Módulo 2 | Aula 4
Indicadores de Saúde
Construção de indicadores
A construção de indicadores em saúde é uma atividade complexa essencial para transformar dados em informações significativas. Os indicadores são baseados na contagem de eventos (ex: óbitos) e podem ser calculados de acordo com o local de residência (em geral, avaliando o risco de adoecimento) ou o local de ocorrência (para avaliar os serviços de saúde, por exemplo).
A seguir, estão detalhadas as principais medidas adotadas na construção de indicadores:
Os indicadores podem resultar de uma contagem ou estimativa e são expressos em valores absolutos. Contudo, nem todo número é um indicador, pois ele precisa carregar um significado. Um exemplo seria a taxa de incidência da sífilis congênita, que se calcula com base no número de casos diagnosticados em menores de 1 ano (numerador) e o total de nascidos vivos na população (denominador). Cada caso de sífilis congênita, por si só, já representa um indicador, pois reflete um evento evitável pelos serviços de saúde e que deve ser monitorado.
A proporção é a relação entre um subconjunto e o total de casos possíveis, expressa em porcentagem ou como número decimal. Exemplo: percentual de partos hospitalares.
Cálculo: Número de nascidos vivos de partos hospitalares ÷ Número total de nascidos vivos x 100
A taxa é a relação entre duas grandezas diferentes, sendo geralmente multiplicada por potências de 10. Um exemplo seria a taxa de mortalidade infantil por 1.000 nascidos vivos.
Cálculo: Número de óbitos de menores de 1 ano de idade ÷ Número total de nascidos vivos x 1.000
Refere-se ao número de novos casos de uma doença em um período específico. É utilizada para estudar a dinâmica temporal de uma doença e para avaliar o risco de contrair a doença em uma população em risco.
Exemplo: incidência de dengue por 100.000 habitantes.
Cálculo: Número de casos novos confirmados de dengue ÷ População total x 100.000
É a quantidade total de casos existentes em uma população num dado momento. A prevalência pode ser usada para indicar quantas pessoas estão vivendo com a doença em um dado momento e pode ser usada no planejamento de serviços de saúde, alocação de recursos e para entender a carga geral de uma doença na população.
Exemplo: prevalência de hanseníase por 10.000 habitantes.
Cálculo: Número de casos de hanseníase em curso de tratamento ÷ População total x 10.000
A média é a soma dos valores observados dividida pelo número de observações. A média é sensível a valores extremos, o que pode distorcer o resultado final e não refletir adequadamente a maioria dos dados. Assim, ao usar a média para indicadores sociais, pode-se ignorar disparidades entre diferentes grupos ou subgrupos, como desigualdades de renda ou disparidades regionais.
Exemplo: média de anos de estudo.
Cálculo: (número de anos de estudo completados pela população de 25 anos ou mais)/(População total de 25 anos ou mais)
É o valor que divide um conjunto de dados ordenados em forma crescente em duas partes iguais - metade dos valores estão abaixo da mediana e metade estão acima dela. Não é tão sensível a valores extremos quanto a média, o que significa que pode oferecer uma medida mais robusta da tendência central dos dados, especialmente em conjuntos de dados com distribuições assimétricas. Por outro lado, pode não captar variações menores nos dados e ser menos precisa em amostras muito pequenas.
Exemplo: Rendimento domiciliar per capita mediano (em R$)
É uma medida estatística que compara duas quantidades ou variáveis relacionadas dentro de um contexto social específico, geralmente utilizando a divisão entre as duas variáveis, expressando a relação entre elas de forma proporcional. O denominador não inclui o numerador, pois são duas medidas separadas e excludentes entre si. O coeficiente pode ser multiplicado por potências de 10, como a razão de médicos por 1.000 habitantes.
Cálculo : Razão=(número de médicos) / (População total) x 1.000