Após a descoberta de Jenner, foi Louis Pasteur que avançou na imunização. Em 1879, ele produziu a primeira vacina desenvolvida em laboratório como parte de seus esforços para imunizar contra o cólera das galinhas. Os esforços de Pasteur para entender os mecanismos por trás de infecções mortais, como raiva ou antraz, acabaram levando-o a desenvolver vacinas contra ambos na década de 1880.
Devido a estes avanços, a vacinação ganhou atenção e tornou-se uma questão de prestígio, com as leis de vacinação obrigatória implementadas no final do século XIX, ao redor do mundo.
O anúncio da erradicação da varíola foi realizado na Assembléia Mundial da Saúde, da Organização Mundial da Saúde (OMS), no dia 8 de maio de 1979. Capa da edição da Revista da OMS, em maio de 1980
Fonte: Agência Fiocruz
Durante o século 20, várias vacinas bem sucedidas foram introduzidas (contra difteria, sarampo, caxumba e rubéola), mas o grande destaque resultou do desenvolvimento da vacina contra a poliomielite (década de 1950) e da erradicação da varíola (1960 - 1970).
O desenvolvimento de novas vacinas caminhou lado a lado com os ciclos de inovação na ciência. Foram as novas descobertas científicas e tecnologias das últimas décadas que levaram a um avanço mais rápido na biologia molecular, virologia e vacinologia.
A realização de campanhas de vacinação em massa fez com que, dois séculos depois da descoberta, a varíola fosse a primeira doença erradicada do mundo por causa de uma vacina. O último caso de varíola notificado no Brasil foi em 1971 e, no mundo, em 1977 na Somália.
História das Vacinas no Brasil
As vacinas transformaram a saúde pública, principalmente após o estabelecimento de programas nacionais de imunização na década de 1960. Ao lado da água potável, as vacinas são a maior conquista de saúde pública mundial.
O Brasil tem uma longa experiência no enfrentamento de doenças infecciosas por meio de imunização. As primeiras tentativas reportadas remetem ao século XIX, nos períodos Colonial e Imperial, quando houve iniciativas pontuais de vacinação contra a varíola, porém sob grande resistência.
No início do século XX, são bem documentadas as campanhas de vacinação promovidas por Oswaldo Cruz, principalmente para o controle da varíola e da febre amarela.
A Fundação Oswaldo Cruz (instituição federal vinculada ao Ministério da Saúde, que completou 120 anos em 2020) e o Instituto Butantan (instituição centenária ligada ao governo do estado de São Paulo) foram fundamentais para o desenvolvimento da capacidade nacional de produção de vacinas no país. Isso foi fundamental para viabilizar a disponibilidade de vacinas para a população brasileira ao longo das décadas, favorecendo o controle de numerosas doenças infecciosas, com redução de incidência e mortalidade.
História da vacina no Brasil - Febre Amarela
Clementino Fraga com integrantes da Brigada de
combate a epidemia de Febre Amarela (1928).
História da vacina no Brasil - Febre Amarela
Comissão de Profilaxia da Febre Amarela.
Livro - Febre Amarela: a doença e a vacina, uma
história inacabada
Para saber mais sobre a história da vacina e do
esforço de controle da febre amarela, leia o
livro de Jaime Benchimol.
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Em 1973 foi formulado o Programa Nacional de Imunizações - PNI, por determinação do Ministério da Saúde, com o objetivo de coordenar as ações de imunizações que se caracterizavam, até então, pela descontinuidade, pelo caráter episódico e pela reduzida área de cobertura.