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Campus Virtual Fiocruz

Informação para o SUS: políticas e sistemas

Módulo 3 | Aula 1
Interoperabilidade de padrões em Informática em Saúde

Tópico 3

A Interoperabilidade na Prática

Implementação do e-SUS

O e-SUS é uma estratégia do Sistema Único de Saúde (SUS) que visa a informatização e a integração das informações de saúde em todo o Brasil. É uma plataforma que permite o registro e a troca de dados entre as unidades de saúde, proporcionando um acesso mais rápido e eficiente às informações dos pacientes. O e-SUS é essencial para a efetivação da gestão da saúde pública, qualidade no atendimento e pesquisa.

pan_tool_alt CliqueToque nos estados em destaque para ver as informações.

Apresenta 3 cards, cada um representando um problema.

Sistema de Integração de Informações em Tempo Real

A integração de sistemas de informação tem um papel crucial para a gestão eficiente de epidemias. Durante a pandemia da COVID-19, o Brasil, assim como outros países, enfrentou o desafio de coletar dados precisos e em tempo real para tomar decisões ágeis. Isso exigiu o desenvolvimento de plataformas e a integração de dados de diferentes fontes para monitorar a evolução da pandemia e otimizar as respostas de saúde pública.

Um exemplo claro dessa integração foi a Plataforma de Monitoramento da COVID-19, desenvolvida pelo Ministério da Saúde. Essa plataforma coletava informações sobre casos confirmados, internações e dados de vacinação. Com essa integração, autoridades de saúde puderam analisar em tempo real o avanço da epidemia, possibilitando decisões informadas sobre restrições, distribuição de vacinas e alocação de recursos.

Além da plataforma, o Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) e o e-SUS Notifica foram amplamente utilizados para registrar casos suspeitos e confirmados de COVID-19, oferecendo uma visão detalhada e atualizada da situação em várias regiões do Brasil. Essas tecnologias permitiram uma resposta mais agil e eficaz ao surto.

Rede Nacional de Dados em Saúde (RNDS)

Com base nas lições aprendidas durante a pandemia, a Rede Nacional de Dados em Saúde (RNDS) foi criada pelo Ministério da Saúde para integrar e otimizar o uso de dados em saúde. A RNDS permite a integração de dados de diferentes sistemas, proporcionando uma visão abrangente das informações de saúde e facilitando a tomada de decisões em tempo real. Esse avanço é fundamental para fortalecer a resposta do Sistema Único de Saúde (SUS) a crises e para melhorar a eficiência na gestão dos serviços de saúde.

A RNDS é composta por:

  • Bases de dados centralizadas: Reúnem informações sobre casos de saúde, vacinas, hospitais, entre outros.
  • Módulos de integração: Permitem a troca de informações em tempo real entre diferentes partes do sistema de saúde.
  • Políticas de gestão: A RNDS é regida por diretrizes do Ministério da Saúde, que estabelece processos claros de tomada de decisão.
  • Participação social: comitês técnicos que incluem representantes de diversas áreas da saúde, garantindo que diferentes perspectivas sejam consideradas na governança dos dados.
  • Proteção de dados: A RNDS segue as normas da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), assegurando que dados sensíveis sejam manuseados de forma segura.
  • Treinamento e conscientização: Programas de treinamento para funcionários sobre a importância da proteção de dados e informações sensíveis.
  • HL7 (Health Level Seven International) e FHIR (Fast Healthcare Interoperability Resources): padrões que descrevem formatos e elementos de dados, apoiando a estruturação de interfaces para troca de registros eletrônicos de saúde.
  • Protocolos de segurança: Adotar protocolos internacionais para a segurança da informação, minimizando riscos.

A imagem abaixo apresenta uma representação visual da Rede Nacional de Dados em Saúde (RNDS), destacando sua função como um eixo central de integração de diversos atores e dados do setor de saúde no Brasil.

Os ícones representam os diversos atores e dados que são integrados pela RNDS, como:

Atores e Dados Definição
Gestores Indicam a participação de gestores em diferentes níveis do sistema de saúde na utilização da plataforma.
Unidades de Saúde Representam as diversas unidades de saúde que podem se conectar à RNDS, como hospitais, clínicas e postos de saúde.
Operadoras Indicam a participação de operadoras de saúde na plataforma.
Regulação da Atenção Representa a função da RNDS na regulação da atenção à saúde.
Suporte a Linhas de Cuidado Indica que a RNDS oferece suporte às linhas de cuidado na saúde.
Serviços de Informação e Alerta Representa a capacidade da RNDS de fornecer serviços de informação e alerta aos usuários.
Profissionais de Saúde Indica que profissionais de saúde de diversas áreas podem utilizar a plataforma.
Laboratórios Representa a integração de dados de laboratórios clínicos.
Centros de Pesquisa Indica a participação de centros de pesquisa e desenvolvimento.
Farmácias Representa a integração de dados de farmácias.
Saúde Populacional Indica a utilização da RNDS para a gestão da saúde populacional.
Atendimento de Urgência e Emergência Representa a utilização da RNDS no atendimento de urgência e emergência.
Comunidades de Usuários Indica a participação de comunidades de usuários da plataforma.

A interoperabilidade de dados e a tomada de decisões baseadas em evidências transformam a forma como os serviços de saúde pública operam, permitindo respostas mais rápidas, coordenadas e eficazes durante surtos. Com um acesso aprimorado a dados relevantes e a capacidade de analisar esses dados em tempo real, as instituições podem não apenas responder a crises de saúde, mas também planejar intervenções futuras, melhorando assim a saúde da população. Essa transformação é essencial para um sistema de saúde mais resistente e preparativo.