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Campus Virtual Fiocruz

Ética e Integridade na Pesquisa

Módulo 1 | Aula 2 Contexto histórico

Iniciativas nacionais sobre “Integridade em Pesquisa” têm sido feitas desde os anos 2000, entretanto, internacionalmente, essa discussão se iniciou na década de 1980. Observe o cronograma a seguir:

1981

Instituído o 1º Comitê de Integridade em Pesquisa na Universidade de Washington (EUA).

1989

  • Criação do Office of Scientific Integrity (OSI) e depois, em 1992, consolidado como Office of Research Integrity (ORI) nos EUA.
  • Institute of Medicine (atual National Academy of Medicine) dos EUA recomenda que Universidades devem fornecer instrução formal em boas práticas de pesquisa incorporada aos currículos de todos os estudantes das áreas de ciências, tanto na graduação quanto na pós-graduação.

2000

European Science Foundation publica o manual de Boas Práticas Científicas em Pesquisa.

2003

European Federation of Academies of Sciences and Humanities (ALLEA) assina o Memorando de Integridade Científica.

2007

  • Inicia-se o movimento internacional de discussão de integridade na 1ª Conferência Mundial de Integridade em Pesquisa (WCRI) em Lisboa.
  • Primeira Disciplina de Pós-graduação sobre Integridade em Pesquisa no Brasil - Instituto Militar de Engenharia (IME).

2009

OECD lança o Guia Prático sobre a Investigação da Má Conduta na Pesquisa no Fórum de Ciência Global.

2010

  • European Science Foundation (ESF) lança o Código de Conduta Europeu para Integridade em Pesquisa.
  • 2ª Conferência Mundial de Integridade em Pesquisa: Declaração de Singapura.
  • I Brazilian Meeting on Research Integrity, Science and Publication Ethics (BRISPE) no Rio de Janeiro.

2011

CAPES lança Orientações de Combate ao Plágio.

2012

  • Criação da Comissão de Integridade na Fiocruz.
  • Associação Brasileira de Editores Científicos (ABEC) lança Diretrizes para promover integridade em publicações de periódicos científicos.
  • II Brazilian Meeting on Research Integrity, Science and Publication Ethics (BRISPE).

2013

3ª Conferência Mundial de Integridade em Pesquisa: Declaração de Montreal sobre integridade em Pesquisa.

2014

FAPESP lança Código de Boas Práticas em Pesquisa.

2015

4ª Conferência Mundial de Integridade em Pesquisa, realizada no Rio de Janeiro.

2019

Criação do Guia de Integridade em Pesquisa da Fiocruz.

2020

6ª Conferência Mundial de Integridade em Pesquisa: Princípios de Hong Kong.

Restruturação da Comissão de Integridade da Fiocruz.

2021

VI BRISPE (encontro realizado por meio virtual).

2022

7ª Conferência Mundial de Integridade em Pesquisa (WCRI) na África do Sul.

2024

  • 8ª Conferência Mundial de Integridade em Pesquisa (WCRI) na Grécia.
  • VII BRISPE, realizado no Rio de Janeiro.

A 2ª Conferência Mundial sobre Integridade em Pesquisa (World Conference on Research Integrity, WCRI), realizada em 2010 em Singapura, definiu quatro princípios fundamentais que regem a boa conduta em pesquisa que, em tradução livre do texto original em inglês, são:

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Honestidade

em todos os aspectos da pesquisa

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Responsabilização

na condução da pesquisa

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Respeito e imparcialidade profissionais

no trabalho com outros

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Bom gerenciamento

da pesquisa em benefício de outros

Esses princípios são assumidos também por All European Academies (ALLEA), estabelecidas no Código de Conduta Europeu para Integridade em Pesquisa. A esses princípios, são frequentemente adicionados valores como acurácia, eficiência e objetividade, como é o caso do Escritório de Integridade em Pesquisa (Office of Research Integirty, ORI) dos Estados Unidos. Outros valores são confiabilidade, imparcialidade, transparência e comunicação aberta, que expressam a importância de planejar, preparar, desenvolver e expor de forma clara e direta todos os resultados de uma pesquisa. Por mais que não exista um método universal que se aplique a todas as áreas de investigação, e que normas e diretrizes possam variar entre diferentes áreas e culturas, existem valores comuns a todos os pesquisadores que devem ser levados sempre em consideração.

Saiba Mais

A Declaração de Singapura sobre Integridade em Pesquisa é considerada um guia global para a condução responsável de pesquisas.

  • Clique aqui e acesse a versão em português.

A Integridade em Pesquisa na Fiocruz

A Fiocruz reconhece a importância da integridade em pesquisa e, por meio da Comissão de Integridade em Pesquisa (CIP), do Guia de Integridade em Pesquisa da Fiocruz e de ações educativas, tem se dedicado à promoção da cultura de integridade na instituição.

A Comissão de Integridade em Pesquisa da Fiocruz foi criada em fevereiro de 2012 com o objetivo de estimular o desenvolvimento da cultura da integridade científica. Após um período de atuação inicial, a comissão foi fortalecida e reestruturada para acompanhar as tendências nacionais e internacionais no que tange a condução responsável da pesquisa em saúde, sua publicação e as atividades de ensino.

O Guia de Integridade em Pesquisa da Fiocruz é um documento aprovado pelo Conselho Deliberativo da Instituição e tem como objetivo orientar a atuação profissional das pessoas que atuam na função de pesquisador, seja pesquisador visitante, gestor ou estudante, sobre as boas práticas em pesquisa nos projetos realizados e financiados pela Fiocruz e a divulgação dos seus resultados.

O Guia foi elaborado tomando por base documentos previamente desenvolvidos por instâncias internacionais, como citadas anteriormente, e em consenso com guias nacionais, tais como:

Os profissionais que realizam pesquisas na Fiocruz devem desenvolver suas atividades de pesquisa com respeito aos valores, princípios e deveres aqui explicitados no guia, com zelo pela imagem institucional e sua própria, e busca pela imparcialidade frente a qualquer tipo de pressão de grupos de interesses que se choquem com os interesses primários da pesquisa.

Os princípios individuais segundo o Guia de Integridade da Fiocruz:

Ser íntegro na apresentação das evidências científicas, na execução, descrição de métodos e procedimentos da pesquisa, citações, interpretação dos resultados, atribuição e julgamento de créditos ao trabalho dos outros e próprios, na revisão, elaboração de documentos e na comunicação desses resultados.

Ser responsável na realização das etapas da pesquisa, considerando os impactos, benefícios e riscos das atividades científicas para os participantes da pesquisa e/ou animais de experimentação na formação de recursos humanos e na construção da ciência como um patrimônio coletivo.

Ter deferência por todos os envolvidos na pesquisa, respeitando seus valores e culturas, tratando a todos com zelo, cortesia e justiça. O respeito é também devido aos materiais genéticos, animais, meio ambiente ou artefatos culturais que são utilizados na pesquisa científica.

Realizar avaliações com respeito, neutralidade e justiça, sem privilégios em relação a pesquisadores, alunos e na comunicação com a sociedade.

Ser aberto e franco na apresentação de objetivos, na divulgação de métodos, dos conflitos de interesse, transmissão de interpretações das evidências científicas e resultados comunicando-se de forma completa e clara, incluindo financiadores e patrocinadores.