Muito do conteúdo desta aula foi retirado, inspirado e/ou adaptado do capítulo 36 (Diabetes melito: cuidado longitudinal) do livro "Medicina ambulatorial: Condutas de atenção primária baseadas em evidências", 5ª edição, organizado por Bruce B. Duncan, Maria Inês Schmidt, Elsa R.J. Giugliani, Michael Schmidt Duncan e Camila Giugliani, publicado em 2022 pela Editora Artmed de Porto Alegre. A conteudista expressa seus sinceros agradecimentos aos autores deste capítulo, Maria Inês Schmidt, Michael Schmidt Duncan e Bruce B. Duncan, pela permissão concedida para utilizar seu conteúdo.

As complicações cardiovasculares em pessoas com diabetes são semelhantes às encontradas na população em geral.

A maioria dessas complicações são cardiovasculares ateroscleróticas, resultantes do processo de aterosclerose, caracterizado pela formação de depósitos complexos de células e gorduras nas paredes das artérias, conhecidos como "placas" de ateroma.

Esquema ilustrando uma artéria normal e outra artéria acometida de estreitamento (estenose) devido a presença de uma placa de aterosclerose. Fonte: Academia Nacional de Medicina

À medida que essas placas crescem, elas estreitam o calibre dos vasos, causando problemas de circulação sanguínea e danos aos órgãos que dependem dessas artérias para nutrição e oxigenação. Em caso de obstrução completa, ocorre necrose (morte celular) do órgão ou de parte dele, resultando em um quadro agudo que pode ser fatal. Por exemplo, a obstrução de uma das artérias coronarianas (artérias que irrigam o coração) causa infarto do miocárdio, enquanto a obstrução de uma das artérias cerebrais causa acidente vascular cerebral (derrame). Outra localização perigosa das placas de ateroma é nas artérias dos membros inferiores, o que pode levar à gangrena e à amputação da perna.

Além das complicações ateroscleróticas, outra doença cardiovascular que vamos conhecer nesta aula é a insuficiência cardíaca . Ela ocorre quando o músculo cardíaco fica fraco e não bombeia sangue no corpo de maneira adequada para o corpo. A insuficiência cardíaca, na maioria das vezes, é consequência a longo prazo de cardiopatia isquêmica (falta de oxigenação do coração por aterosclerose das artérias coronarianas) ou de hipertensão arterial não controlada. Todavia, na ausência dessas causas, diabéticos podem desenvolver insuficiência cardíaca devido a uma doença específica que acomete o músculo cardíaco: a cardiomiopatia diabética.

Objetivos

Ao final desta aula, esperamos que você seja capaz de: