Módulo 3 | Aula 4
Construção Coletiva para implantar ações de controle da transmissão do HTLV
Objetivos de aprendizagem
- Conhecer exemplos de atores-chave envolvidos com a pauta e suas respectivas ações para o controle da transmissão do HTLV e eliminação da transmissão vertical como problema de saúde pública
Atores-chave e suas ações possíveis
A implantação de ações de controle da transmissão do HTLV requer uma abordagem coletiva e multidisciplinar. Um passo fundamental para a construção coletiva é a conscientização sobre a importância do HTLV e seus impactos. Este processo envolve a participação de diversos atores, como profissionais da saúde, gestores, sociedades de classes profissionais, pesquisadores e educadores, sociedade civil, comunidade, dentre outros.
A seguir, vamos apresentar atores-chave e suas possibilidades de atuação nessa mobilização coletiva para o controle da transmissão do HTLV. O conteúdo é um exercício para que cada um possa se inspirar e refletir sobre como pode fazer a diferença no âmbito do seu escopo de atuação e cotidiano.
É importante destacar, que os atores e as ações apresentadas são exemplos e, portanto, não se deve limitar a eles. Além disso, uma mesma pessoa pode desempenhar diversos papéis em suas ações, assim como uma mesma ação pode ser desempenhada por atores diversos.
Clique nos atores para ver as ações:
- Participar de capacitações para atualização do conhecimento sobre HTLV, no que tange à prevenção, formas de transmissão, diagnóstico, manejo dos casos e orientação.
- Implementar em seu serviço de assistência maneiras de fácil dispensação de preservativos internos e externos, e também disponibilizar informações sobre o HTLV e outras ISTs.
- Implementar em seu serviço de assistência protocolos que permitam a identificação precoce de casos, acolhimento e aconselhamento de PvHTLV, suas parcerias sexuais e familiares, proporcionando um atendimento centrado nas necessidades do indivíduo.
- Para profissionais que atuam na área de diagnóstico, implementar e executar os testes diagnósticos com qualidade, conforme os fluxogramas estabelecidos em normativas nacionais.
- Durante o pré-natal, fornecer informações sobre HTLV e transmissão vertical, orientar quanto a importância do rastreio para HTLV na primeira consulta e solicitar testes confirmatórios para HTLV nos casos de testes de triagem reagentes. Em caso de gestantes vivendo com HTLV, orientar quanto às medidas para prevenção da transmissão vertical, que consistem na interrupção da lactação com uso de cabergolina e a não amamentação, com fornecimento de fórmula láctea para a criança exposta ao HTLV.
- Realizar a notificação de infecção HTLV, incluindo gestantes, parturientes ou puérperas e crianças expostas ao risco de transmissão vertical do HTLV.
- Auxiliar gestores locais da determinação e implementação de fluxos de referência e contrarreferência no caso de diagnóstico de HTLV ou doenças associadas ao HTLV, a depender da necessidade de cada indivíduo e capacidade estrutural dos serviços das Redes de Atenção à Saúde do seu município e região.
- Contribuir com pesquisas científicas, que buscam atualização das evidências sobre o tema para embasar as políticas públicas, bem como o desenvolvimento de inovações em prevenção, diagnóstico e tratamento.
- Atuar em nível tripartite (federal, estadual e municipal) na construção e implementação de políticas públicas para o enfrentamento do HTLV e prevenção da transmissão vertical de HTLV.
- Publicar protocolos clínicos e diretrizes terapêuticas com base em evidências científicas.
- Promover o acesso aos insumos de prevenção, diagnóstico e manejo da infecção por HTLV no âmbito do SUS.
- Garantir a alocação de recursos necessários para a implementação das ações.
- Promover encontros locais, nacionais e internacionais (presenciais, online ou híbridos), com participação dos diversos atores chaves para ampliação da mobilização pela pauta do HTLV.
- Estabelecer mecanismos permanentes de monitoramento e avaliação das políticas públicas de HTLV, buscando o aperfeiçoamento constante e de forma coletiva.
- Realizar análise epidemiológica dos casos de HTLV no Brasil para apoiar as recomendações de prevenção e controle da infecção por HTLV, bem como da eliminação da transmissão vertical.
- Estabelecer estratégias para incentivar a mobilização local e nacional para o HTLV.
- Promover campanhas informativas para profissionais de saúde e população geral sobre o HTLV.
- Facilitar a colaboração entre diferentes setores e níveis de atenção à saúde, promovendo uma abordagem integrada para o controle do HTLV.
- Desenvolver políticas públicas para mitigar estigmatização ao HTLV e garantir os direitos das pessoas em situação de vulnerabilidade devido ao HTLV, para que possam viver como protagonistas no exercício dos seus direitos civis.
- Colaborar na elaboração de diretrizes e normas técnicas para o manejo do HTLV, com base nas melhores práticas e evidências científicas.
- Promover ações para capacitação e disseminação dessas diretrizes entre seus membros (sites, palestras, congressos, revistas), buscando a promoção das boas práticas para prevenção, diagnóstico e manejo do HTLV.
- Pautar em fóruns diversos sobre a necessidade de melhoria de recursos e de ampliação de apoio para desenvolvimento de ações relacionados ao HTLV no seu escopo de atuação.
- Incluir HTLV na grade dos currículos de cursos de graduação e pós-graduação em saúde, buscando a formação de profissionais capacitados e mobilizados para a pauta.
- Desenvolver materiais didáticos e recursos educacionais que abordem o HTLV conforme as especificidades de cada profissão e âmbito de atuação.
- Desenvolvimento de materiais especializados sobre a prevenção, diagnóstico e manejo do HTLV.
- Promover o desenvolvimento de atividades entre os alunos, como seminários, pesquisa de extensão, pesquisa científica, dentre outras, que promovam a assimilação do conteúdo sobre o HTLV e também sobre vivência das pessoas que vivem com HTLV de forma prática, inovadora e dinâmica.
- Promover e apoiar programas de educação continuada para profissionais de saúde, com vistas na atualização do conhecimento e das práticas relacionadas ao HTLV.
- Organizar eventos científicos (seminários, workshops, palestras, congressos, etc.) sobre o HTLV, ou incluir a pauta do HTLV em eventos científicos com temáticas diversas, nas quais o HTLV também se enquadra, como por exemplo: evento sobre doenças infecciosas, evento sobre técnicas para diagnóstico, evento sobre prevenção de doenças transmitidas verticalmente, etc.
- Conduzir pesquisas sobre o HTLV, incluindo estudos epidemiológicos, clínicos e de intervenção.
- Desenvolver novas tecnologias para prevenção, diagnóstico, tratamento e manejo do HTLV.
- Publicar os resultados das pesquisas em revistas científicas (nacionais e internacionais), bem como participar de conferências, congressos e simpósios para disseminação do conhecimento.
- Realizar a tradução do conhecimento das pesquisas científicas para que sejam compreendidas por um público geral, contribuindo para ampliar a aplicação dos resultados em diversas práticas.
- Colaborar com gestores de saúde para implantação das políticas públicas informadas por evidências científicas.
- Criar grupos de apoio para pessoas vivendo com HTLV, oferecendo suporte emocional e para as ações voltadas ao cuidado em saúde.
- Organizar e promover eventos comunitários para disseminação de informações sobre o HTLV para a comunidade.
- Atuar em parceria com os serviços de saúde, sobretudo na realização de ações extramuros, como ações em escolas e em locais de sociabilidade de populações de maior vulnerabilidade.
- Realizar ações de advocacia que visam influenciar a formulação, aprovação e execução de políticas públicas junto aos poderes Legislativo, Executivo e Judiciário e à sociedade como um todo, por meio de trabalhos em rede e mobilização coletiva.
Exemplo de ações conjuntas
Como exemplo de atuação conjunta, pode-se citar o evento online realizado em alusão ao Dia Nacional do HTLV no Brasil (23 de março). Em 2024, o Departamento de HIV, Aids, Tuberculose, Hepatites Virais e Infecções Sexualmente Transmissíveis (Dathi/SVSA), em parceria com o HTLV Channel e HTLVida, organizou um webinar para ampliar a conscientização do HTLV entre sociedades de classes profissionais e sociedades científicas.
O webinar contou com a presença de representantes das sociedades que dialogam com a pauta, num debate sobre como podemos avançar juntos, considerando o escopo de atuação de cada participante.
Estiveram presentes no webinar representantes da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical (SBMT), Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), Academia Brasileira de Neurologia (ABN), Sociedade de Doenças Sexualmente Transmissíveis (SBDST), Sociedade Brasileira de Família e Comunidade (SBMFC), Conselho Federal de Medicina (CFM), Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) e Conselho Federal de Farmácia (CFF).
![](../assets/images/modulo3/aula4/img1.png)
Além da participação no webinar, as sociedades também fizeram divulgação da pauta, a exemplo do Conselho Federal de Medicina, nesse post em sua página na internet.
A participação social no SUS
O SUS foi instituído pela Constituição Federal de 1988, fundamentado em princípios como a universalidade, integralidade e equidade. A Lei nº 8.080/1990, conhecida como a Lei Orgânica da Saúde, estabelece os fundamentos, objetivos, estrutura e funcionamento do SUS. A Lei nº 8.142/1990 complementa e operacionaliza a Lei nº 8.080/1990. Ela detalha a participação social e o financiamento do SUS, aspectos fundamentais para a implementação dos princípios e diretrizes estabelecidos pela Lei Orgânica da Saúde.
O SUS foi instituído pela Constituição Federal de 1988, fundamentado em princípios como a universalidade, integralidade e equidade. A Lei nº 8.080/1990, conhecida como a Lei Orgânica da Saúde, estabelece os fundamentos, objetivos, estrutura e funcionamento do SUS. A Lei nº 8.142/1990 complementa e operacionaliza a Lei nº 8.080/1990. Ela detalha a participação social e o financiamento do SUS, aspectos fundamentais para a implementação dos princípios e diretrizes estabelecidos pela Lei Orgânica da Saúde. A participação da comunidade é um dos princípios organizativos do sistema, assegurando que as políticas de saúde sejam formuladas e implementadas com a contribuição ativa da sociedade. Assim, no que diz respeito a participação da comunidade, a Lei nº 8.142/1990:
- Institui as Conferências de Saúde, realizadas a cada quatro anos, para avaliar a situação de saúde e propor diretrizes para as políticas de saúde. Essas conferências ocorrem em nível municipal, estadual e nacional, e são abertas à participação de gestores, profissionais de saúde, usuários do sistema e outros segmentos da sociedade.
-
Cria os Conselhos de Saúde, que são instâncias colegiadas permanentes de participação social, com representação paritária de gestores, trabalhadores da saúde, prestadores de serviços e usuários. Os Conselhos de Saúde são instâncias presentes nos níveis municipal, estadual e nacional. Eles são compostos por representantes do governo, prestadores de serviços, profissionais de saúde e usuários.
Em 2023, o Dathi/SVSA reinstituiu espaços de participação da sociedade civil em busca de contribuições para a estruturação de respostas efetivas e eficazes em HIV, aids, hepatites, ISTs (incluindo HTLV), tuberculose e micoses endêmicas e para a eliminação de doenças determinadas socialmente, por meio da proteção e da promoção da saúde das pessoas. Essas são as comissões que participam:
Comissão de Gestão em HIV/Aids, Tuberculose, Hepatites Virais e IST (COGE)
Instituída pela Portaria SVSA nº 81, de 2 de junho de 2023, a COGE é de caráter permanente, como instância colegiada assessora para a resposta brasileira ao HIV/Aids, Tuberculose, Hepatites Virais e ISTs.
Dentre suas competências estão assessorar na definição de diretrizes e prioridades da Política Nacional de HIV/Aids, Tuberculose, Hepatites Virais e ISTs; propor estratégias para o aprimoramento da gestão nas três esferas de governo, com ênfase nas ações de monitoramento, no âmbito do SUS, promovendo a institucionalização e a sustentabilidade das ações em HIV/Aids, Tuberculose, Hepatites Virais e ISTs; e propor ações intersetoriais que contribuam para a prevenção, o diagnóstico e o tratamento do HIV/Aids, Tuberculose, Hepatites Virais e ISTs, pautadas no objetivos, princípios e diretrizes do SUS.
A COGE é composta por representantes do:
- Dathi/SVSA/MS;
- Conselho Nacional de Secretários Estaduais de Saúde – CONASS;
- Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde – CONASEMS;
-
e representantes de coordenações estaduais e municipais de ISTs/HIV/Aids/Hepatites Virais/Tuberculose.
Comissão Nacional de HIV/Aids, Tuberculose, Hepatites Virais e Infecções Sexualmente Transmissíveis (CNAIDS)
Instituída pela Portaria GM/MS nº 1.663, de 23 de outubro de 2023, é um órgão colegiado de caráter consultivo, propositivo e de assessoramento, que assessora o Dathi na formulação das políticas públicas de controle do HIV/aids, da tuberculose, das hepatites virais e das ISTs, visando ao alcance de respostas efetivas e eficazes para proteção e promoção da saúde, no âmbito do SUS.
Dentre as competências do CNAIDS estão: assessorar, acompanhar e subsidiar a formulação das políticas públicas para o controle do HIV/aids, da tuberculose, das micoses endêmicas, das doenças causadas por micobactérias não tuberculosas - MNT, das hepatites virais e das ISTs; e contribuir na análise e na elaboração de documentos e pareceres sobre as políticas públicas relacionadas ao HIV/aids, à tuberculose, às hepatites virais e às ISTs.
Na composição do CNAIDS, encontram-se representantes do Grupo de Apoio aos Portadores do HTLV - HTLVida.
Comissão de Articulação com os Movimentos Sociais em HIV/Aids, Tuberculose, Hepatites Virais e Infecções Sexualmente Transmissíveis (CAMS)
Instituída pela Portaria SVSA nº 104, de 21 de setembro de 2023, é um órgão colegiado permanente, de caráter consultivo, com objetivo de debater os aspectos técnicos e políticos necessários à formulação de políticas públicas de saúde para o enfrentamento do HIV/Aids, da tuberculose, das hepatites virais e das infecções sexualmente transmissíveis - ISTs.
Dentre as competências da CAMS, está: assessorar o Dathi/SVSA/MS na formulação, implementação e revisão das políticas públicas de saúde para o enfrentamento do HIV/Aids, da Tuberculose, das Hepatites Virais e das ISTs; viabilizar espaço de articulação e integração com os diferentes movimentos sociais, para contribuição do fortalecimento de instâncias democráticas de participação social e incentivar a construção de ações comunitárias de promoção, prevenção e do cuidado integral às pessoas e comunidades afetadas pelo HIV/Aids, Tuberculose, Hepatites Virais e IST.
A CAMS possui na sua composição entidades dos segmentos coletivos de:
- HIV/Aids e pessoas vivendo com HIV/Aids (PVHA);
- hepatites virais; c) tuberculose;
- HTLV e outras ISTs;
- LGBTQIANP+;
- trabalhadoras do sexo;
- redução de danos;
- pessoas negras;
- mulheres;
- juventudes;
- e povos indígenas.
HTLV e iniciativas para o seu enfrentamento
Conheça algumas iniciativas construídas coletivamente que envolvem o HTLV.
Programa Brasil Saudável
Lançado em 2024, o Programa Brasil Saudável é o desdobramento do Comitê Interministerial para a Eliminação da Tuberculose e Outras Doenças Determinadas Socialmente (Ciedds). Ele concentra as ações intersetoriais para criação de políticas públicas voltadas para a eliminação da transmissão vertical de HTLV e de outras infecções e doenças determinadas socialmente - como hepatite B, HIV, sífilis e doença de Chagas. O programa é coordenado pelo Ministério da Saúde e consiste em uma articulação entre 14 ministérios, além da participação da sociedade civil.
As diretrizes do Programa Brasil Saudável tem ações que vão além das questões de saúde (como ampliação do diagnóstico, inovação no tratamento etc.), e incluem políticas públicas de mitigação das vulnerabilidades sociais.
Organograma de composição do Comitê Interministerial para a Eliminação da Tuberculose e Outras Doenças Determinadas Socialmente (Ciedds)
![A imagem apresenta o organograma de composição do Comitê Interministerial para a Eliminação da Tuberculose e Outras Doenças Determinadas Socialmente (o Ciedds)](../assets/images/modulo3/aula4/img2.png)
![O lançamento do programa Brasil Saudável contou com a presença de pesquisadores da Fiocruz, membros do Departamento de HIV, Aids, Tuberculose, Hepatites Virais e Infecções Sexualmente Transmissíveis (Dathi/SVSA), e representantes de OSCs, como HTLVida](../assets/images/modulo3/aula4/img3.png)
O lançamento do programa Brasil
Saudável
contou com a presença de pesquisadores da Fiocruz, membros do Departamento de
HIV, Aids, Tuberculose, Hepatites Virais e Infecções Sexualmente Transmissíveis
(Dathi/SVSA), e representantes de OSCs, como HTLVida
O HTLV foi incluído no Programa Brasil Saudável para atender a um pedido realizado pela sociedade civil ao Ministério da Saúde. Esta é uma importante iniciativa voltada para a eliminação ou redução de doenças e infecções que acometem com maior intensidade populações mais vulnerabilizadas.
Certificação Subnacional para a Eliminação e/ou Selos de Boas Práticas rumo à Eliminação da Transmissão Vertical
Com o objetivo de reconhecer, fomentar e incentivar estratégias e ações de eliminação da transmissão vertical de doenças determinadas socialmente, o Ministério da Saúde concede certificados de eliminação e selos de boas práticas rumo à eliminação da transmissão vertical. Os certificados e selos são emitidos a estados e municípios acima de 100 mil habitantes que alcançam metas de impacto e de processo e comprovem a realização de ações para prevenção da transmissão vertical relacionadas aos eixos:
- Programas e Serviços;
- Capacidade Diagnóstica e qualidade dos testes;
- Vigilância Epidemiológica e Qualidade dos dados;
- Direitos Humanos, igualdade de gênero e participação da comunidade.
Trata-se de uma adaptação nacional das iniciativas da Organização Pan-Americana de Saúde e Organização Mundial de Saúde para a certificação de países.
Até o ano de 2023, 110 municípios de 4 estados receberam alguma certificação para HIV e/ou sífilis. Em 2024, a certificação para eliminação ou selos de boas práticas rumo à eliminação da transmissão vertical de Hepatite B foi inserida no processo, bem como um piloto da certificação de doença de Chagas. Para 2025, está prevista a inclusão do HTLV nesta estratégia.
Com esta certificação subnacional, o Brasil busca engajar todo o território na prevenção da transmissão vertical, envolvendo gestores, profissionais de saúde, sociedade científica, sociedade civil e diversos outros grupos envolvidos com a pauta.
Linha do tempo da estratégia de Certificação Subnacional de Eliminação da Transmissão Vertical
![O lançamento do programa Brasil Saudável
contou com a presença de pesquisadores da Fiocruz, membros do Departamento de HIV, Aids, Tuberculose, Hepatites Virais e Infecções Sexualmente Transmissíveis (Dathi/SVSA), e representantes de OSCs, como HTLVida](../assets/images/modulo3/aula4/img4.png)
Até 2030 o Brasil almeja alcançar a eliminação da transmissão vertical de HIV, sífilis, Hepatite B, doença de Chagas e HTLV.
Oficinas Estaduais de HTLV – Saindo da Invisibilidade
Nacionalmente, o Ministério da Saúde, juntamente com a sociedade civil (Grupo HTLVida, representado por Adijeane Oliveira e Márcia Brandão) e especialistas estão realizando oficinas estaduais, em parceria com a coordenação local. O objetivo é ampliar a divulgação sobre o HTLV, especialmente entre Organizações de Sociedade Civil (OSC).
![Duas fotos da Oficina Estadual, ocorrida no Maranhão, em setembro de 2023.](../assets/images/modulo3/aula4/img5.png)
Oficina Estadual no Maranhão, em setembro/2023.
![Duas fotos: uma da Oficina Estadual, ocorrida no Pará, em junho de 2024 e outra da Oficina ocorrida na Paraíba, em julho de 2024.](../assets/images/modulo3/aula4/img6.png)
Imagens da Oficina Estadual no Pará (acima) e na Paraíba (abaixo), em junho e julho/2024.
![Foto da Oficina Estadual, ocorrida em Pernambuco, em outubro de 2024.](../assets/images/modulo3/aula4/img7.png)
Imagens da Oficina Estadual em Pernambuco, outubro de 2024.
Não se trata de uma oficina de capacitação de protocolos clínicos e diretrizes terapêuticas, mas sim de um momento de mobilização pelo HTLV por meio da ampliação do conhecimento sobre o tema.
Participam das oficinas integrantes da sociedade civil de segmentos diversos, como HIV/Aids, Hepatites Virais, movimento LGBTQIA+, pessoas negras, etc., além de gestores e profissionais da saúde de serviços de assistência em HIV/IST. O objetivo é sensibilizar os diversos atores do local para avanços em políticas públicas em HTLV, e estimular que OSC coloquem o HTLV dentre suas pautas de atuação.
No momento encontra-se em planejamento a realização de oficinas em todas as Unidades Federativas do país durante o ano de 2024 e 2025.
Material de divulgação
Um folder produzido pelo Dathi/SVSA em 2024, entregue nas oficinas pelo Ministério da Saúde, foi inspirado nos documentos produzidos pelo HTLVida em parceria com especialistas do tema.
![Oficina no Pernambuco](../assets/images/modulo3/aula4/img8.png)
Você pode baixar o folder “HTLV saindo da invisibilidade” aqui
Este folder também foi distribuído em diversos eventos, contribuindo para este movimento nacional de tirar o HTLV da invisibilidade.
Inclusão da pauta do HTLV em eventos científicos multidisciplinares
Oficina pré-congresso realizada no 58º Congresso da Sociedade Brasileira de Medicina (MedTrop) com o tema: “Vamos falar sobre HTLV?”. Esta oficina contou com a participação de profissionais da saúde, gestores, pesquisadores, acadêmicos, sociedade civil, representantes do Ministério da Saúde e da Organização Pan-Americana da Saúde.
![Foto da Oficina Pré-Congresso no quinquagésimo oitavo Congresso da Sociedade Brasileira de Medicina MedTrop, em setembro de 2023.](../assets/images/modulo3/aula4/img9.png)
Imagens da Oficina Pré-Congresso no 58º Congresso da Sociedade Brasileira de Medicina (MedTrop), 2023.
Realização de Campanhas e produção de materiais de divulgação
Os materiais de campanha são divulgados nas redes sociais oficiais do Ministério da Saúde, bem como compartilhados em aplicativos de comunicação. Destaca-se a confecção do Pin do HTLV, pelo Ministério da Saúde e demais secretarias, inspirado no laço desenvolvido pela sociedade civil e científica brasileira em 2016, que hoje se caracteriza como um símbolo mundial da luta pelo HTLV. Trata-se de um selo vermelho, que remete ao fato do HTLV ser um retrovírus, assim como o HIV, acrescido de bolinhas brancas, remetendo a sua invisibilidade, segundo depoimento de Sandra do Valle, Laura Lee e Dr. Augusto César Penalva na publicação da página do “World HTLV Day”.
![Imagem com publicações em redes sociais falando sobre a explicação sobre o laço símbolo do HTLV.](../assets/images/modulo3/aula4/img10.png)
Registros de rede
social
sobre a explicação do laço símbolo do HTLV (acima a esquerda),
pin de HTLV e imagens de publicações sobre HTLV em redes sociais do Ministério da
Saúde.
Estas campanhas, em nível local e nacional, são fundamentais para promoção do conhecimento sobre a infecção para toda a comunidade.
Inclusão no HTLV nas diretrizes nacionais e estratégias para o enfrentamento ao HIV/aids e outras ISTs para mulheres em situação de vulnerabilidade
O documento apresenta diretrizes e estratégias intra e intersetoriais para o enfrentamento ao HIV/aids e outras ISTs (incluindo o HTLV) para mulheres em situação de vulnerabilidade. As diretrizes e estratégias propostas reiteram a necessidade de revisão do “Plano Integrado de Enfrentamento da Feminização da Epidemia de Aids e outras DST”, de 2007. Essa foi uma demanda do Movimento Nacional das Cidadãs Posithivas (MNCP), em uma audiência pública ocorrida na Câmara dos Deputados.
![Imagens sobre as ações para o desenvolvimento do Plano de Enfrentamento do HIV/aids, Hepatites Virais, HTLV, Sífilis e outras Infecções Sexualmente Transmissíveis em mulheres em situação de vulnerabilidade.](../assets/images/modulo3/aula4/img11.png)
Imagens sobre as
ações
para o desenvolvimento do Plano de Enfrentamento do HIV/aids,
Hepatites Virais, HTLV, Sífilis e outras Infecções Sexualmente Transmissíveis em
mulheres em situação de vulnerabilidade.
A atualização do Plano está em processo de construção coletiva, pautado pelas Diretrizes, tem previsão de ser lançado em dezembro de 2024. Ele terá como título: Plano de Enfrentamento do HIV/aids, Hepatites Virais, HTLV, Sífilis e outras ISTs em mulheres em Situação de Vulnerabilidades.
Publicação de materiais para qualificação do cuidado sobre ISTs, com inclusão do HTLV
O documento Fluxogramas para o Manejo Clínico das Infecções Sexualmente Transmissíveis foi baseado no Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para Atenção Integral às Pessoas com Infecções Sexualmente Transmissíveis (PCDT IST), e traz uma seção destinada ao HTLV.
Destaca-se a importância de inclusão da pauta de HTLV nos materiais que abordam ISTs e a utilidade deste documento na prática clínica.
![Imagens da capa da sessão HTLV no documento Fluxogramas para Manejo Clínico das Infecções Sexualmente Transmissíveis.](../assets/images/modulo3/aula4/img12.png)
Imagens da capa da sessão HTLV no documento Fluxogramas para Manejo Clínico das Infecções Sexualmente Transmissíveis
O material teve 300 mil exemplares distribuídos para todas as unidades da federação, servindo como um material de apoio de mesa, no formato de um calendário. O documento, tamanho A4, está disponível na página do Ministério da Saúde, no Gov.Br
Guia para o Manejo Clínico da Infecção pelo HTLV
O Guia para o Manejo Clínico da Infecção pelo HTLV foi uma iniciativa dos especialistas na área de HTLV para qualificação das práticas de diagnóstico e manejo clínico da infecção. Ele é um importante instrumento na defesa da melhoria das políticas públicas para o HTLV e incorporação de novos procedimentos e novas tecnologias no âmbito do SUS.
![Imagem da capa do Guia de Manejo Clínico da Infecção pelo HTLV.](../assets/images/modulo2/aula1/img4.png)
Guia de Manejo Clínico da infecção
pelo HTLV
Publicado em parceria com o Ministério da Saúde, o Guia se encontra na sua terceira
edição
Produção de materiais informativos para população geral e profissionais da saúde
Uma mesma informação pode ser transmitida de diversas formas, com a utilização de recursos variáveis. Os diversos documentos produzidos sobre o HTLV, para ampla divulgação do conhecimento, são de fundamental importância para alcançar a maior quantidade possível de pessoas.
Um exemplo é o livro “HTL…o quê? - Uma história rimada sobre um vírus pouco conhecido”. O livro apresenta um visual atrativo, com conteúdo de fácil leitura, didático e informativo. Foi lançado no Dia Nacional de Enfrentamento ao HTLV e produzido por profissionais da FIOCRUZ Pernambuco.
![Imagem da capa do livro HTL… O quê?](../assets/images/modulo2/aula4/img3.png)
Livro “HTL…o quê?
“HTL… o
quê?” foi criado com imagens produzidas por inteligência artificial. Você pode
baixar o livro no Repositório Institucional da
Fiocruz
Outro exemplo é a Cartilha HTLV em gestantes. Ela traz as principais informações sobre o tema para gestantes e profissionais da saúde. A Cartilha foi produzida por pesquisadoras em HTLV da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul.
![Imagem da cartilha HTLV em gestantes: o que você precisa saber.](../assets/images/modulo3/aula4/img13.png)
Com uma linguagem simples e intuitiva, oferece informações, orientações e medidas gerais para prevenir a transmissão vertical do HTLV.
Canais de comunicação
Canais de comunicação são muito importantes para a divulgação de informações seguras sobre o HTLV. Um exemplo é o HTLV Channel, um canal do YouTube criado por duas pesquisadoras de HTLV. Seu objetivo é ser uma estratégia para aumentar a divulgação do tema entre profissionais de saúde, gestores e população em geral. Hoje, é um canal de referência para comunicação sobre HTLV e apoio para usuários, profissionais de saúde e parceiros em eventos.
![Imagem do canal no YouTube do HTLV Channel.](../assets/images/modulo2/aula4/img2.png)
Além do YouTube, o HTLVChannel está presente também no Instagram.
Um canal recente nas redes sociais dedicado à divulgação sobre o HTLV é o HTLV Brasil, criado por pesquisadores da Fiocruz Pernambuco. Seu principal objetivo é ampliar a comunicação sobre o vírus, promovendo tanto a divulgação científica quanto a popularização do conhecimento. Para alcançar esse objetivo, o HTLV Brasil tem participado de eventos científicos, como o Fiocruz Para Você e a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia, utilizando estratégias interativas, como jogos, materiais didáticos e a criação do personagem "Viraldo - O HTLV", que busca engajar o público e facilitar o entendimento sobre o tema.
Você chegou ao final da aula
A implantação de ações de controle da transmissão do HTLV é uma responsabilidade compartilhada entre diversos atores. Profissionais de saúde, gestores, sociedades de classes profissionais, sociedade civil, pesquisadores e educadores, dentre outros, desempenham papéis vitais nesse esforço coletivo. Com uma abordagem integrada e colaborativa, é possível desenvolver e implementar estratégias eficazes para prevenir a transmissão do HTLV, melhorar o cuidado das pessoas que vivem com HTLV e promover a saúde pública. O compromisso e a ação coordenada de todos esses atores são essenciais para o avançar.![](../assets/images/icones/virusFeliz.png)
Para encerrar esta jornada de aprendizado, assista ao vídeo com o Dr. Ricardo Ishak sobre o panorama atual do HTLV no Brasil, seus marcos históricos e a trajetória dos estudos do vírus.
Dr Ricardo Ishak e o panorama do HTLV no Brasil : histórico sobre eventos marcantes da trajetória do estudo do vírus
Fonte: CVFE você? Como você pode fazer a diferença nesta luta pelo HTLV, hoje?
AUTORES: Pâmela Cristina Gaspar e Mayra Gonçalves Aragón