Módulo 2 | Aula 1
letramento racial para trabalhadores do sus
Sistema escravista e trabalho livre no Brasil: cidadania e saúde para quem?
Introdução
A trajetória histórica e social do Brasil é marcada por profundas desigualdades e injustiças, especialmente no que diz respeito às transições do trabalho escravo para o trabalho livre. No contexto da saúde, essas transições revelam acentuadas disparidades no acesso e na qualidade dos serviços de saúde. Durante o período escravista, a população negra era tratada como propriedade, com cuidados de saúde mínimos e frequentemente inadequados, voltados mais para a manutenção da força de trabalho do que para o bem-estar dos indivíduos.
Com a abolição da escravidão, as promessas de cidadania e acesso igualitário à saúde não se concretizaram plenamente. A população afro-brasileira continuou a enfrentar discriminação, marginalização social e barreiras significativas no acesso a serviços de saúde adequados. Essas desigualdades históricas refletiram-se na saúde pública, com comunidades negras e regiões mais pobres recebendo menos investimentos, resultando em menores expectativas de vida e maiores índices de doenças evitáveis.
Pensando nisso, o letramento racial constitui-se como uma ferramenta crucial para educar a sociedade sobre as raízes e as consequências do racismo estrutural, capacitando os profissionais de saúde a reconhecer e combater as desigualdades raciais e, assim, assegurar que os direitos de cidadania e saúde sejam efetivamente garantidos para toda a população negra.