Série 1 | Curso 2

Panorama Histórico da Ciência Aberta

Aula 5

Uma Ciência Aberta, várias expectativas

Conforme comentamos anteriormente, diversos atores que compõem o sistema de Ciência, Tecnologia e Inovação convergem a favor da proposta de uma Ciência Aberta, mas seus interesses e expectativas não necessariamente são os mesmos. De modo geral, o primeiro argumento mobilizado é o de promover o avanço do conhecimento e, para tal, a principal estratégia é aprimorar a comunicação científica. Ou seja, a maneira como comunicamos, como tornamos comum, o conhecimento produzido por pesquisadores. Esta motivação é especialmente importante para aqueles que trabalham diretamente na atividade de pesquisa na medida em que informação e dados relevantes são a matéria prima para produzir conhecimento novo. Por isso, muitos pesquisadores propõem inovações para melhorar a qualidade e a quantidade de informação relevante disponível. Dialogando com a perspectiva da Ciência Aberta, esses esforços se centram na remoção dos obstáculos econômicos e editoriais para aprimorar a qualidade e a quantidade de informação disponível.

O obstáculo econômico se refere, prioritariamente, a cobrança de assinaturas de revistas científicas (geralmente com valores altíssimos) para acessar artigos que comunicam resultados de pesquisa. Esta questão vem sendo enfrentada pelo pioneiro movimento do Acesso Aberto que, desde 2000, busca promover o Acesso Aberto à literatura científica e cujos principais mecanismos são chamadas via verde e via dourada (para mais informações acesse o Curso 1 - O que é Ciência Aberta? da série Fundamentos da Ciência Aberta).

Contradições que o Acesso Aberto ajudaria a resolver

A primeira contradição se refere ao fato de que o Estado é o principal financiador da atividade de pesquisa em muitos países. Portanto, ele deve acessar os resultados dos estudos sem depender da aquisição de assinaturas de revistas científicas mantidas por editoras comerciais. Não parece estranho que o Estado financie uma pesquisa e, quando os seus resultados finalmente se estabelecem, ele tenha que pagar novamente para acessá-los através de editoras comerciais?

Já a segunda contradição se refere ao volume de leitores. Por que apenas pesquisadores e estudantes vinculados à instituições de pesquisa e universidades teriam acesso privilegiado ao conhecimento científico? Se o financiamento da pesquisa é governamental, por que não fomentar o acesso às publicações por todos os cidadãos? Nessa perspectiva, o Acesso Aberto favorece a apropriação do conhecimento por públicos diversos, incluindo grupos da sociedade civil, ativistas, amadores, grupos de pacientes, entre outras audiências que podem tanto usufruir do conhecimento como incidir politicamente sobre a agenda científica e decisões em políticas públicas.

Críticas ao processo de comunicação científica

Do ponto de vista editorial são diversas críticas sobre o modo dominante da comunicação, baseada na publicação de artigos em revistas científicas após a revisão às cegas por pares. Segundo os historiadores da ciência Steven Shapin e Simon Shaper (1985), essa forma de comunicar o “conhecimento novo” remonta aos ensaios experimentais elaborados por Robert Boyle na aurora da Ciência Moderna (séc XVII). Os relatos seriam uma das três estratégias (ou tecnologias) mobilizadas pelo químico irlandês para consolidar o programa experimental, até então inédito, como “a base do conhecimento apropriado” (the foundation of proper knowledge) de tal forma que o confundimos até hoje como sinônimo da própria ciência.

No contexto atual, da Ciência Aberta, critica-se o que Latour (2000) chama de “modelo de difusão” e que se caracteriza pela apresentação dos resultados de pesquisa através de uma narrativa na qual o autor modula suas afirmações para persuadir os leitores sobre a “descoberta” de um fato científico, pretendo produzir um efeito de verdade.

Em outras palavras, o modelo de difusão comunica uma “ciência pronta” que não privilegiaria a controvérsia e o debate público.

Na contramão da estratégia de “convencer leitores” sobre a construção de um fato científico, diversas inovações propostas no âmbito da Ciência Aberta se aproximam do modelo de translação (LATOUR, 2000), rejeitando as "versões finais e acabadas" da “ciência pronta” e renunciando a pretensão de controle da narrativa sobre a construção do fato científico. Nessa nova perspectiva, a abertura vai além do acesso à literatura que comunica a ciência pronta, mas fomenta o compartilhamento precoce de informação relevante, incluindo o que está “em desenvolvimento” ou “inacabado" na medida em que as lacunas são consideradas a verdadeira oportunidade para a produção de conhecimento e colaboração entre pesquisadores. De modo bastante sintético, as principais críticas ao sistema vigente de comunicação científica se referem:

Propostas para remodelar a comunicação científica

  • Quando a internet ainda era muito restrita no Brasil, Harnard já vislumbrava que o processo de comunicação científica passaria por uma revolução comparável à ocasionada pela invenção da imprensa. Segundo o autor, as interações anteriores à submissão de manuscritos às revistas correspondem a uma “fase pré-publicação” caracterizada por um trabalho cognitivo intenso na qual o autor busca a validação dos seus colegas e cujo efeito positivo é o aprimoramento da sua pesquisa. Esse continuum, com vários graus de formalidade, confiabilidade e validação por pares, e que abrange desde as conversas informais, a apresentação em uma conferência, a publicação de pré-prints e de relatórios, deveria ser arquivadas eletronicamente antes de sua entrada lapidar na literatura científica na forma de artigo.

  • A principal característica do formato é a publicação de um original antes da avaliação dos pares e a possibilidade de receber comentários de uma audiência ampla. Neste formato, o texto é depositado pelo autor em um servidor de artigos, geralmente organizado pela aŕea de conhecimento e/ou temática. Os trabalhos são publicados em plataforma on-line, após breve avaliação do editor, e recebem comentários de avaliadores que fazem sugestões para a sua melhoria. Posteriormente, o autor pode optar por submeter o trabalho ao processo editorial tradicional de uma revista científica. O arXiv foi desenvolvido por Paul Ginsparg em 1991 para armazenar preprints no campo da física. Atualmente (outubro 2018) disponibiliza 1.447.160 preprints nos campos da física, matemática, ciência da computação, biologia quantitativa, finanças, estatística, economia, entre outros.

  • Para enfrentar as falhas estruturais da comunicação científica, o professor e pesquisador em Química da Universidade de Drexell, nos Estados Unidos, propõe uma ciência do caderno aberto (open notebook science) que privilegia o registro detalhado de todas as etapas que compõem um experimento em detrimento da obsessão da construção de um fato científico. A abertura de cadernos de laboratório pretende:

    1. Inferir maior qualidade à atividade científica e estimular a excelência ao longo do processo, pois metodologicamente cada resultado parcial passa a ser a menor unidade de pesquisa.

    2. Ampliar as possibilidades de intercâmbio qualitativo entre cientistas com interesses afins;

    3. Tornar o conhecimento permanentemente acessível e atualizável por uma comunidade de pares.

    Tal qual concebido por Bradley, o caderno aberto é o elemento central de um “ecossistema de colaboração aberta” que agrega uma rede de laboratórios, cuja produção e a comunicação do conhecimento científico funciona de forma síncrona, integrada e automatizada, estabelecendo uma continuidade entre os Dados Abertos e o Acesso Aberto à produção científica. O conhecimento científico passa a ser comunicado a terceiros sem controle prévio de um comitê editorial (deseditorializado) em um processo de revisão por pares aberto (a todos e todas), transparente (a vista de todos), contínuo (sem data de expiração), interativo (admite réplicas e tréplicas) e dinâmico (com novos comentários e retificações ao longo do tempo).

  • Tal qual mantido até hoje, o artigo científico é uma espécie de “publicação sólida” que “grava em pedra”, “cristaliza no tempo e no espaço” um conhecimento científico, tornando-o permanente e não atualizável. O formato é considerado prejudicial para a ciência na medida em que o produtivismo acadêmico fomenta a proliferação de “artigos incrementais” que pouco adicionam a resultados já publicados, desperdiçando recursos na sua escritura, avaliação, editoração, publicação.

    Já as “publicações líquidas” seriam atualizáveis e evoluíriam de maneira contínua, registrando as múltiplas versões de uma pesquisa, assignando tanto o crédito quanto a responsabilidade dos colaboradores por suas contribuições e incrementando as oportunidades de revisão. A proposta se inspiram no desenvolvimento ágil de software Open Source e visa promover a revisão aberta por pares, atribuir autoria e recompensar a disseminação precoce de conhecimento científico. Além disso, cria novas oportunidades de participação no processo de revisão por pares.

  • É um novo formato de comunicação científica que oferece informações descritivas sobre conjuntos de dados ou um grupo de conjuntos de dados acessíveis on-line e publicados em revista com sistema de revisão por pares. A expectativa é ampliar as oportunidades de colaboração e reconhecer o investimento na preparação, organização e descrição dos dados.

Posição das revistas científicas

As críticas sobre o processo atual de comunicação do conhecimento científico vêm sendo absorvidas por editores de revistas científicas que estão implementando mudanças para tornar o sistema de avaliação mais eficiente, além de responder à críticas sobre a qualidade das publicações, reprodutibilidade e a lentidão do processo de publicação que, em geral, leva um ano. A Rede SciELO, por exemplo, adotou, em julho de 2018, o formato preprint em um movimento de “alinhamento com as boas práticas de comunicação da Ciência Aberta”, visando tornar o processo de publicação de artigos científicos em sua plataforma (em desenvolvimento) “aberto, transparente e acessível”.


A adoção do formato, consagrado no campo da Física, é uma das estratégias para garantir o Acesso Aberto de forma imediata ao artigo, conferindo maior velocidade na publicação de trabalhos recentes. A expectativa é que a sua adoção ampla fortaleça a função (abalada) das revistas na filtragem, validação e comunicação do conhecimento científico. Se, por um lado, vislumbra-se que “quanto mais transparência houver, maior será a qualidade das publicações” (AGÊNCIA FAPESP, 2017), alguns editores científicos ponderam que o produtivismo acadêmico, expresso na máxima “publicar ou morrer” continua sendo um grande obstáculo para as necessárias melhorias estruturais. Para Claude Permez, editora da revista Memórias do Instituto Oswaldo Cruz, o formato aumenta a possibilidade de redes colaborativas, mas é necessário que a comunidade científica repense o seu sistema de avaliação (AGÊNCIA FAPESP, 2017).

A questão da reprodutibilidade

Apesar de não haver uma definição única para o termo reprodutibilidade, ele se refere à expectativa de que um pesquisador, usando os mesmos métodos descritos por outro cientista, obterá resultados semelhantes. A chamada “crise de reprodutibilidade” é um dos temas fundamentais do debate atual sobre a qualidade em ciência por conta do recente acúmulo de estudos que indicam a dificuldade ou impossibilidade de reproduzir resultados de pesquisa em diversos campos do conhecimento.

Em maio de 2016, uma enquete realizada pela revista Nature com cerca de 1,5 mil pesquisadores revelou:
  • Mais de 70% dos respondentes já tentou, mas não conseguiu reproduzir experimentos de outros pesquisadores;
  • Mais da metade dos participantes afirmou não ter conseguido reproduzir seus próprios experimentos (BAKER, 2016);
  • As principais causas da baixa reprodutibilidade seriam a pressão para publicar e o “relato seletivo”. Em ambos os casos, a quantidade das comunicações seria abalada por descrições inadequadas dos métodos, dados incompletos ou ainda pela seleção de resultados de pesquisa mais propensos a serem aceitos pór revistas científicas para publicação;
  • Outros agravantes citados são a baixa qualidade da supervisão de atividades experimentais, o mau uso de estatísticas, mas, sobretudo, a competição pela ascensão profissional e a sobrecarga de trabalho burocrático e suas implicações na redução do tempo de planejamento e execução de projetos experimentais robustos. Em menor proporção, os entrevistados indicaram questões mais específicas como a variabilidade reagentes ou o uso de técnicas difíceis.

Algumas práticas já incorporadas por pesquisadores que valorizam a questão da reprodutibilidade são a repetição de procedimentos e experimentos (checagem) por eles mesmos ou por colegas de laboratório; o aprimoramento da documentação (incluindo o pré-registro de projetos experimentais) e a padronização de métodos. No entanto, mais do que ações voluntárias, é preciso atuar sistemicamente para lidar com o problema da documentação inadequada de experimentos.

Agências de fomento

Além de pesquisadores e revistas, agentes de fomento também estão investindo na melhoria dos processos e estruturas que conferem qualidade à informação circulante. O Instituto Serrapilheira lançou recentemente a Iniciativa pela Brasileira de Reprodutibilidade que irá estimar a reprodutibilidade da ciência biomédica brasileira. A iniciativa pretende mobilizar laboratórios brasileiros em tentativas de replicar entre 50 a 100 experimentos individuais publicados em revistas científicas. Será considerado “replicado com sucesso” o experimento cujo tamanho de efeito estiver dentro do intervalo de predição de 95% e obtidos por, pelo menos, três laboratórios diferentes a partir de protocolo pré-registrado. Ao final, pretende-se gerar o primeiro estudo sistemático de reprodutibilidade científica a nível nacional, cujo objetivo é subsidiar a reflexão sobre práticas individuais e coletivas e “ajudar a colocar o Brasil na vanguarda do desenvolvimento de uma ciência mais confiável a nível mundial”. (INICIATIVA BRASILEIRA DE REPRODUTIBILIDADE, 2018)

Melhorar a confiabilidade da pesquisa produzida em um país é certamente um dos argumentos mobilizados pelos Estados que, através de suas políticas científicas e atuação de agências de fomento à pesquisa, adotam a Ciência Aberta como política nacional. No âmbito europeu, por exemplo, o relatório Open Science, Open Innovation, Openness to the World - a vision for Europe (EUROPEAN COMMISSION, 2016, p. 52) vislumbra que a abordagem aberta torne a “ciência melhor” em três perspectivas:

confiável e replicável

Em termos de governança e integridade científica;

eficiente

Por evitar a duplicação de recursos;

aberta

Por melhorar o acesso a dados e ao conhecimento em todas as etapas do ciclo de pesquisa, viabilizando a mineração de textos e dados em consonância com o direito autoral.

Entre os benefícios para a sociedade, a União Europeia entende que:

Ciência Aberta é uma estratégia para fortalecer a excelência científica e o caráter inovador do bloco na medida em que a cooperação internacional facilita o acesso ao conhecimento novo, aos melhores talentos globais e melhores recursos onde quer que estejam localizados. Pretende-se aumentar a competitividade, criar oportunidades para as indústrias de alta tecnologia e acessar mercados emergentes, considerando a importância crescente dos dados na economia global. O relatório europeu também cita o potencial da Ciẽncia Aberta no enfrentamento de problemas societais complexos como a mudança climática, a escassez de recursos ou emergências sanitárias.

(EUROPEAN COMMISSION, 2016, p. 64)

O mesmo conjunto de argumentos é mobilizado pelas instituições privadas de caráter filantrópico que financiam a pesquisa científica. As recentes políticas mandatórias de publicação de resultados de pesquisa em Acesso Aberto e a exigência da elaboração de um Plano de Gestão de Dados para seus financiados convergem, em última instância, para a ideia de aumentar o retorno do investimento (return of investment - ROI em inglês) em ciência. Segundo o Grupo de Financiadores em Pesquisa Aberta (Open Research Funders Group em inglês), que reúne instituições como a Fundação Bill e Melinda Gates e a Wellcome Trust, a abertura de resultados de pesquisa gera benefìcios para a sociedade como acelerar o ritmo de descobertas, reduzir as lacunas de informação, incentivar a inovação e promover a reprodutibilidade.

A inserção da sociedade

Por fim, mas não menos importante, há argumentos favoráveis à Ciência Aberta oriundas da sociedade em geral, especialmente da sociedade civil organizada que demanda acesso ao conhecimento científico para subsidiar sua participação política e ativismo. Nesta perspectiva, um dos principais argumentos mobilizados é a ideia de que o acesso ao conhecimento é um direito humano, sendo categórica a sua abertura, sobretudo, quando a pesquisa é financiada com recursos públicos. Além disso, também se demanda maior compreensibilidade dos resultados de pesquisa pelos chamados leigos, pois a apropriação do conhecimento depende de informação relevante e clara.

Registram-se ainda propostas que ultrapassam a questão do Acesso Aberto à literatura ou a dados de pesquisa e postulam novas formas de produção de conhecimento “entre todos” através de metodologias participativas que valorizem o conhecimento, a experiência e os interesses dos cidadãos (LAFUENTE, ESTALELLA, 2015). Os projetos da chamada ciência cidadã se caracterizam pela inclusão de “não especialistas” na produção de conhecimento. No entanto, promovem níveis variados de “participação” que vão da contribuição, passam pela colaboração e chegam a co-criação.

Saiba mais
Abordagens da Ciência Cidadã:

Contribuição

Colaboração

Cocriação

Definir questão/tema

Reunir informação

Desenvolver explicação

Elaborar métodos de coleta de dados

Coletar amostras

Analisar amostras

Interpretar dados/formular conclusões

Disseminar conclusões

Debater resultados / Novas questões


Fonte: PHILLIPS, FERGUSON, MINARCHEK, PORTICELLA, BONNEY, 2014, p. 2. (Tradução nossa).

No nível mais avançado de participação, os projetos de co-criação demandam que a ciência - sua agenda, conceitos, métodos e prioridades - se abra ao escrutínio e participação de grupos com perspectivas distintas das elites científicas. São ações que buscam promover a participação direta daqueles que são afetados por políticas elaboradas em seu nome, mas produzida por terceiros - uma exigência claramente expressa no slogan "Nada sobre nós sem nós" (Nothing about us without us) criado por movimentos de pessoas com deficiências (disability movements) nos EUA na década de 1970.

No campo da saúde, muitas iniciativas de cocriação são lideradas por pacientes crônicos que renunciam ao status de “leigo” para se tornar “especialistas em experiência” (CALLON, RABEHARISOA, 2003) e “coprodutores” de suas doenças. A Association Française contre les Myopathies (AFM), por exemplo, não subordina a experiência dos pacientes ao conhecimento dos especialistas, pois a colaboração não se limita a cessão de informações sobre seu estado clìnico, mas inclui decisões sobre os rumos da pesquisa. A opção por uma abordagem genética transformou doenças órfãs em um tema com substancial apelo popular na França, pois a opinião pública, estimulada por eventos como o Teleton, reconheceu que essa linha de pesquisa não beneficia apenas um grupo minoritário, mas tem potencial de beneficiar a toda a população.

Saiba mais:

As tensões, conflitos e colaborações entre pesquisadores e pacientes são abordados no filme “O óleo de Lorenzo” (1992) que narra a história real do menino Lorenzo Odone que começa apresentar sintomas de uma doença rara chamada adrenoleucodistrofia (ALD) e os esforços de seus pais, Augusto e Michaela, para descobrir um possível tratamento para a criança.

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