aqui na nossa região a
gente ainda usa muito a rádio comunitária, nós temos uma rádio aqui na sede do município que ela tem um papel
fundamental para que a gente possa chegar até os locais mais distantes onde ainda não há nem energia elétrica e nem
internet, nós temos um programa diário em que a gente passa as informações e orientações, em forma de palestras ou em
forma de vinhetas, para que as pessoas elas consigam ter conhecimento e tentar se proteger.
[00:38:23]
[HOMEM 9]
Acho que a coisa mais importante que a vigilância vai ajudar vocês na ponta são exatamente os instrumentos que a
vigilância pode te dar para você conhecer melhor o seu território. Obviamente, esse conhecimento tem que ser junto com a
atenção básica. A gente faz um esforço enorme para que as equipes trabalhem sempre em harmonia, trabalhem juntas, para
que o maior conhecimento do território possa dar mais informação para que a gestão municipal possa ter otimização dos
recursos que são poucos. Infelizmente, no sistema de saúde, os recursos são finitos. Então, essa articulação com a
vigilância, os instrumentos que a vigilância tem que vocês mesmos preenchem aí na ponta são instrumentos que vão dar
para vocês muita informação, junto com a atenção básica, junto com a assistência, para vocês conhecerem melhor o
território de vocês. Isso é importante. O Brasil é um país diverso, e o conhecimento de território é primordial para que
as ações de vigilância se tornem realmente melhores as condições das pessoas, porque a vigilância é isso, é proteger a
vida. Então, a gente tem que ter informação prévia para a gente evitar problemas e quando tem os problemas como nós
estamos enfrentando agora uma pandemia, a gente tem informações para o que que a gente possa fazer com as atitudes que a
gente tem, e a vigilância vai te dar exatamente esses instrumentos. Então, eu queria finalizar essa aula com essa
perspectiva de vocês encararem os instrumentos de vigilância como instrumento de aprimoramento do conhecimento do seu
território, junto com a assistência, junto com atenção básica, para a gente realmente fazer a diferença, e a vigilância
é assim mesmo, com pouco dinheiro a gente faz muita coisa.
[00:40:13]
[MULHER 4]
Vamos então rever os destaques de hoje.
[00:40:16]
[NARRADOR]
Nesta aula, nós conhecemos as ações realizadas pelas vigilâncias ambiental e sanitária, e vigilância em saúde do
Trabalhador. Vimos que a vigilância ambiental atua no controle da qualidade da água que a população consome, no
monitoramento dos impactos de compostos químicos e poluentes atmosféricos, e na vigilância de zoonoses. Mostramos que a
vigilância sanitária trabalha, entre outras funções, com licenciamento e funcionamento de estabelecimentos, educação
sanitária, notificações de eventos adversos e comunicação de risco. Entendemos como a vigilância em saúde do Trabalhador
é capaz de prevenir agravos e doenças relacionados ao ambiente de trabalho. Por fim, relembramos a importância da
integração entre as vigilâncias e destas com a atenção básica, para que a gestão Municipal consiga dar uma resposta
satisfatória às necessidades de saúde da população.
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E no APA você vai ter acesso ao conteúdo sobre o financiamento das ações de vigilância em saúde, além de informações
importantes sobre a vigilância de violências, acidentes e a farmacovigilância, acompanha o CONASEMS também pelas redes
sociais, na próxima aula nós vamos começar a falar sobre atenção especializada. Te vejo lá e bons estudos!