Tarja Aula 3

Ativismo Digital em Saúde: uso político das mídias digitais

Objetivos de aprendizagem:

Ao final desta aula, você será capaz de:

  • Entender as diferentes definições de ativismo digital, compreendendo a relação de mídias sociais, internet e debate público situacionalmente.

  • Compreender as dinâmicas das disputas sobre a verdade no cenário contemporâneo.

  • Conhecer exemplos de iniciativas e coletivos de combate à desinformação.

Mas, afinal, o que é ativismo digital?

Nas duas últimas décadas, o ativismo digital se tornou um tema relevante não apenas para a academia, mas para toda a sociedade. De acordo com o Google Ngram Viewer, a referência ao termo ativismo digital vem aumentando constantemente, desde 1990.

Atenção

Google Ngram Viewer - um visualizador que exibe, por meio de gráficos, o número de ocorrências de uma frase ou palavra no corpo de livros em um período selecionado.

Especialistas como Michael Hardt (2017) relacionam o surgimento do ativismo digital a um aumento dos ciclos de protestos. Isso se deve aos aspectos comunicacionais e midiáticos na organização de movimentos sociais que proporcionaram um rápido processo de mudança tecnológica, o que dá a impressão de uma aceleração de mudanças políticas.

Práticas de ativismo digital

É importante compreendermos que o termo ativismo digital é amplo e inclui uma variedade de práticas envolvendo dispositivos fixos e móveis, com acesso à internet.

Hackativismo

São ações políticas organizadas por hackers, usando meios digitais (LAFLOUFA, 2011).

Ativismo de hashtag

Quando os usuários de internet utilizam uma hashtag, funciona como uma etiquetagem do que está acontecendo nas redes em um dado momento.

Defesa do software de código aberto

É um software de computador de uso livre, sob uma licença na qual o detentor dos direitos autorais concede aos usuários os direitos de usar, estudar, alterar e distribuir o software e seu código fonte para qualquer pessoa e para qualquer propósito.

Nesse sentido, vemos que ativismo digital é uma categoria de definições que abrange o uso de diferentes mídias digitais usadas para fins políticos.

No ativismo digital as tecnologias são partes importantes das estruturas sociais e políticas mais amplas, em vez de serem independentes ou apenas expressões (WILLIAMS, 2016). Sendo assim, o ativismo surge dentro e em resposta a um dado contexto social e o mesmo ocorre com a tecnologia de mídia, incluindo a mídia digital.

Portanto, as características e a forma das tecnologias de mídia são moldadas por necessidades e práticas sociais, políticas e econômicas, ao mesmo tempo que projetam as possibilidades de autoexpressão, participação política e ativismo no espaço público. Nesse caso, o ativismo digital pode ser utilizado para ocupar o espaço público e publicizar problemas tidos como localizados. Essa prática, então, pode fortalecer o exercício da cidadania ao permitir que diferentes grupos se expressem e demandem reconhecimento, tornando-os visíveis perante um público maior.

Atenção

Para saber mais sobre a história do código aberto:
Open Source Iniciative - History (inglês)

Revisão histórica sobre ativismo digital

O ativismo digital é um campo em crescimento. Apesar de seu surgimento ser comumente atribuído ao período da revolução digital, o movimento surgiu muito antes da década de 2010.

Antes das mídias sociais (Facebook, Instagram, Twitter, entre outros), os telefones celulares, câmeras de vídeo portáteis e computadores pessoais mudaram a forma como os movimentos sociais se auto-organizaram e documentaram suas atividades ao longo das últimas décadas, principalmente após os anos de 1970 (SCHOLZ, 2010).

Especialistas tentam traçar as origens das mobilizações pela internet. Todd Wolfson (2014), por exemplo, investiga as organizações de esquerda (ciberesquerda) nos Estados Unidos até o movimento zapatista na década de 1990 no México. Ele vê como um dos primeiros movimentos que aciona explicitamente uma rede de comunicação entre lutas que inspiraram ativistas nos Estados Unidos.

Embora uma história mais abrangente do ativismo digital ainda não tenha sido feita, especialmente sobre experiências em outras localidades além da América do Norte, existem algumas tentativas de traçar uma linha do tempo. Uma delas é a partir da noção de ondas de ativismo digital, proposta por Karatzogianni (2015):

1994 - Primeira onda

Inicia com o movimento zapatista, no México, e o movimento antiglobalização, incluindo mídias alternativas. Criado em 1994, o movimento zapatista ganhou repercussão quando seus membros ocuparam prefeituras de diversas cidades da região de Chiapas pedindo o fim do Nafta (o tratado de livre comércio entre México, Estados Unidos e Canadá). Nos dias atuais, o grupo pede uma gestão autônoma e democrática do território, distribuição de terras e colheitas e participação popular na política (DEMUNER, 2017).

2001 a 2007 - Segunda onda

Durante as mobilizações contra as guerras no Afeganistão e no Iraque. Compreendeu desde coberturas midiáticas alternativas até ações internacionais da sociedade civil, como a marcha virtual de Washington, Estados Unidos. Organizado pelos movimentos Moveon e Win Without War, este protesto online contra a invasão do Iraque foi realizado em 26 fevereiro de 2003 e consistiu em mais de 400 mil ligações e o envio de 100 mil faxes, além de e-mails, para cada um dos senadores americanos com a mensagem “não ataque o Iraque” (CARTY, 2009).

Pós 2007 - Terceira onda

Momento em que o ativismo digital se espalhou para o BRICS (Brasil, Rússia, Índia e China e África do Sul) e outros países, além da Europa e dos Estados Unidos. É também neste período que surge a união entre participação política e ativismo digital, em que a tecnologia proporcionou impacto decisivo na representação política.

2010 a 2013 - Quarta onda

Marca a integração do ativismo digital. O período é dominado por discussões sobre esquemas de vigilância digital estatal, em grande parte reveladas por Edward Snowden e pelo Wikileaks (organização multinacional de mídia que publica documentos confidenciais de instituições governamentais).

Ativismo digital hoje

Atualmente, as abordagens de ativismo digital são amplas, no entanto, as vertentes de investigação sobre sua historicidade e suas práticas são dominadas por um forte enfoque no digital. Suas ações enfatizam uma forma universal de utilização de determinados dispositivos ou infraestruturas, e colocando o ativismo em primeiro plano - o que faz perder de vista os diferentes usos e as especificidades das tecnologias de mídia utilizadas. Assim, consideram as mídias digitais como artefatos técnicos, práticas comunicativas e arranjos institucionais, que integram processos sociais mais amplos e complexos.

Mostramos, até aqui, as contradições e consensos em torno do que se entende sobre ativismo digital, seus diferentes usos e possível origem. Ressaltamos que compreender esse processo colabora com o uso mais informado e crítico das tecnologias digitais. Além disso, o ativismo digital é um fenômeno estudado em uma ampla gama de disciplinas, incluindo antropologia, sociologia, ciência política, saúde coletiva, informação e comunicação. Esses estudos nos dão pistas interessantes sobre como utilizar tecnologias digitais.

A ciência política e as investigações sociológicas, por exemplo, dão ênfase às estruturas de mobilização e oportunidade, bem como processos de enquadramento e difusão de informações. Incluem, também, o papel das redes na definição de conflitos políticos e disputas sociais. Já as abordagens dos estudos de comunicação enfatizam os contextos mais amplos nos quais ocorre o ativismo digital, pontuando, por um lado, a reconfiguração das sociabilidades contemporâneas pelas mídias e, por outro, seus usos sociais (coletivos e individuais) como forma de exercício da cidadania, marcação identitária e reorganização do comum. Criar uma hashtag, conseguir engajamento, mapear seu público e assuntos correlatos, tornam públicos problemas antes localizados, colaborando na administração de conflitos e problemas sociais.

Nesse sentido, e considerando sua complexidade, abordamos o ativismo digital como profundamente situado. Com o objetivo de contrapor às explicações e compreensões dominantes que consideram a mídia digital somente como uma força excepcional e que são tecnologias usadas do mesmo modo em diferentes partes do mundo, isto é, de forma universal.

Compreendemos que os diferentes grupos em contextos sociais distintos utilizam e acionam tecnologias midiáticas segundo o contexto nos quais estão inseridos. Ao mobilizar as ferramentas digitais de modo contextual, esses grupos dão sentido às práticas tidas como universais e tornam público problemas localizados.

Disputas discursivas sobre a verdade e o contexto desinformacional

Como vimos até o momento, o ativismo digital já é uma realidade nos movimentos sociais. Pesquisa realizada por Francieli Raminelli e seus colaboradores (2015) descreve a internet como um meio de comunicação que, além das facilidades de baixo custo, uso e horizontalidade nas relações (que pressupõe relações mais igualitárias), permite aos indivíduos se manifestarem e pesquisarem acerca de qualquer assunto.

Os desafios impostos pela pandemia de Covid-19 também fizeram com que a internet e as mídias sociais ganhassem ainda mais relevância para os movimentos sociais. Com o isolamento social, esses espaços se tornaram mecanismos para a continuação dos trabalhos, para a produção e compartilhamento de ações e um meio para a sobrevivência política.

Além disso, também se tornou um amplificador de vozes, denúncias e campanhas de auxílio às vítimas da Covid-19 e seus familiares. Para boa parte dos movimentos sociais na América Latina a pandemia agravou os problemas pelos quais já lutavam, tornando um momento necessário de articulação e mobilização de suas pautas e ações.


Embora seja um local em que todas as pessoas podem produzir e consumir conteúdos que considera importantes para a sua vivência, a internet é igualmente um espaço onde ocorrem as disputas pela verdade.


Atenção

Discurso - O filósofo Michel Foucault (2008) define discurso como um conjunto de enunciados, que se apoiam em uma mesma formação discursiva. A formação discursiva é responsável por garantir a constância e a legitimidade desses enunciados, que estão associados a um modo de dizer específico que obedece a um conjunto de regras oferecidas ao longo da história; ou seja, nossas expressões e dizeres são determinados pelas dinâmicas de poder e saber de nosso tempo.

Postagens nas redes sociais digitais (Twitter, Facebook, Instagram, TikTok, etc.), enquanto conteúdos textuais, visuais ou imagéticos que constroem e compartilham sentidos, disputam entre si, na esfera pública de debate, os sentidos a respeito de um determinado acontecimento.

O excesso de informação deixa evidente as disputas discursivas pela legitimação do discurso a ser considerado verdadeiro sobre determinado fato e que será considerado hegemônico entre diferentes agentes sociais, tais como cientistas, pessoas com cargos políticos, profissionais de saúde, etc.

Paiva, Garcia e Alcântara, em seu texto Disputas Discursivas sobre Corrupção no Brasil: Uma Análise Discursivo-Crítica no Twitter (2017), apontam que as disputas discursivas são partes das estratégias para legitimar ou deslegitimar narrativas e podem ocorrer entre:

  • Veículos midiáticos
    (jornais, revistas, sites de notícia e programas radiofônicos e televisivos, etc.)
  • Veículos e atores
    (entre jornais, revistas, sites de notícia e programas radiofônicos e televisivos e cientistas, políticos, profissionais de saúde e integrantes de movimentos sociais, entre outros.)
  • Entre atores
    (cientistas, políticos, profissionais de saúde e integrantes de movimentos sociais, entre outros)

As disputas discursivas presentes nos ambientes digitais influenciam a polarização da conversação, que é ancorada na criação das câmaras de eco.

Atenção

Câmaras de eco - situações em que informações e crenças são reforçadas ou amplificadas pela comunicação e/ou repetição dentro de um determinado sistema - por exemplo: as redes sociais (RECUERO, 2019).

Isso ocorre devido à filtragem do conteúdo que é legitimado (e compartilhado) ou deslegitimado (e silenciado) pelo grupo. Esse processo também é influenciado pelos algoritmos, que vincula conteúdo com base no histórico de acesso e pesquisa na internet.

Verdade na contemporaneidade

Diante do aumento de informações de variadas fontes e reforço de crenças que se repetem causado pela filtragem de conteúdo, é importante também compreender o que se entende ou não por verdade na contemporaneidade. Muitas vezes as informações compartilhadas podem ser categorizadas como “fake”, isto é, imprecisas ou falsas.

Em relação à saúde, por exemplo, informações precisas sobre métodos de prevenção e tratamentos médicos se misturam com rumores, desinformações e “curas mágicas” fazendo com que as pessoas não saibam em qual informação ou fonte podem confiar.

Matthew D’Ancona (2018) salienta que estamos vivendo o cenário da pós-verdade, em que os fatos objetivos são menos influentes para a formação da opinião pública que os apelos à emoção e às crenças pessoais, mesmo com demonstração exaustiva de fontes e provas.

Segundo Ralph Keyes (2018), se a ideia de verdade absoluta é “quebrada”, abre-se, então, as portas para a disputa narrativa pelo que se considera verdade.

Soma-se tudo isso ao problema chamado de desinformação, que pode ser definido como um aumento de informações e notícias falsas ou imprecisas - que pode ser intencional, com o objetivo de ludibriar uma pessoa ou desinformar sobre dada realidade.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou em 2020 que o mundo enfrentava não apenas a pandemia do novo coronavírus, mas também uma infodemia. Veja o que é infodemia e algumas dicas para combatê-la:

Desinformação na Saúde

Devemos, então, nos atentar que uma das características da disseminação de “desinformação” é justamente a circulação de conteúdos que confirmam ou legitimam nossas visões de mundo, preconceitos, medos, anseios.

E como as disputas sobre a verdade no campo da saúde são afetadas neste contexto?

Imagine: estamos navegando em uma timeline de uma rede social qualquer e nos deparamos com uma notícia sobre um surto de uma doença na nossa cidade. Abaixo da postagem, há comentários de pessoas afirmando que aquela enfermidade não existe, outras alegando que o cenário está bem pior do que o retratado porque viram a movimentação nos hospitais, e há aqueles que alegam terem utilizado determinado tratamento caseiro com surpreendente eficácia. No fim, o usuário não sabe em quem confiar: na reportagem ou nos inúmeros comentários que surgiram a partir dela.

Essa é a “confusão” desencadeada por diversos atores sociais que caracteriza os embates discursivos sobre a verdade na pós-verdade, cenário em que as evidências científicas são deixadas de lado em detrimento dos testemunhos e das experiências.

Além das dicas mencionadas no vídeo da OMS, existem outras medidas que membros de movimentos sociais podem fazer para combater a desinformação, principalmente no âmbito da saúde.

Movimentos sociais e o combate à desinformação

Existem também diversas iniciativas que trabalham diretamente com o combate à desinformação no Brasil e no mundo. Conheça algumas iniciativas brasileiras!

Movimento comunitário da Favela da Maré - Rio de Janeiro (RJ)

O movimento comunitário na Favela da Maré, no Rio de Janeiro (RJ), por exemplo, desenvolveu uma série de ações durante a pandemia de Covid-19 buscando pensar os cuidados em saúde com base na realidade da própria favela.

Para isso, foi feito um plano de comunicação que contemplava: gravação de áudio para os rádios postes e rádios comunitárias, carros de som para circulação nas ruas, impressão e distribuição de cartazes em igrejas, bares, em todo o comércio, associações e instituições e faixas em locais de grande circulação, além de cards e vídeos com profissionais de saúde local para as redes sociais (@frentemare).

Página na web - Frente Maré Fonte: Frente Maré

Eu Fiscalizo - aplicativo

Desenvolvido pela pesquisadora Claudia Galhardi, da Escola Nacional de Saúde Pública (ENSP), da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), o aplicativo possibilita que usuários avaliem e notifiquem conteúdos impróprios em veículos de comunicação e mídias sociais. Faz parte da Rede Nacional de Combate à Desinformação (RNCd). Você pode baixar o aplicativo nas lojas:

Sleeping Giants - grupo ativista

Grupo de ativistas digitais que combate discursos de ódio e desinformação na internet. Seu objetivo é retirar anunciantes de sites que possam causar prejuízos às marcas por violações aos critérios de responsabilidade social e/ou governança corporativa. O Sleeping Giants está presente em diversos países. No Brasil, o grupo tem atuação expressiva no Twitter @slpng_giants_pt.

Redes Cordiais - plataforma de educação

Iniciativa de educação midiática - o conjunto de habilidades que permite às pessoas lidar de maneira responsável e crítica com as mídias. A Redes Cordiais tem a missão de construir redes mais saudáveis e confiáveis, promovendo uma esfera pública de diálogo e troca. Acesse o site aqui!

Verificado

É um projeto global da ONU que tem o objetivo de combater a infodemia, em meio à pandemia de Covid-19. Traz uma galeria de informações verificadas e disseminadas pela própria Organização das Nações Unidas. Acesse o site aqui!

Atuação na prática

A internet pode oferecer facilidades para a movimentação política e social, mas também pode contribuir para problemas como o advento da desinformação. Para se combater essa questão, é preciso pensar em medidas de curto, médio e longo prazo, que contemplem diversos setores, como Estado, sociedade civil, setor econômico e institutos de pesquisa.

Marco Alves e Emanuella Maciel (2020) citam que as ações para minimizar as consequências desencadeadas pela desinformação podem ser trabalhadas em diferentes frentes, como:

  • A criação de legislações próprias para responsabilização de empresas e contratantes de serviços de disparo em massa de notícias falsas;
  • Educação digital em escolas; e
  • Incentivo à iniciativa de verificação de fatos.

Em relação à educação digital em escolas, o objetivo seria criar uma cultura de pensamento crítica e alfabetizada no mundo tecnológico. Algo semelhante ao fomentado pela própria Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO).

Para a UNESCO, o letramento sobre mídias e informação é obtido por meio do desenvolvimento da habilidade de reflexão crítica, que democratiza o conhecimento – científico e da saúde -, e torna possível o exercício da cidadania. Ela considera que a internet integra o espaço público, o que significa dizer que as discussões virtuais têm efeitos na realidade.

Atenção

Para saber mais sobre a iniciativa da UNESCO, acesse:
Iniciativa UNESCO para a alfabetização (espanhol ou inglês)

No que diz respeito à verificação de fatos, uma parceria entre entidades da sociedade civil brasileira (União Pró-Vacina e Observatório Covid-19) e a ONU (Equipe Halo) promove campanhas para disseminar informações científicas visando combater a desinformação.

Você pode acompanhar as atividades da Equipe Halo no Twitter - @projecthalo.

Em 2021, o movimento Todos pelas Vacinas (#TodosPelasVacinas) foi criado para ajudar brasileiros a checar informações sobre vacinas. Com formatos e linguagens mais acessíveis ao público em geral, o site tem charges, podcasts, jogos, memes e vídeos. Todos os conteúdos são formulados por cientistas e podem ser baixados e compartilhados pelo celular ou computador.

Todos pelas vacinas

Como vimos, é evidente a necessidade de se pensar novas formas de comunicação que propiciem mudanças no cenário atual da pós-verdade e da desinformação.

Neste sentido, os movimentos sociais têm papel fundamental na promoção e disseminação de conteúdos de qualidade para a comunidade onde estão inseridos e para os grupos em que atuam. Além disso, compreendemos que os movimentos sociais são potentes contestadores das injustiças sociais. Faz-se necessário desconstruir o paradigma de que se trata de populações passivas e/ou mal-informadas.

Resumo da aula

Nesta aula, vimos que o ativismo é estudado por diferentes campos do conhecimento e pode envolver o uso de mídias digitais para fins políticos, tais como dispositivos fixos e móveis com acesso à internet, diferentes formas de hacktivismo, ativismo de hashtag e defesa do código aberto. Pela facilidade de uso, baixo custo e horizontalidade nas relações, o ativismo realizado na internet, sobretudo nas redes sociais, já é uma realidade nos movimentos sociais. Embora a internet seja um local em que qualquer pessoa pode produzir e consumir conteúdos que considera importantes para o seu cotidiano, ela também é um espaço onde ocorrem as disputas pela verdade, que estão relacionadas com as dinâmicas de poder. Além disso, o excesso de informação presente na internet e, principalmente nas redes sociais, também ressalta a questão da infodemia e da desinformação, o que torna difícil o acesso a dados e informações precisas sobre qualquer assunto.

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