Módulo 3 | Aula 1 Redes de atenção à saúde, doenças crônicas e autocuidado
O Modelo de Atenção às Condições Crônicas (MACC)
Com base no Modelo de Cuidados Crônicos (MCC) e em outras experiências, o Brasil criou o Modelo de Atenção às Condições Crônicas (MACC). Esse modelo estrutura-se pela estratificação de cinco níveis de intervenções de saúde, a saber:
Intervenções de promoção da saúde
Prevenção das condições de saúde
Gestão da condição de saúde simples
Gestão da condição de saúde complexa
Gestão de caso para as condições de saúde muito complexas
O Modelo de Atenção às Condições Crônicas (MACC) atua sobre a população e seus determinantes, a partir dos quais se definem ações e práticas da equipe de saúde mais adequadas a cada grupo-estrato.
A figura a seguir ilustra o modelo, o qual deve ser lido em três colunas:
- Na coluna da esquerda, sob influência do Modelo da Pirâmide de Riscos (MPR), está a população total estratificada em subpopulações por estratos de riscos. O MPR contribui para que a atenção à saúde se adeque às necessidades de saúde da população.
- Na coluna da direita, sob influência do Modelo de Determinação Social da Saúde (MDSS) de Dahlgren e Whitehead, estão os diferentes níveis de determinação social da saúde: determinantes intermediários, proximais e individuais. O MDSS contribui buscando promover a equidade em saúde. Por se tratar de um modelo de atenção à saúde não cabe incluir determinantes distais da saúde.
- Por último, na coluna do meio, sob influência do Modelo de Cuidados Crônicos (MCC), temos os cinco níveis de intervenções: promocionais (nível 1), preventivas (nível 2) e de gestão da clínica (níveis 3, 4 e 5).
Modelo de Atenção às condições Crônicas (MACC), este modelo está em um esquema de pirâmide, dividido em cinco níveis, o nível 1 é a base, embaixo dele está escrito “Modelo da Atenção Crônica”, a pirâmide está dividida em dois lados, no lado esquerdo é o modelo da pirâmide de riscos, no lado direito é o modelo da determinação social da saúde.
Começando pela base e pelo lado do modelo da pirâmide de riscos temos o nível 1 (Intervenções de promoção da saúde): população total, nível 2 (Intervenções de prevenção das condições de saúde): Subpopulação com fatores de riscos ligados aos comportamentos e estilos de vida, nível 3 (Gestão da condição de saúde): Subpopulação com condição crônica simples e/ou com fator de risco biopsicológico, nível 4 (Gestão da condição de saúde): Subpopulação com condição crônica complexa, e no topo e por último o nível 5 (Gestão de caso): Subpopulação com condição crônica muito complexa.
Do lado direito, que é o Modelo da Determinação Social da Saúde, e começando novamente pelo nível 1 (Intervenções de promoção da saúde), que é a base, temos: Determinantes sociais da saúde intermediários, o nível 2 (Intervenções de prevenção das condições de saúde): Determinantes Sociais da Saúde Próximas, e no nível 3 (Gestão da condição de saúde), nível 4 (Gestão da condição de saúde) e o topo que é o nível 5 (Gestão de caso): Relação autocuidado/ atenção profissional, determinantes sociais individuais com condição de saúde e/ou fator de risco biopsicológico estabelecido.
No nível 1 está a população em geral e a atuação deve se dar nos determinantes sociais intermediários de saúde, ou seja, naqueles ligados às condições de vida e trabalho. O modo de intervenção é por meio de projetos intersetoriais que articulem ações de melhoria habitacional, geração de emprego e renda, acesso a saneamento básico, educação, entre outros.
No nível 2, as intervenções são de prevenção das condições de saúde e com foco nos determinantes proximais da saúde ligados aos comportamentos e estilos de vida. Os mais importantes são o tabagismo, a alimentação inadequada, a inatividade física, o excesso de peso e o uso excessivo de álcool.
A partir do nível 3 do MACC se opera com um fator de risco biopsicológico e/ou uma condição de saúde cuja gravidade convoca intervenções diferenciadas dos sistemas de atenção à saúde. No nível 3, a população apresenta uma condição crônica simples, de baixo ou médio risco, enquanto no nível 4 a população já apresenta uma condição crônica mais complexa. Ambos os níveis serão enfrentados pela tecnologia de gestão da condição de saúde. Porém, no nível 3 vai se operar principalmente por meio de intervenções de autocuidado apoiado, ofertadas por uma equipe da Estratégia de Saúde da Família (ESF), com ênfase na atenção multiprofissional; e o nível 4 vai operar equilibradamente com autocuidado apoiado e o cuidado profissional, em uma atenção cooperativa entre generalistas e especialistas.
Por último, o nível 5 se destina à atenção das condições crônicas muito complexas que acomete uma pequena parte da população, mas que em função de sua gravidade determinam os maiores dispêndios dos sistemas de saúde. A atuação se dá através da gestão de caso, com alta concentração de cuidado profissional. Um gestor de caso (profissional ou parte de uma equipe de saúde) deve coordenar a atenção recebida pelo usuário em todos os pontos de atenção e apoio, ao longo do tempo.
Assista abaixo o material sobre "Modelo de Atenção às Condições Crônicas", dividido em 3 partes:
Parte 1:
Parte 2:
Parte 3: