Módulo 3 | Aula 1 Breve Histórico

A utilização de animais para geração de conhecimento não é uma prática recente. Ela data de milhares de anos, quando o estudo sobre circulação sanguínea, processos de digestão e de outras funções biológicas era feito utilizando animais de diferentes espécies. Na história mais recente da ciência, animais de pequeno porte, como camundongos e ratos, foram essenciais para a descoberta e o estudo de doenças, assim como no desenvolvimento de medicamentos e vacinas.
Atualmente, apesar de todo o esforço para o desenvolvimento e uso de modelos alternativos, que discutiremos a seguir, modelos de experimentação animais ainda são utilizados e geram conhecimentos fundamentais para alguns tipos de estudos.
Além disto, diretrizes éticas em estudos envolvendo seres humanos preconizam que, dependendo do estudo, como no caso do desenvolvimento de medicamentos, haja conhecimento prévio obtido com experimentação animal.
Na Declaração de Nuremberg, consta que:
“O experimento deve ser baseado em resultados de experimentação com animais e no conhecimento da evolução da doença ou outros problemas em estudo; dessa maneira, os resultados já conhecidos justificam a condição do experimento.”
Este princípio é reforçado pela Declaração de Helsinque, que preconiza que:
“A pesquisa clínica envolvendo seres humanos deve estar em conformidade com os princípios científicos geralmente aceitos, basear-se em conhecimento minucioso da literatura científica, em outras fontes de informação relevantes e em experimentação laboratorial adequada e, quando adequado, em experimentação animal. [...] O bem-estar de animais usados para a pesquisa deve ser respeitado.”
Sendo assim, o uso de animais em pesquisa só é aceitável se contribuir para a geração de conhecimento que tenha potencial para beneficiar humanos ou animais. Vale ressaltar que produtos veterinários também são testados em animais para comprovação de segurança e eficácia.