Módulo 2

Gestão de Riscos de Emergências em Saúde Pública no contexto da COVID-19

Aula 3

Monitoramento da capacidade de respostas dos serviços de saúde para emergências em saúde no contexto da COVID-19

A pandemia de COVID-19, assim como qualquer emergência em saúde que se coloque, depende de contínuo monitoramento, no sentido de apreender a magnitude e potencial de crescimento de casos e demanda para a rede de serviços de saúde, assim como avaliar a capacidade de resposta dos serviços de saúde às demandas colocadas e resultados obtidos.

Alguns indicadores têm sido amplamente empregados no caso da COVID-19:

  • Letalidade da doença – proporção de óbitos entre os casos diagnosticados. Este indicador pode assumir valores muito elevados em cenários de baixa capacidade de testagem.
  • Positividade de testes – proporção de teste positivos entre os testes realizados. Reflete o nível de circulação do vírus e capacidade de testagem
  • Ocorrência aumentada de mortes em domicílios e unidades de saúde ambulatoriais (COVID-19 e outras condições) – este indicador sinaliza problemas de acesso oportuno aos serviços de saúde, seja pela COVID-19, seja por outras condições de saúde.
  • Lista de espera para internação e UTI – listas de espera longas também sinalizam problemas de acesso aos serviços de saúde necessários; podem implicar no agravamento de casos e óbitos.
  • Mortalidade hospitalar nas primeiras 24 horas – uma proporção elevada de internações com registro de óbitos nas primeiras 24 horas também sinaliza problemas de acesso no sistema de saúde, com pacientes sendo internados com muita gravidade.
  • Taxas de ocupação de leitos de enfermaria – o indicador corresponde ao percentual de leitos de enfermaria ocupados entre os disponíveis. Níveis muito elevados podem representar a possibilidade de saturação da capacidade hospitalar.
  • Taxas de ocupação de leitos de UTI – corresponde ao percentual de leitos de UTI ocupados entre os leitos de UTI disponíveis para o cuidado à COVID-19. É um dos indicadores preconizados pela Organização Mundial de Saúde (OMS) para o monitoramento da pandemia e tem sido muito importante na sinalização de momentos mais críticos, em que o sistema de saúde esteve próximo ao colapso.
  • Mortalidade hospitalar geral e em UTI por Covid – os indicadores são dados pelas proporções de internações realizadas resultando em óbito hospitalar. Podem sinalizar problemas na qualidade do cuidado de saúde, sendo importante para controlar para o nível de gravidade dos pacientes.
  • Mortalidade hospitalar geral por outras condições – proporções de internações por diferentes condições de saúde que resultam em óbitos podem ser avaliadas no sentido de verificar a possibilidade de efeitos da emergência em saúde em outras condições.
  • Efeitos sobre o atendimento a outras condições de saúde – a pandemia tem afetado a realização de atendimentos na APS e nos hospitais para outras condições de saúde. Monitorar quedas nesses atendimentos é importante para uma apreciação de necessidades e demandas represadas.
  • Proporção da população elegível vacinada – indicador fundamental a partir da vacinação, que dá conta da cobertura vacinal.