MÓDULO 3 | AULA 1 Prevenção e o papel dos profissionais de saúde na suspeita, encaminhamento e acompanhamento de casos
Papel da APS nos casos de Mpox
Os profissionais da equipe de saúde da APS devem estar qualificados para, em seu âmbito específico de atuação, conseguirem identificar os sinais e sintomas que são compatíveis com a Mpox, prestar acolhimento a essas situações e referenciar adequadamente o possível caso para o serviço, que poderá confirmar ou não o diagnóstico. Além desse conhecimento específico, nos casos confirmados, a equipe da APS deve estar qualificada para oferecer o cuidado adequado ao paciente e à sua família no acompanhamento do tratamento prescrito.
A equipe de APS também é responsável pela prevenção e controle da Mpox no território, mantendo a informação adequada para os outros níveis do sistema de saúde. Ela também pode disponibilizar orientações e diretrizes com as informações e linguagens mais adequadas para a população que atende.
Como já discutimos, um caso é considerado confirmado quando o resultado do exame laboratorial dá positivo/detectável.
Todos os profissionais da APS devem estar aptos a identificar os sinais e sintomas que são indicativos da Mpox, assim como devem ter conhecimento do fluxo de referência para a confirmação do diagnóstico. Você verá a seguir o fluxo para caso suspeito e caso confirmado.
Caso suspeito de Mpox
Qualquer profissional da equipe da APS pode realizar a suspeita, desde que esteja qualificado para isso. Por exemplo, um agente comunitário de saúde em uma visita domiciliar pode identificar uma pessoa que apresente alguns dos sinais e sintomas. O técnico de enfermagem, quando estiver aplicando uma vacina em uma criança, pode identificar que a irmã mais velha dessa criança apresenta alguns sinais que estão presentes em pessoas com Mpox. O auxiliar de consultório dentário, ao encontrar-se com um morador perto da unidade de saúde, pode perceber que ele possui alguns sinais da Mpox.
Uma vez diante dessas suspeitas, os profissionais deverão agendar o mais rápido possível uma consulta com o médico ou o enfermeiro da unidade de saúde para a identificação, ou seja, se o indivíduo pode ser considerado um caso suspeito ou provável.
Nessa situação, a agilidade no agendamento é fundamental para a identificação do caso e a interrupção da transmissão.
O que fazer frente a um caso suspeito ou provável?
Para o atendimento, o indivíduo deverá ser isolado em local apropriado e devem ser garantidas as medidas adequadas para a não ocorrência de transmissibilidade aérea e por contato. Os pacientes que fazem parte do grupo de risco devem ser analisados caso a caso em relação à indicação de internação. Nesse momento, a presença de sinais de gravidade do quadro deve ser avaliada.
Os trabalhadores de saúde devem utilizar os EPIs desde o momento de acolhimento.Recomenda-se que seja disponibilizada ao paciente uma máscara cirúrgica no momento de acolhimento, e que ele seja conduzido a um lugar que o mantenha afastado dos demais pacientes, enquanto aguarda a consulta médica.
A anamnese e o exame físico são fundamentais e, uma vez apresentados os critérios para um caso suspeito, o paciente deve ser mantido isolado.
Deverá ser realizada a notificação imediata à vigilância epidemiológica do município. A equipe assistencial deverá solicitar os exames laboratoriais indicando ao paciente o local onde deverão ser efetuados. Nas situações em que o exame laboratorial não está disponível, o profissional médico deverá fazer o diagnóstico clínico diferencial. É a partir desse momento que são dadas as orientações sobre o isolamento domiciliar e o monitoramento do caso suspeito ou provável, para evitar a propagação da Mpox, buscando interromper a transmissão do vírus para outras pessoas.
Você vai ver a seguir um esquema de atendimento de um caso suspeito de Mpox que poderia acontecer na Unidade Básica de Saúde (UBS) na qual você trabalha. Assista ao vídeo e veja o que acontece na história.
- Para visualizar a Nota Informativa nº 6/2022-CGGAP/DESF/SAPS/MS — Ministério da Saúde (www.gov.br).
- Para visualizar o fluxo completo, faça o download.
Caso confirmado de Mpox
Os pacientes que estão sob investigação deverão ser reavaliados após a liberação dos resultados laboratoriais confirmatórios e diferenciais. Uma vez confirmado o caso, a conduta recomendada é a manutenção do isolamento até o desaparecimento das crostas e a pele estiver cicatrizada.
Os contatos devem ser monitorados a cada 24 horas, observando-se o aparecimento de sinais e sintomas de Mpox, por um período de 21 dias, desde o último contato com o paciente, com aferição de temperatura duas vezes ao dia, realizada pelo paciente ou familiar e comunicado à equipe de saúde da APS. Não há necessidade de isolamento dos contatos assintomáticos.
Se o resultado do exame for não detectável para Mpox, o caso é considerado descartado — exceto em caso de persistência de quadro clínico sugestivo de Mpox, sem diagnóstico diferencial. Nesse caso, a equipe assistencial poderá solicitar nova coleta de exames laboratoriais confirmatórios com a maior brevidade possível, caso ainda estejam presentes lesões cutâneas.
É importante ressaltar que, se a suspeita não for confirmada, mesmo assim o paciente deverá ter a garantia de atendimento para o diagnóstico e tratamento da sua situação.
Você vai ver a seguir como proceder após a reavaliação clínica do paciente e avaliação dos resultados dos exames laboratoriais. Assista ao vídeo e veja o que acontece na história.
- Para visualizar a Nota Informativa nº 6/2022-CGGAP/DESF/SAPS/MS — Ministério da Saúde (www.gov.br).
- Para visualizar o fluxo completo, faça o download.