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Diabetes Mellitus no SUS
Promoção, prevenção e o fortalecimento do autocuidado

Módulo 3 | Aula 1 Redes de atenção à saúde, doenças crônicas e autocuidado

Tópico 5

Rede de Atenção à Saúde das Pessoas com Doenças Crônicas

O Ministério da Saúde, por meio da Portaria nº 483, de 1 de abril de 2014, redefine a Rede de Atenção à Saúde das Pessoas com Doenças Crônicas no âmbito do SUS e estabelece diretrizes para a organização das suas linhas de cuidado. Nela, são definidos os objetivos das Redes de Atenção à Saúde para pessoas com doenças crônicas:

Art. 4º. São objetivos da Rede de Atenção à Saúde das Pessoas com Doenças Crônicas:

I - realizar a atenção integral à saúde das pessoas com doenças crônicas, em todos os pontos de atenção, através da realização de ações e serviços de promoção e proteção da saúde, prevenção de agravos, diagnóstico, tratamento, reabilitação, redução de danos e manutenção da saúde; e

II - fomentar a mudança no modelo de atenção à saúde, por meio da qualificação da atenção integral às pessoas com doenças crônicas e da ampliação das estratégias para promoção da saúde da população e para prevenção do desenvolvimento das doenças crônicas e suas complicações.

PORTARIA Nº 483, DE 1 DE ABRIL de 2014

A instituição das Redes de Atenção à Saúde pretende:

  1. Ampliar o acesso desses usuários com doenças crônicas aos serviços de saúde
  2. Promover o aprimoramento da qualidade da atenção à saúde com ações coordenadas e contínuas que busquem o cuidado integral do indivíduo e a continuidade do cuidado

Mas para que isso aconteça, o acesso e integração entre os serviços de saúde em todos os níveis de atenção deve ser garantido, para que todos tenham acesso aos recursos diagnósticos e terapêuticos adequados.

Foto de uma mulher branca deitada em uma maca, ela veste uma blusa branca com listras e olha para a mulher na sua frente, uma mulher negra com cabelos cacheados escuros, veste um uniforme cinza, jaleco e luvas brancas, está com um estetoscópio no pescoço, ela sorri e segura a mão da mulher que está deitada, atrás das suas mulheres uma bancada com vários frascos e uma janela.
Fonte: Freepik

A portaria ainda destaca que a implantação das Redes de Atenção à Saúde das pessoas com doenças crônicas se dará por meio da organização e operacionalização de linhas de cuidado específicas, no qual devem:

Art. 24. No âmbito da Rede de Atenção à Saúde das Pessoas com Doenças Crônicas, as linhas de cuidado deverão:

I - expressar os fluxos assistenciais que precisam ser garantidos ao usuário a fim de atender às necessidades de saúde relacionadas a uma condição crônica; e

II - definir as ações e os serviços que serão ofertados por cada componente da Rede de Atenção à Saúde das Pessoas com Doenças Crônicas, baseadas em diretrizes clínicas e de acordo com a realidade de cada região de saúde, sempre considerando as evidências científicas sobre o tema de que trata.

PORTARIA Nº 483, DE 1 DE ABRIL de 2014

Assim, a proposta de Linhas de Cuidado visa organizar a assistência à saúde aos indivíduos relacionados a condições específicas de saúde, indicando o fluxo assistencial e serviços ofertados em todos os níveis da RAS.

Para construção das Linhas de Cuidado, o Ministério da Saúde considerou os protocolos, diretrizes e normas técnicas, e ao todo já foram estabelecidas 22 Linhas de Cuidado:

Tabela com as 22 linhas de cuidado:

Acidente Vascular Cerebral (AVC) no Adulto; Hipertensão Arterial Sistémica (HAS) no Adulto; Asma; HIV / Aids no adulto; Câncer de mama; Infarto Agudo do Miocárdio (IAM); Depressão no adulto; Insuficiência Cardíaca (IC) no adulto; Diabetes Mellitus Tipo 2; Obesidade no adulto; Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC); Pessoas com Demência; Doença Renal Crónica (DRC) em Adultos; Puericultura e Hebicultura; Dor Lombar; Tabagismo; Dor Torácica; Transtornos de Ansiedade no adulto; Hepatites Virais; Transtornos por uso de álcool no adulto; Transtorno do Espectro Autista (TEA) na Criança; e Sindrome de intecção congénita pelo virus zika (SCZ).

22 Linhas de Cuidado
Acidente Vascular Cerebral (AVC) no Adulto Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) no Adulto
Asma HIV / Aids no adulto
Câncer de mama Infarto Agudo do Miocárdio (IAM)
Depressão no adulto Insuficiência Cardíaca (IC) no adulto
Diabetes Mellitus Tipo 2 Obesidade no adulto
Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) Pessoas com Demência/td>
Doença Renal Crônica (DRC) em Adultos Puericultura e Hebicultura
Dor Lombar Tabagismo
Dor Torácica Transtornos de Ansiedade no adulto
Hepatites Virais Transtornos por uso de álcool no adulto
Transtorno do Espectro Autista (TEA) na criança Síndrome de infecção congênita pelo vírus Zika (SCZ)

Queremos chamar atenção aqui para a Linha de Cuidado para o adulto com diabetes tipo 2.

O processo completo da Linha de Cuidado retrata o caminho a ser percorrido por um paciente com diabetes tipo 2 na RAS: as unidades de saúde (pontos assistenciais) recebem o paciente pelo processo de cuidado (macro atividades), a saber:

  1. Hipótese diagnóstica: realizada no primeiro ponto assistencial em que o paciente se apresenta (porta de entrada).
  2. Confirmação diagnóstica: onde se é capaz de confirmar o diagnóstico.
  3. Regulação/transferência: situações nas quais o cuidado é referenciado para outra unidade de saúde.
  4. Planejamento terapêutico: o paciente recebe o tratamento integral neste ponto assistencial.
  5. Planejamento terapêutico: o paciente recebe o tratamento integral neste ponto assistencial.
Fonte: Campus Virtual Fiocruz

Esse processo assistencial ocorre de forma multidirecional, de acordo com critérios de encaminhamento, a partir de parâmetros clínicos e de capacidade estrutural de atendimento de cada Unidade de Saúde, mantendo o vínculo com a unidade de origem/referência na Atenção Primária.