MÓDULO 1 | AULA 2 Transmissão, sinais e sintomas e diagnóstico
Desenvolvimento de formas graves
Como mencionado anteriormente, apesar de ser comumente uma infecção aguda e autolimitada, com os sintomas durando de 2 a 4 semanas, é importante ter atenção com os grupos populacionais considerados de risco: pessoas imunossuprimidas, gestantes e crianças. Mulheres grávidas também podem transmitir o vírus para o feto através da placenta.
Entre as condições geradoras de imunossupressão, podemos listar:
- Síndrome da imunodeficiência adquirida, conhecida como AIDS.
- Leucemia.
- Linfoma.
- Câncer avançado em uso de quimioterapia.
- Transplantados.
- Doenças autoimunes em uso de medicações imunossupressoras.
Uma vez confirmado o caso de Mpox, alguns critérios devem ser utilizados para avaliar sua gravidade. Os critérios de gravidade podem ser utilizados para decisão sobre internação hospitalar. São eles:
- Número de lesões cutâneas e/ou mucosas maior do que 100.
- Infecção bacteriana secundária e/ou sepse.
- Alteração da consciência e/ou suspeita de encefalite.
- Dispneia (falta de ar) e/ou suspeita de pneumonia.
- Lesões extensas levando a dor incontrolável com medicações orais.
- Lesões cutâneas ou mucosas com sangramento ameaçador à vida.
- Lesões extensas ou linfonodomegalia com caráter obstrutivo comprometendo funções vitais, como ingestão de alimentos/líquidos (disfagia), micção ou evacuação.
(Brasil, 2022, adaptado).
No surto de 2022, as pessoas vivendo com HIV e imunossupressão avançada tiveram maior gravidade de quadros de Mpox, com evolução fulminante das úlceras, fazendo processos necróticos com acometimento de tecidos profundos, envolvimento pulmonar e do sistema nervoso central, entre outras manifestações. Na cidade do Rio de Janeiro, as pessoas vivendo com HIV e hospitalizadas por Mpox tinham pior adesão ao tratamento do HIV e controle do vírus. Isso reforça a importância de fortalecer a resposta da epidemia de HIV/AIDS para enfrentamento da Mpox e vice-versa.
O usuário deve ter seus sinais e sintomas monitorados, pois há algumas complicações que precisam ser avaliadas pela equipe assistencial quanto à necessidade de encaminhamento para atendimento especializado. São elas:
Infecções secundárias, lesões cutâneas permanentes, perda de fluidos por exsudação e lesões dolorosas em mucosas.
Infecções secundárias, redução da acuidade visual, úlceras na córnea, cegueira
Broncopneumonia e insuficiência respiratória.
Além da perda de líquido pelas lesões cutâneas, as lesões na mucosa da boca podem dificultar a alimentação e a hidratação (Brasil, 2022).
Segundo a OMS, sepse e encefalite também foram relatadas em casos graves de Mpox (WHO, 2023). Além disso, as equipes de assistência à saúde devem ficar atentas com a saúde mental do paciente e de seus familiares.