Gestão de Riscos de Emergência em Saúde Pública no Contexto da COVID-19
no Brasil

Voltar para o início
Aulas
1. Gestão da informação e sistemas de alerta em emergências em saúde pública no contexto da COVID-19 3. Logística para resposta a Emergências em Saúde Pública no contexto da COVID-19 4. Lições aprendidas no enfrentamento da Covid-19 e recomendações para situações futuras​
Bibliografia
Créditos

Módulo 3

Preparação e resposta às Emergências em Saúde Pública no Contexto da COVID-19

Aula 2

Diferença entre dados, informação e conhecimento

Que tipo de informações fazem parte do processo de Gestão de Conhecimento? Podemos considerar que a gestão do conhecimento possui três bases: os dados, as informações e o conhecimento. Para explicar cada uma dessas bases, vamos tomar como exemplo a produção de conhecimento sobre a COVID-19.

Os dados são os registros ainda em estado bruto que embasam os resultados das pesquisas como: o número de óbitos em um município; de leitos disponíveis na rede de emergência, da população vacinada, entre outros.

Saiba Mais

No entanto, os registros nem sempre estão expressos em números, podem ser as decisões resultantes de uma reunião, informações obtidas em um relatório, respostas de uma série de entrevistas. Portanto, para registros quantitativos utiliza-se o termo dado, mas para os qualitativos, podemos usar somente a palavra registro.

O importante é entender que os dados, quando analisados separadamente, podem não explicar muita coisa. Veja um exemplo:

Fonte: Freepik
Fonte: Freepik

Quando informamos que o número de casos em um município é 2 mil, esse número pode ser elevado para um município com 100 mil habitantes, por exemplo. Entretanto, pode não representar um número alto para uma cidade com 5 milhões de habitantes. Nesse exemplo, foi preciso associar os dados sobre casos ao da população residente para construir um indicador (taxas, por exemplo) e entendermos a situação de risco de cada município.

Dados agregados e analisados em conjunto geram as informações, produzindo conteúdos (ou evidências) para a tomada de decisão, como por exemplo a taxa de óbitos por município, comparada a outros de mesmo porte, oferecendo indicadores de como está a resposta em cada um deles.

A taxa de ocupação de leitos de UTI COVID-19 é outro indicador importante. Quando esta taxa é superior a 90% para leitos do SUS, indica um agravamento da pandemia (zona crítica) e a necessidade de medidas mais rigorosas para conter seu avanço. Na última semana de fevereiro de 2021, foram registrados uma média 54.000 casos e 1.200 óbitos diários por COVID-19 e pela primeira vez, desde o início da pandemia, verificou-se em todo o país o agravamento simultâneo de diversos indicadores. Este conjunto de fatores deve ser enfrentado estrategicamente, em todos os setores do sistema de saúde, não apenas em hospitais, mas igualmente no reforço de ações de atenção primária (APS) e vigilância em saúde, incluindo medidas de comunicação de risco

(Boletim Covid-19 Fiocruz, 2021)

O conhecimento é o produto dos dados e registros analisados, discutidos e validados por pares, que geram o conteúdo a ser comunicado para diferentes públicos, e possibilita a tomada de decisões estratégicas de forma mais segura em situações de ESP.

Para pesquisadores, em geral, a forma de disseminação do conhecimento são os artigos, os congressos, seminários e eventos acadêmicos.

Para gestores e corpo técnico usamos as notas técnicas, boletins, informativos para compartilhar o conhecimento.

Para a sociedade organizada e população em geral, a mídia de massa, como canais abertos de TV e rádio, as redes sociais, sites institucionais são os mais utilizados para obter conhecimento.