Módulo 4 | Aula 2 Povos Indígenas
Introdução
O último censo realizado em 2010 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelou alguns dados importantes sobre a população indígena no Brasil.
Ao contrário do que muitos acreditam, o número de pessoas indígenas, que hoje é proporcional a 0,4% da população nacional, está aumentando. Por muito tempo, os povos indígenas foram vistos como uma existência frágil, atípica e transitória, que passaria, inevitavelmente, por um processo de desaparecimento, seja por meio de violências premeditadas como escravidão, epidemias, extermínio ou por políticas de assimilação como aquelas desempenhadas por missões religiosas e pelo Estado brasileiro.
Logo, percebemos na sociedade brasileira a permanência de um imaginário bastante controverso sobre os povos indígenas que remete a sua existência ao passado, aos lugares distantes e a um estereótipo homogeneizante típico do pensamento colonial: o índio como um ser atrasado, infantil, o índio nu, de cocar, cabelos lisos, sem diferença entre as diversas etnias e para sempre congelado no tempo.
Como resultado desse imaginário empobrecedor, que reproduz uma ideia de que indígenas são todos iguais, essas pessoas e seus coletivos têm as suas identidades constantemente negadas. As ideias de isolamento, pureza cultural e o ideal fenotípico (olhos puxados, cabelos lisos etc.) funcionam como mecanismos de desautorização, que negam o reconhecimento ao indígena de “carne e osso”, dificultando a sua vida, a luta pela terra e o acesso aos seus direitos.
Confira #MenosPreconceitoMaisÍndio
Sinopse: Os tempos mudaram. Os indígenas também. Mas eles continuam lutando pelo direito de existência. Se você não é mais igual ao seu tataravô, por que os indígenas também não podem mudar? Incorporar novos hábitos, como usar roupas ou tecnologia, não faz do indígena menos indígena? Eles continuam lutando para manter suas identidades e culturas.
ISA | #MenosPreconceitoMaisÍndio
Fonte: Instituto Socioambiental
A reprodução do racismo contra esses povos é um problema social que deve ser combatido. Os estigmas sobre os povos indígenas são responsáveis pelas dificuldades desses coletivos exercerem sua plena cidadania, de terem seus direitos reconhecidos, levando-os a apresentar índices alarmantes de vulnerabilidades sociais acumuladas, menor expectativa de vida, maior índice de suicídio. A esses fatores, somam-se o contexto de conflitos que resultam em mortes violentas ou viver sob ameaça.
Assim, apesar de diversos avanços, ainda se observa que as populações indígenas apresentam um cenário desfavorável quanto aos agravos transmissíveis, somando-se a eles a emergência das doenças crônicas não transmissíveis.
Para maiores informações sobre situação de saúde dos povos indígenas veja esta aula sobre Vulnerabilidade dos Povos Indígenas - Perfil epidemiológico dos Povos Indígenas.
E para dados disponibilizados pela Secretaria Especial de Saúde Indígena (SESAI) sobre Tuberculose, Hepatites Virais e IST veja Saúde indígena: análise da situação de saúde no SasiSUS, de 2019.