Módulo 3 | Aula 1 Redes de atenção à saúde, doenças crônicas e autocuidado
Elementos constitutivos das RAS
Três elementos fundamentais constituem as Redes de Atenção à Saúde (RAS):
É a razão de ser das Redes de Atenção à Saúde (RAS).
A população de responsabilidade das RAS vive em territórios sanitários únicos e deve ser completamente conhecida e cadastrada em sistemas de informação que facilitem o registro dos cuidados em saúde prestados aos usuários por diversos profissionais e serviços. Além disso, é necessário subdividi-la e estratificá-la em subpopulações de acordo com os fatores de risco, permitindo aos profissionais uma melhor compreensão da sua população em grupos específicos, como gestantes, crianças, hipertensos, diabéticos, entre outros.
A atenção primária à saúde desempenha papel-chave na estruturação das RAS; ela é o centro da comunicação, funcionando como ordenadora e coordenadora do cuidado integral e contínuo da população que está sob sua responsabilidade, e ainda deve ser a porta de entrada prioritária para o paciente.
A atenção especializada reúne os diversos pontos de atenção com diferentes necessidades tecnológicas e de equipamentos, visando apoiar e complementar os serviços da atenção primária de forma resolutiva e em tempo oportuno. São pontos de atenção à saúde secundária e terciária, os serviços de urgência e emergência, os exames diagnósticos, os hospitais e ambulatórios com diferentes especialidades médicas e equipe multiprofissional.
Os sistemas de apoio são formados pelo apoio diagnóstico e terapêutico, pela teleassistência e pela assistência farmacêutica. Também é necessária a oferta de práticas integrativas e complementares (como homeopatia, acupuntura, entre outras) e de práticas corporais na construção das RAS.
Já os sistemas logísticos se caracterizam como soluções em saúde. São responsáveis por estabelecer articulações na rede, tendo como exemplos os sistemas de informação, os sistemas de acesso regulado, o registro eletrônico em saúde, o prontuário eletrônico e o sistema de transporte sanitário.
Por último, a governança deve ter capacidade de intervenção nos diferentes atores, mecanismos e procedimentos da gestão da rede.
Este modelo define a forma como a atenção deve ser realizada na rede e como os diversos pontos devem se comunicar e se articular.
Modelos de atenção à saúde voltados às condições crônicas são ofertas recentes e, em sua maioria, têm como precursor o Modelo de Cuidados Crônicos (MCC) ou Chronic Care Model.
Inicialmente apresentado em 1998 pelo MacColl Institute for Health Care Innovation, o Modelo de Cuidados Crônicos (MCC) tem como princípios:
- a organização da atenção à saúde,
- o uso de recursos da comunidade,
- o autocuidado apoiado,
- o desenho da linha de cuidado,
- o suporte às decisões clínicas, e
- um sistema de informações clínicas.
Após diversas adaptações, esse modelo foi implantado em vários países.