A comunicação em saúde é essencial para promover relações, garantir práticas de cuidado, facilitar o entendimento e a consequente adesão aos cuidados em saúde.
Módulo 5 | Aula 1 Autocuidado no âmbito pessoal
Elementos que favorecem a adoção e/ou manutenção de hábitos saudáveis na APS
Além das ações para o autocuidado em saúde, já mencionadas anteriormente e relacionadas ao âmbito pessoal, existem elementos que contribuem para e que irão favorecer a adoção ou a manutenção dessas ações de autocuidado em saúde. Estes serão descritos a seguir.
Comunicação e o entendimento
Comunicar transcende informar. O foco da comunicação é o entendimento consequente do processo de emissão, transmissão e recepção de mensagens. Nesta comunicação dialógica é essencial a interação, a compreensão dos envolvidos e a linguagem, cujo objetivo não é transferir, depositar ou oferecer um conhecimento (FREIRE, 1987; HABERMAS, 1994).
De modo similar, está a comunicação em saúde como troca de informação, de subjetividades e expressões verbal e não verbal que deve direcionar-se para a compreensão entre os sujeitos e pautar-se no vínculo.
Faça uma reflexão sobre como ocorre a comunicação em saúde no seu local de trabalho. Com os usuários/familiares/comunidade há troca de informação, compartilhamento de saberes, vínculo, respeito, diálogo, linguagem adequada? Ou a comunicação mais se parece com regras de um manual a ser seguida? E, quanto à comunicação com outras pessoas, você pratica a escuta ativa? Ou enquanto o outro fala você já está pensando no que responder?
Confiança e resiliência
A confiança é uma necessidade humana para o viver em sociedade, que se estabelece em relação a algo ou alguém. O nível mais básico de confiança, a fiabilidade, é implícito e natural, ou seja, é a confiança no funcionamento do mundo para que a vida flua. A perda na fiabilidade no mundo acarreta consequências catastróficas, devido à falta de confiança também em outros níveis e comprometimento da vida (KETZER, 2016; SOUSA; MOREIRA; JULIÃO; ANDRADE, 2021).
Reflita sobre como está sua confiança diante das mudanças históricas em que estamos vivenciando...percebe como um ciclo? Consegue apoiar-se na resiliência e na confiança diante dos desafios e dificuldades atuais? Com os usuários do sistema de saúde que você atende na unidade é possível abordar sobre a manutenção da confiança?
Já a resiliência, é a capacidade de um indivíduo em enfrentar e responder, positivamente, aos eventos com alto potencial de danos. Uma pessoa resiliente consegue recuperar ou se manter emocionalmente equilibrada, apesar dos desafios da vida, pois percebe as dificuldades como oportunidades e as aproveita de modo flexível para aprender e/ou para adaptar. Portanto, resiliência se relaciona à resistência ao estresse, mas também à recuperação e à superação (SILVA; LUNARDI; FILHO; TAVARES, 2005; SOUSA; MOREIRA; JULIÃO; ANDRADE, 2021).
Faça uma reflexão acerca dos seus hábitos, do cotidiano e suas necessidades em estabelecer novas metas e pontos de partida para mudanças a fim de estar claro o que deseja modificar em prol da sua saúde e suas motivações (como uma escolha consciente de autocuidado). Proponha também aos usuários do sistema de saúde, que são atendidos em sua unidade, a refletirem sobre a resiliência diante da situação atual em que estão vivendo.
Literacia para a Saúde
O autocuidado em saúde, especialmente no contexto de pessoas com condições crônicas de saúde, costuma implicar em mudanças no estilo de vida que são necessárias para minimizar complicações decorrentes da(s) doença(s) e promover melhora na sintomatologia, tais como: manter uma alimentação saudável, praticar atividade física regularmente, compreender e seguir as orientações da equipe de saúde, como utilizar de forma continuada os medicamentos apropriados, dentre outras ações. Para que se consiga promover o autocuidado, como já visto nas aulas anteriores, a LS torna-se um aspecto fundamental que necessita ser aprimorado para a devida compreensão sobre os cuidados em saúde.
Indivíduos com baixos níveis de LS podem apresentar baixos níveis de autogestão, ou seja, reduzida capacidade de participar em decisões sobre a sua condição de saúde (PORTUGAL, 2019). Da mesma forma, o baixo nível de LS, juntamente a outras barreiras, compromete a prevenção e o autocuidado em DCNT (CPHA, 2006).
Você encontrará nos aqui alguns links com conteúdo de autocuidado no âmbito pessoal:
Vídeo 1 - Resiliência:
Vídeo 2 - Atividade Física:
Vídeo 3 - Alimentação:
Vídeo 4 - Repouso e sono: