Módulo 2 | Aula 3 Tratamento farmacológico do diabetes: classes terapêuticas disponíveis e suas características
Aspectos técnicos da insulinoterapia
Descrição do infográfico "Como conservar a insulina de três formas":
Primeiro, a figura ilustrativa de uma geladeira, embaixo está escrito: a insulina lacrada em geladeira - A insulina lacrada deve ser armazenada em geladeira, observando as orientações do fabricante quanto à temperatura de armazenamento.
Segundo, a figura ilustrativa de um bloco de notas. Após o uso em temperatura ambiente - Dependendo da temperatura do local, após o uso inicial, a insulina em caneta ou frasco pode ser armazenada em temperatura ambiente (15-30 °C) por até trinta dias ou de acordo com as recomendações dos fabricantes e dentro do prazo de validade.
Terceiro, a figura ilustrativa de um termômetro. Em caso de temperatura ambiente maior de 30 °C na geladeira - Caso a temperatura ambiente seja superior a 30 °C, a insulina deve ser armazenada na última prateleira da geladeira.
- Evite a agitação vigorosa, uma vez que isso produz bolhas, reduzindo a precisão da dose.
- Evite expor a insulina diretamente ao calor, à luz ou à agitação excessiva.
- Evite o congelamento.
- Recomenda-se retirá-la da geladeira entre 15 e 30 minutos antes da aplicação e/ou rolá-la entre as palmas das mãos até atingir a temperatura ambiente.
Como aplicar a insulina
Antes da aplicação é necessário homogeneizar, especialmente as insulinas turvas (insulina NPH e pré-misturadas).
As orientações e cuidados para uma correta aplicação de Insulina a seguir:
- Escolha a parte do corpo para a aplicação conforme o desenho
- Limpe a pele com ágia e sabão ou algodão e álcool
- Segure com as pontas dos dedos uma área da pele e fáca uma prega cutânea
- Pegue a seringa e segure-a num ângulo de 90 graus
- Solte a prega cutânea e injete toda a insulina da seringa
- Retire a agulha
- Pressione o local de aplicação por alguns segundos
Orientações adequadas
Como aplicar Insulina nas apresentações caneta
Recomenda-se realizar rodízio nos locais de aplicação de insulina, conforme demonstrado na imagem abaixo, para prevenir lipodistrofia hipertrófica ou lipoatrofia insulínica.
Lipoatrofia insulínica
Consiste em áreas localizadas de hiperestesia e depressão da pele devido à atrofia do tecido adiposo subcutâneo. Decorre da perda de gordura no local da injeção de insulina ou em sítios distantes, podendo ser concomitante a áreas de hipertrofia. Sua prevalência é maior em jovens do sexo feminino e geralmente se desenvolve entre três e seis meses após o início da insulinoterapia.
Lipodistrofia hipertrófica
Consiste em áreas tumefeitas e localizadas nas regiões onde os pacientes aplicam repetidamente a insulina. São possivelmente decorrentes do efeito anabolizante da insulina, o que é visto particularmente em homens. Essas áreas correspondem a massas fibrosas hipovasculares, que ocasionam absorção errática e incompleta de insulina, levando a uma piora no controle metabólico. Muitas vezes, são hipoanestésicas, levando o paciente a usar o local repetidamente e, assim, perpetuando o processo. A hipertrofia pode regredir lentamente trocando-se a insulina por preparações mais purificadas e evitando a aplicação nesses locais por alguns meses.
De acordo com as Diretrizes Brasileiras de Diabetes (Sociedade Brasileira da Diabetes, 2019-2020), algumas estratégias colaboram para a adesão à insulinoterapia, por diminuírem a dor e desconfortos nas aplicações entre as quais destacam-se:
- Usar agulhas mais curtas, com 4, 5 e 6 mm de comprimento.
- Usar caneta e agulha com 4 mm de comprimento e alto fluxo.
- Retirar da geladeira insulinas que estão em uso, entre 15 e 30 minutos, antes da aplicação.
- Certificar-se que a pele está seca após higienizar com álcool 70%, antes da aplicação.
- Aplicar no subcutâneo, nas regiões recomendadas para aplicação.
- Inserir a agulha na pele com movimento suave e único. Mesmo cuidado para retirar após aplicação.
- Pedir orientação ao prescritor para dividir em duas aplicações doses altas de insulina.
- Usar técnicas de distração para crianças pequenas.
Como descartar corretamente os insumos para monitoramento e aplicação de insulina
Utilize embalagem adequada.
Se você não tiver, use um recipiente com parede rígida, como lata de alumínio ou garrafa pet.
Encaminhe a embalagem cheia até a Unidade Básica de Saúde de seu bairro.
De acordo com a Resolução - RDC Nº 222, de 28 de março de 2018, os insumos para aplicação de insulina e monitoramento da glicemia, por serem resíduos perfurocortantes, constituem o Grupo E. Portanto, considerando o uso domiciliar desses perfurocortantes e a necessidade de proteção ambiental, bem como dos profissionais de limpeza urbana e dos catadores de lixo, precisam ser descartados em coletores específicos. Na indisponibilidade destes, o profissional de saúde deve orientar os usuários e cuidadores, desde o início da terapia com insulina, a utilizar recipiente rígido à prova de perfuração.
A Lei nº 11.347 de 2006, determina o fornecimento do seguintes medicamentos e insumos, definidos na PORTARIA GM N. 2583 10.10.07, destinados ao monitoramento da glicemia capilar dos portadores de diabetes mellitus em uso de insulina:
I - MEDICAMENTOS:
- a) insulina humana NPH 100 UI/ml -10ml (frasco);
- b) insulina humana regular 100 UI/ml - 10mL (frasco);
- c) insulina NPH tipo caneta - 100UI/ml - Preenchida 3ml;
- d) insulina humana regular tipo caneta - 100UI/ml - Preenchida 3ml.
II - INSUMOS:
- a) monitor para controle de glicemia (Glicosímetro);
- b) seringa insulina com agulha fixa, capacidade para 100 UI, graduação 2 em 2 unidades, espaço morto ultrafina 6.0 mm;
- c) tira reativa para dosagem de glicose;
- d) microlanceta descartável com trava de segurança 0,3mm a 0,4 mm;
- e) agulha para aplicação de insulina com uso de caneta 4mm x 0,23mm em aço inoxidável.