Módulo 2 Patogênese e Manifestações Clínicas

Aula 1

Patogênese e manifestações Clínicas


Após compreendermos a biologia do parasito, dos vetores e os mecanismos de transmissão das leishmanioses, é hora de avançarmos para os impactos que essas interações geram no organismo humano e animal. Neste módulo, nosso foco será a patogênese, os mecanismos de dano tecidual e as manifestações clínicas das diferentes formas da doença. Vamos também estudar os métodos laboratoriais que ajudam no diagnóstico e discutir estratégias de tratamento, sempre integrando a teoria à prática clínica. Prepare-se para mergulhar em casos reais, observando como a biologia se traduz em sinais e sintomas concretos.


Dando continuidade à nossa jornada, nesta aula vamos entender como a infecção por Leishmania desencadeia respostas imunológicas complexas e, muitas vezes, disfuncionais. A patogênese da leishmaniose envolve uma batalha intensa entre o parasito e o sistema imune do hospedeiro, que pode levar a diferentes manifestações clínicas — da forma cutânea localizada à visceral, potencialmente fatal. Vamos analisar os principais mecanismos patológicos e compreender como eles se refletem nas apresentações clínicas que encontraremos na prática.


Fotografia composta de duas imagens lado a lado mostrando lesões na pele causadas por leishmaniose cutânea. À esquerda (a), observa-se uma lesão ativa: uma úlcera com bordas elevadas, avermelhadas e centro com tecido esbranquiçado e irregular. À direita (b), visualiza-se a cicatriz da lesão: área de pele mais clara e lisa com leve retração e coloração hipopigmentada no centro da antiga úlcera. Fonte: Jaqueline de Souza / Fiocruz Minas.​
Figura 16. Lesão cutânea ativa (a) e cicatrizada (b) causada por leishmaniose cutânea. Fonte: Jaqueline de Souza / Fiocruz Minas.
Fotografia em close de região nasal de um paciente com lesão ulcerosa. Observa-se ulceração na mucosa do septo nasal e na borda das narinas, com perda de tecido e aspecto avermelhado. Há presença de pelos ao redor da lesão e leve inflamação na pele adjacente. Fonte: UNIVERSIDADE ABERTA DO SUS (UNASUS). Módulo 2: Saúde Pública e Vigilância. Brasília: UNA-SUS, 2024. Acesso em: 23 dez. 2024.​
Figura 17. Lesão ulcerosa da mucosa do septo nasal e parte das narinas. Fonte: UNIVERSIDADE ABERTA DO SUS (UNASUS). Módulo 2: Saúde Pública e Vigilância. Brasília: UNA-SUS, 2024. Acesso em: 23 dez. 2024.
Gráfico de barras e linha mostrando o total de casos e a proporção de HIV em coinfecção com leishmaniose visceral no Brasil entre 2007 e 2024. As barras azuis indicam o total de casos por ano, com aumento até 2017 e variações nos anos seguintes. A linha representa a proporção de HIV, com crescimento gradual ao longo dos anos, atingindo cerca de 22% em 2024. Fonte: Ministério da Saúde 2024.​
Figura 18. Total de casos e proporção de HIV. Coinfecção leishmaniose visceral e HIV. Fonte: Ministério da Saúde 2024
Cão magro, com pelagem curta marrom, apresentando lesão ulcerada e sangrante no focinho, além de aumento de linfonodo cervical com sinais de hemorragia, indicativo de leishmaniose visceral canina. O animal está em ambiente externo, sobre piso de cimento. Fonte: imagem feita no Centro de Controle de Zoonoses de Teresina, Piauí. 4 de junho de 2006. Fernandovet.​
Figura 19. Cão sintomático para leishmaniose visceral canina, com lesão de pele no focinho e aumento de linfonodo cervical com hemorragia. Fonte: imagem feita no Centro de Controle de Zoonoses de Teresina, Piauí. 4 June 2006; Fernandovet.