Programa Nacional de Imunizações – PNI: trajetória, conquistas e desafios
Nos anos 1970, em consonância com o movimento internacional, o Brasil logrou erradicar a varíola no país, após ter vacinado mais de 80 milhões de pessoas, tendo sido o último caso da doença reportado no país em 1971. Esse sucesso favoreceu a criação no país em 1973 do Programa Nacional de Imunizações (PNI), com o propósito de coordenar ações de vacinação e ampliar sua cobertura no território brasileiro.
Assim, o PNI, que inicialmente oferecia cinco vacinas – BCG (tuberculose), DTP (difteria, tétano coqueluche), sarampo, poliomielite e antivariólica -, ao longo das décadas seguintes logrou expandir a cobertura vacinal no país e incorporar novas vacinas, ganhando importante reconhecimento nacional e internacional. Na década de 80, além da vacinação rotineira em unidades de saúde, a instituição realizava os “dias nacionais de vacinação”. Essas campanhas contribuíram para impulsionar o Programa.
O PNI oferecia pela rede pública de então a BCG oral, BCG-ID, oral contra poliomielite, contra sarampo monovalente, DTP, toxóide tetânico e antivariólica.
O PNI tem como objetivo coordenar as ações de imunizações no país e reduzir a morbimortalidade por doenças imunopreveníveis, a partir do fortalecimento de ações integradas de vigilância para promoção, proteção e prevenção em saúde da população brasileira, desenvolvendo e aperfeiçoando ferramentas para possibilitar a melhor instrumentalização e qualificação das atividades de vacinação em todo o território nacional”. Na esfera federal, o PNI integrar a Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS) do Ministério da Saúde, desde 2003, sob responsabilidade da Coordenação-Geral do Programa Nacional de Imunizações (CGPNI).
Evolução do Zé Gotinha, que nasceu como símbolo da campanha de vacinação pela erradicação da pólio, em 1986.
Fonte: Ministério da Saúde
Ao longo das décadas seguintes logrou expandir a cobertura vacinal no país e incorporar novas vacinas, ganhando importante reconhecimento nacional e internacional. Na década de 80, além da vacinação rotineira em unidades de saúde, a instituição realizava os “dias nacionais de vacinação”. Essas campanhas contribuíram para impulsionar o Programa.
Vacinação contra poliomielite
Fonte: Acervo Fiocruz
Uma conquista importante foi a eliminação da poliomielite no país, reconhecida pela OMS em 1994, cinco anos após o último caso ter sido reportado no Brasil (1989). Atualmente, a doença está presente em poucos países do mundo e em número reduzido de casos.
Outra conquista relevante foi a eliminação da rubéola e da síndrome da rubéola congênita.
Sarampo volta ao mapa
A eliminação do sarampo esteve relacionada a um esforço no plano global, com uma participação importante de especialistas brasileiros. Infelizmente a doença persistiu em outros países e foi reintroduzida no Brasil em 2018, se espalhando no território nacional.
Leia sobre a volta do sarampo em 2018 na página da Fiocruz Notícias > Sarampo de volta ao mapa
Fonte: SI-PNI
A trajetória virtuosa do PNI também impulsionou outros avanços na vigilância em saúde no país, como a organização de sistemas de informações sobre as doenças de notificação compulsória e a organização dos laboratórios de saúde pública e a da vigilância no âmbito dos serviços de saúde.
O Sistema de Informações do programa Nacional de Imunizações (SI-PNI) oferece agilidade no registro das informações sobre os imunobiológicos administrados no país.
Por meio do PNI, o Brasil conta com calendários de vacinação criteriosos, que contemplam todas as fases da vida, associados a campanhas de vacinação periódicas. Essas ações também foram fundamentais para a eliminação da poliomielite infantil e para a redução da morbimortalidade, da frequência ou da gravidade associada a uma série de doenças, como sarampo, rubéola, caxumba, difteria, tétano, coqueluche, meningites e pneumonias, entre outras.
Calendário Nacional de Vacinação
ConecteSUS - Calendário de vacinas
O Calendário Nacional de Vacinação compreende 19 vacinas, com recomendações relativas a diferentes grupos: crianças, adolescentes, adultos, idosos, gestantes e povos indígenas.
Você pode acessar o Calendário de Vacinação do Programa Nacional de Imunizações no aplicativo ConecteSUS.
O site do Ministério da Saúde tem uma página exclusiva sobre o Calendário. Acesse para saber mais.
Parte expressiva das vacinas que integram o Calendário Nacional de Vacinação são produzidas por instituições brasileiras, com destaque para Bio-Manguinhos/Fiocruz e Instituto Butantan.
O Brasil é um dos países que oferece o maior número de vacinas à população, disponibilizando um calendário de vacinação que atende todas as fases da vida.
Atualmente, existem mais de 38 mil salas de vacinação, 52 Centros de Referência em Imunobiológicos Especiais (CRIE) e são distribuídas mais de 300 milhões de doses anuais, entre 46 imunobiológicos, incluindo vacinas, soros e imunoglobulinas.