Módulo 2

Gestão de Riscos de Emergências em Saúde Pública no contexto da COVID-19

Aula 2

Considerações finais

O cenário ainda é carregado de incertezas sobre o comportamento futuro desta pandemia no país, em função do contínuo surgimento de novas variantes, do ritmo lento da vacinação (em virtude do início tardio na aquisição e distribuição das vacinas, falhas de logística etc.), das indecisões sobre a adoção de medidas que visam reduzir a transmissão, além de fatores externos do cenário global.

A trajetória de organização do SUS e a experiência no enfrentamento de outras emergências em saúde pública, com o aperfeiçoamento das capacidades nas três esferas de gestão, constitui a base sob a qual tem se construído a resposta à presente pandemia.

Para Refletir

Além das próprias deficiências crônicas, vários fatores podem dificultar o desempenho do SUS na resposta à pandemia. Para isto é fundamental uma forte e coerente coordenação nacional, convergindo nos discursos e ações sobre as estratégias que o SUS deve adotar, como as que envolvem informações quanto à eficácia e as estratégias de vacinação e as recomendações sobre uso de medicamentos que possuam comprovada evidência científica de eficácia. Além da coordenação forte e coerente no sistema de saúde, uma pandemia como a atual aponta claramente para a importância de iniciativas de proteção social, entre outras, incluindo o auxílio financeiro aos grupos populacionais mais vulneráveis, compatível com suas necessidades de uma vida digna e saudável.

A pandemia tem trazido uma série de ensinamentos, além do sofrimento gerado pelas centenas de milhares de mortos, milhões de doentes e portadores de doenças crônicas agravadas.

Espera-se que as lições – negativas e positivas – sirvam para aperfeiçoar nossas capacidades no SUS, como foi absorvido o aprendizado de outras emergências, e que o SUS seja reconhecido como um verdadeiro e duradouro patrimônio da população, a ser defendido não somente pelos seus trabalhadores, mas por todos. Para além do campo da saúde, é necessário também identificar e enfrentar as desigualdades sociais que tornam mais vulneráveis os grupos populacionais mais desfavorecidos, os quais seriam os mais afetados por novas emergências (Lima et al, 2020).