Módulo 1

Introdução​

Aula 2

Fatores de risco para Emergências em Saúde Pública

Como citado anteriormente, o conceito de Emergência em Saúde Pública tem como base a ocorrência de um evento/dano e os fatores de risco associados (Carmo et al, 2008; Carmo, 2020).

Todos os dias milhares de indivíduos e populações se encontram expostas ao risco de Emergências em Saúde Pública (desastres; surtos, epidemias, pandemias; desassistência) e estes riscos se relacionam diretamente com o meio ambiente, ameaças físicas, naturais e biológicas, e as condições sociais em que vivem, como vimos nos tópicos anteriores com a situação de vulnerabilidade socioambiental, além da capacidade de resposta (Rocha e Alpino et al, 2016).

Novamente tendo como exemplo a COVID-19, os territórios com condições de vulnerabilidade, como pobreza, moradias com infraestrutura inadequada, falta de saneamento e serviços e cuidados de saúde criam condições de risco determinantes para a potencialização desta Emergência em Saúde Pública e seus impactos.

Tendo como referência Rocha e Alpino et al (2016), existem 3 (três) principais fatores de riscos para Emergências em Saúde Pública:

Quanto mais baixo o padrão de desenvolvimento econômico e social, maiores as condições de vulnerabilidade e menor a capacidade de redução de risco de Emergências em Saúde Pública.

O crescimento da população em determinadas áreas e territórios pode representar aumento de riscos de Emergências em Saúde Pública, e estes podem ser agravados pelas precárias condições de infraestrutura (habitação, saneamento).

O meio ambiente e as emergências em saúde estão intimamente ligados. A degradação ambiental e as mudanças climáticas afetam o equilíbrio natural da terra como um todo, incluindo os recursos naturais, como a água, e habitat dos animais.

No caso da pandemia da COVID-19, os países, territórios e comunidades com baixo desenvolvimento econômico e social, apresentam maior vulnerabilidade e desigualdade, condições de vida precárias, menor capacidade de respostas e redução dos riscos, e consequentemente impactos mais severos.

Além disso, o modelo atual de desenvolvimento econômico associado a degradação de florestas e rios, ao desmatamento e as mudanças climáticas influenciam também no surgimento do vírus Sars-CoV-2 (Souza, 2020).

Compreendendo os fatores de risco e sua relação com a ocorrência das Emergências em Saúde Pública, é possível conhecer e avaliar o risco real dos territórios para assim adotar ações para prevenir e reduzir os riscos, ocorrência e impactos. Para avaliar os riscos, deve-se buscar informações sobre as condições físicas (ameaças da natureza ou da sociedade), ambientais e sociais (principais vulnerabilidades sociais e ambientais) do território (Rocha e Alpino et al, 2016).