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Campus Virtual Fiocruz

Informação para o SUS: políticas e sistemas

Módulo 3 | Aula 3
Fontes de dados digitais: barramentos de interoperabilidade

Tópico 4

Aplicações e Estudos de Casos Internacionais

Compreender as iniciativas internacionais é essencial para identificar boas práticas e soluções inovadoras que podem ser adaptadas ao contexto brasileiro. A interoperabilidade é um desafio global e, ao observar experiências como a dos Estados Unidos, Canadá e União Europeia, podemos extrair lições valiosas sobre como superar barreiras tecnológicas, promover integração eficiente e garantir segurança dos dados. Nos cards abaixo, você pode explorar como cada uma dessas regiões tem lidado com a integração de sistemas de saúde, os benefícios alcançados e os desafios enfrentados.

EUA e Canadá: Integração de EHRs (Electronic Health Records)

Descrição: Nos estados Unidos e Canadá, a integração de prontuários eletrônicos de Saúde (EHRs) tem sido um dos pilares para a digitalização dos serviços de saúde. Os EHRs são sistemas que armazenam dados completos sobre o histórico clínico de cada paciente, incluindo diagnósticos, prescrições, exames e procedimentos. A interoperabilidade desses sistemas é essencial para permitir o compartilhamento de informações entre diferentes unidades de saúde, clínicas e hospitais, independentemente de onde o paciente tenha sido atendido.

Análises Clínicas em tempo real: A integração de EHRs nos EUA e Canadá permite que médicos e profissionais de saúde acessem dados de pacientes em tempo real. Isso facilita decisões clínicas rápidas e informadas, melhora a eficiência e evita a duplicação de exames. Além disso, o acesso contínuo a dados permite a gestão de condições crônicas e a realização de análises preditivas para melhorar a alocação de recursos e a resposta a emergências.

Desafios e Iniciativas: Embora a interoperabilidade dos EHRs tenha avançado significativamente, ainda existem desafios relacionados à padronização e segurança da informação. Os dois países estão trabalhando em soluções baseadas em APIs e protocolos modernos, como o FHIR, para melhorar a integração entre plataformas diferentes.

União Europeia

Descrição: A União Europeia enfrenta o desafio de integrar sistemas de saúde de diferentes países, cada um com suas próprias normas e infraestrutura tecnológica. Nesse contexto, a interoperabilidade transnacional tem um papel fundamental, permitindo que pacientes europeus recebam cuidados de saúde em qualquer país da União com acesso ao seu histórico médico.

Políticas Regionais de Saúde Digital: A UE desenvolveu padrões comuns e políticas regionais para promover a interoperabilidade e o compartilhamento seguro de dados entre os sistemas nacionais de saúde. Um exemplo é o MyHealth@EU, uma plataforma que facilita o acesso a registros eletrônicos de saúde para cidadãos da União Europeia em diferentes países, permitindo a continuidade do cuidado, especialmente para viajantes e trabalhadores transfronteiriços.

Benefícios e Desafios: A interoperabilidade transnacional melhora a eficiência do sistema de saúde e promove a mobilidade dos cidadãos europeus, além de incentivar a cooperação em pesquisa e saúde pública. No entanto, ainda existem desafios relacionados à proteção de dados pessoais, especialmente em conformidade com o Regulamento Geral de Proteção de Dados (GDPR), e à harmonização entre diferentes infraestruturas de TI.

Esses exemplos internacionais mostram como a interoperabilidade é fundamental para promover eficiência, continuidade do cuidado e inovação nos sistemas de saúde. Enquanto EUA e Canadá estão focados na integração de EHRs e análises em tempo real, a União Europeia destaca-se por seu enfoque transnacional, buscando alinhar diferentes sistemas de saúde para criar uma rede integrada e segura. Ambos os casos demonstram que a adoção de padrões comuns e a colaboração entre instituições são essenciais para o sucesso da interoperabilidade e para garantir serviços de saúde mais eficazes e centrados no paciente.