Módulo 4 | Aula 3 Programas de saúde e o protagonismo dos Agentes Indígenas na garantia da atenção diferenciada
Programa Nacional de Suplementação de Vitamina A e de Ferro
As deficiências de ferro e de vitamina A são problemas que ocorrem no Brasil desde os primeiros estudos da década de 1970 e permanecem até hoje, assim como outras deficiências de micronutrientes.
Para tentar controlar estes problemas e principalmente prevenir essas carências, em 2005, alguns Programas de suplementação infantil foram implementados.
O Programa Nacional de Suplementação de Vitamina A foi criado pela Portaria nº. 729, de 13 de maio de 2005, com o objetivo de reduzir e controlar a deficiência nutricional de vitamina A em crianças de 6 meses a menores de 5 anos de idade.
Em 2012, com a ação do Programa Brasil Carinhoso, ocorreu a expansão para todos os municípios integrantes do Plano Brasil Sem Miséria em diversas regiões brasileiras, incluindo todos os 34 DSEIs (BRASIL, 2014).
O Programa Nacional de Suplementação de Vitamina A consiste no fornecimento de cápsulas gelatinosas em duas dosagens:
100.000 Unidades Internacionais (UI)
200.000 Unidades Internacionais (UI)
OBS: Ambas são compostas de vitamina A na forma líquida, diluída em óleo de soja e acrescida de vitamina E.
(BRASIL, 2005a;2013c)
O Quadro 1 mostra como deveria ser a dosagem e a forma de suplementação da vitamina A em todo o país.
Programa Nacional de Suplementação da Vitamina A
Para saber mais sobre o Programa Nacional de Suplementação de Vitamina A, assista ao vídeo: Programa Nacional de Suplementação da Vitamina A (Tempo: 3:42)
Fonte: Youtube
Programa Nacional de Suplementação de Ferro
A anemia ferropriva é, historicamente, um grave problema de saúde pública no Brasil, pois apresenta altas prevalências e tem relação direta com o desenvolvimento das crianças, principalmente as menores de 2 anos, o que pode ocasionar um déficit cognitivo, no crescimento e desenvolvimento neuropsicomotor e comprometimento do sistema imunológico.
Com o objetivo de enfrentar essa situação, o SUS possui desde 2005, o Programa Nacional de Suplementação de Ferro, que consiste na suplementação de ferro em doses profiláticas (ou seja, para prevenir a anemia), iniciando-se aos 6 meses de vida até completar 2 anos, com 1 mg de ferro elementar por kg de peso, diariamente. As gestantes também devem receber o suplemento de ferro diariamente até o final da gestação com 40 mg de ferro elementar e 400 μg de ácido fólico.
A fortificação de alimentos é outra estratégia adotada pelo governo federal para a profilaxia (prevenção) da anemia. Para isso, foram adicionados os micronutrientes em pó nos alimentos preparados para as crianças e a fortificação obrigatória das farinhas de trigo e milho com ferro e ácido fólico (BRASIL, 2002b).
A simples suplementação com este mineral pode prevenir a anemia, auxiliando, junto a outras medidas, a reduzir a mortalidade infantil, melhorar a parte cognitiva das crianças, melhorando o aprendizado, contribuindo para o crescimento da estatura e, consequentemente, para o desenvolvimento.
Na sua comunidade, crianças de 6 meses até 2 anos recebem o suplemento de ferro? Como a equipe de saúde se organiza e distribui esse suplemento? Caso não estejam recebendo, por que isso está acontecendo? E as gestantes têm recebido os suplementos de ferro?
Para saber mais sobre o Programa Nacional de Suplementação de Ferro, acesse:
Na sua região, os profissionais de saúde estão sendo preparados para trabalharem em contexto interétnico?
No seu território existe acesso à água potável, tão essencial para a garantia de saúde e redução da mortalidade infantil?
No seu território existe acesso ao serviço de saúde, como médicos, exames, medicamentos, equipe de enfermagem?
Os programas de saúde, como o de suplementação de ferro e vitamina A, estão chegando nos seus territórios?
Para os conselheiros:
Você está tendo acesso aos dados da sua região? Esses dados estão sendo divulgados?
Vocês já discutiram essas questões nas reuniões de conselhos locais e distritais de saúde indígena?