Módulo 4 Conceito de Saúde Única
Aula 2
Intersetorialidade nas ações de enfrentamento às leishmanioses
A intersetorialidade (Figura 34) também é um princípio da Política Nacional de Atenção Básica no Brasil, destacando a responsabilidade de todos os profissionais que compõem as equipes da Estratégia Saúde da Família em desenvolver ações conjuntas com parcerias e recursos da comunidade para potencializar iniciativas de saúde e integrar projetos sociais.

A ação intersetorial é essencial para a implantar intervenções que abordem aspectos psicológicos, biológicos e sociais dos problemas de saúde, promovendo efetivamente a saúde pública. Ela envolve a articulação entre diferentes setores para pensar a saúde, estimulando a troca e a construção coletiva de saberes, linguagens e práticas na tentativa de resolver questões sanitárias complexas, estabelecendo vínculos de corresponsabilidade e cogestão.
Todos os atores neste processo devem organizar-se de acordo com seus interesses diante do problema, gerando cooperação ou conflito. A cooperação ocorre quando há engajamento voluntário e comunicação clara entre os atores. Já o conflito surge quando há discordância quanto à realidade, interesses, valores e sentimentos envolvidos (Figura 35).

Nesse contexto, o jogo social das ações intersetoriais deve ser compreendido dentro de três variáveis que influenciam a relação entre os atores, suas estratégias e os resultados esperados: o projeto de governo, a governabilidade e a capacidade de governo, formando o triângulo de governo proposto por Matus (1993). O projeto de governo apresenta os objetivos e os meios para alcançar os resultados desejados, refletindo os interesses dos atores envolvidos. A governabilidade resulta da equação entre as variáveis controladas e não controladas pelos atores, enquanto a capacidade de governo refere-se à habilidade técnica para executar ações conjuntas, incluindo a formação dos atores envolvidos (Figura 36).

O que é intersetorialidade?
Intersetorialidade refere-se à colaboração entre diferentes setores da sociedade, como saúde, educação, ambiente e outros. Isso significa juntar diferentes conhecimentos e poderes para trabalhar em conjunto (Figura 37). É uma forma de construir políticas públicas que consideram não só o espaço e o social, mas também o biológico.
