Informação para o SUS: políticas e sistemas

A partir deste ponto da nossa jornada, convidamos você a atravessar as “pontes invisíveis” que ligam hospitais, laboratórios, unidades básicas, aplicativos e gestores: as pontes da interoperabilidade. Ao longo das próximas aulas, você descobrirá como diferentes camadas de integração — semântica, sintática e pragmática — permitem que prontuários eletrônicos, bases de vigilância e plataformas como o e-SUS APS conversem no mesmo idioma, garantindo que o sentido dos dados seja preservado de ponta a ponta.

Veremos, por exemplo, como a Rede Nacional de Dados em Saúde (RNDS) surgiu para enfrentar a fragmentação de mais de dois mil prontuários eletrônicos e centenas de sistemas nacionais, adotando padrões abertos como o HL7 FHIR e tecnologias como blockchain para assegurar segurança, rastreabilidade e acesso em tempo real a informações críticas. Na prática, essa integração já viabiliza o passaporte de vacinação no aplicativo Conecte SUS, a consolidação de registros de imunização em campanhas de massa e a resposta articulada a emergências sanitárias.

Mas interoperabilidade não é apenas tecnologia: exige governança clara, infraestrutura de TIC capilarizada e profissionais capacitados. Examinaremos, portanto, os desafios de harmonizar plataformas legadas, ampliar a conectividade em regiões remotas e promover formação continuada para equipes de saúde e de TI. Também discutiremos as garantias de privacidade trazidas pela LGPD e como a troca responsável de dados sustenta políticas públicas mais ágeis, transparentes e equitativas.

Ao final deste módulo, você compreenderá como a interoperabilidade transforma dados dispersos em inteligência coletiva, impulsiona a inovação e abre caminho para um cuidado continuado, centrado no cidadão e sustentado por evidências. Vamos atravessar essas pontes juntos e enxergar como um SUS conectado pode cuidar melhor de todos nós?