Módulo 1 O que são as leishmanioses

Aula 6

Ciclo do flebotomíneo


Fechando o primeiro módulo, consolidamos o conhecimento adquirido voltando o foco para o próprio parasito: o ciclo biológico da Leishmania dentro do vetor e do hospedeiro vertebrado. Vamos detalhar as transformações morfológicas e fisiológicas que permitem a sobrevivência e o sucesso parasitário, conectando tudo o que aprendemos sobre vetores, hospedeiros e ambiente. Este conhecimento será fundamental para compreendermos, nos módulos seguintes, como as manifestações clínicas se desenvolvem e quais são as estratégias diagnósticas e terapêuticas mais eficazes.


Figura mostrando o dimorfismo sexual em flebotomíneos. No topo, duas imagens: (a) macho com destaque para a genitália externa visível; (b) fêmea com destaque para a região genital, menos proeminente. Abaixo, imagens microscópicas: à esquerda, genitália masculina com estruturas curvas; à direita, genitália feminina com seta indicando a espermateca. Fonte: Fiocruz Minas / Victória Pereira e Fabiana Lara e Eunice Galati/USP.​
Figura 5. Flebotomíneos: (a) macho e (b) fêmea, com destaque para genitália, evidenciando o dimorfismo sexual. A seta indica a espermateca (estrutura do sistema reprodutivo das fêmeas). Este material é disponibilizado como recurso educacional aberto para fins acadêmicos e científicos, respeitando os devidos créditos. Fonte: Fiocruz Minas/ Victória Pereira e Fabiana Lara e Eunice Galati/USP.
Imagem de uma fêmea de flebotomíneo alimentada, com destaque em círculo vermelho para a região do cibário, estrutura localizada na parte anterior da cabeça, relacionada ao sistema alimentar. Fonte: Fiocruz Minas / Victória Pereira e Fabiana Lara.​
Figura 6.Fêmea alimentada. Fonte: Fiocruz Minas/Victória Pereira e Fabiana Lara
Figura 7.Ambientes de criadouros e abrigos naturais de flebotomíneos em áreas urbanas e periurbanas. Fonte: Eunice Galati - USP
Fases de vida dos flebotomíneos, representadas em seis imagens sequenciais: (a) ovos escuros sobre superfície clara, com duração de 6 a 17 dias; (b) larva 1 (L1), pequena e esbranquiçada; (c) larva 2 (L2), levemente maior e curvada; (d) larva 3 (L3), alongada com pelos visíveis; (e) larva 4 (L4), com corpo segmentado e cerdas; (f) pupa, de coloração amarelada, com duração de 10 a 14 dias. O ciclo completo leva de 4 a 6 semanas. Fonte: Os autores.​
Figura 8. Fases de vida dos flebotomíneos. O ciclo de desenvolvimento dos flebotomíneos inclui as seguintes fases: ovos (a) – 6 a 17 dias, larva 1 (b) – L1, larva 2 (c) – L2, larva 3 (d) – L3, larva 4 (e) – L4 e pupa (f) – 10 a 14 dias. Fonte: Os autores. Fonte: Os autores
Figura 9. Ovos aderidos no substratoFonte: Fiocruz Minas (colônia IRR).
Imagem microscópica exibindo duas larvas de flebotomíneo em diferentes estágios de desenvolvimento sobre um fundo claro com partículas dispersas. À esquerda, a larva L2 apresenta corpo claro e curvado, com aparência segmentada. À direita, a larva L3 é visivelmente maior, mais desenvolvida e possui estruturas sensoriais longas e delgadas na região cefálica. Ambas estão rodeadas por fragmentos orgânicos escuros e claros.​
Figura 10. Larva L2 (esquerda) e L3 (direita).Fonte: Fiocruz Minas (colônia IRR).
Imagem microscópica em close-up mostrando uma larva de flebotomíneo em estágio avançado, provavelmente L4. A larva apresenta coloração amarelada e corpo segmentado, com uma cabeça escurecida à direita e partes do corpo parcialmente cobertas por resíduos orgânicos. O fundo é claro, com fragmentos escuros dispersos.​
Figura 11. Pupa. Fonte: Fiocruz Minas (colônia IRR).
Fotografia de uma armadilha luminosa instalada em área de mata. A armadilha é composta por uma estrutura cúbica coberta por tecido tipo tule branco, com um tubo central que conecta a parte inferior a um recipiente plástico branco no topo. Acima do recipiente, há uma fonte de luz rodeada por placas verticais com iscas ou refletores. A armadilha está suspensa entre árvores e rodeada por vegetação densa.​
Figura 12. Armadilha luminosa instalada em campo. Fonte: os autores.
Montagem com quatro fotografias ilustrando o processo de alimentação sanguínea de flebotomíneos em hamster. No canto superior esquerdo, um hamster está deitado sobre uma superfície coberta por papel. No canto superior direito, o animal está dentro de uma gaiola cúbica de tule branco, cercado por flebotomíneos. No canto inferior esquerdo, a mesma gaiola aparece parcialmente coberta por um pano preto, reduzindo a luz externa. No canto inferior direito, duas gaiolas semelhantes estão completamente cobertas por tecidos pretos, posicionadas lado a lado sobre uma bancada de laboratório.​
Figura 13. Alimentação sanguínea de flebotomíneos em hamster. Fonte: Fiocruz Minas (colônia IRR).
Montagem com quatro fotografias que ilustram materiais utilizados para o confinamento de flebotomíneos. Na primeira imagem, aparecem quatro potes plásticos transparentes cobertos por tecido de malha fina preso com elástico e um tufo de algodão inserido ao centro da tampa. Na segunda imagem, um pote similar com o tecido já perfurado ao centro. Na terceira, observa-se o interior de um recipiente retangular forrado com papel filtro contendo manchas circulares escuras, indicativas de fezes ou urina dos insetos. Na última imagem, uma caixa plástica translúcida com tampa roxa, utilizada para armazenar ou transportar os potes com flebotomíneos.​
Figura 14 Potes de gesso e caixas usadas para o confinamento de flebotomíneos. Fonte: Fiocruz Minas (colônia IRR).
Pessoa usando jaleco azul e luvas de proteção azul manipula peneiras metálicas finas sobre um recipiente plástico transparente, durante o processo de lavagem de ovos de flebotomíneos. Ao fundo, há outros potes plásticos com tampa e conteúdo úmido, além de frascos de laboratório, um deles com rótulo vermelho indicando “Hipoclorito”.​
Figura 15 Representação da lavagem dos ovos. Fonte: Os autores
Tabela 2. Comparação dos hospedeiros e reservatórios de Leishmaniose Tegumentar e Leishmaniose Visceral. Fonte: Os autores.´A tabela é dividida em duas colunas principais: uma para Leishmaniose Tegumentar e outra para Leishmaniose Visceral.​
										Na linha referente ao ´Principal hospedeiro´, a Leishmaniose Tegumentar apresenta ´Humanos´, enquanto a Leishmaniose Visceral também apresenta ´Humanos´.​
										Na linha ´Principal reservatório´, a Leishmaniose Tegumentar aponta ´Animais silvestres (roedores, tamanduás, preguiças, entre outros)´, e a Leishmaniose Visceral indica ´Cão doméstico´.​
										Na última linha, há uma observação em fundo bege:​
										Na coluna da Leishmaniose Tegumentar: ´Alguns animais domésticos são suspeitos de atuarem como reservatórios secundários´.​
										Na coluna da Leishmaniose Visceral: ´Outros animais, silvestres, sinantrópicos ou domésticos podem atuar como reservatórios (necessário mais estudos)´.​
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Tabela 2. Comparação dos hospedeiros e reservatórios de Leishmaniose Tegumentar e Leishmaniose Visceral. Fonte: Os autores
Importante

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Você sabe como cientistas estudam os vetores em ambientes controlados? Nesta aula, vamos mostrar como colônias de flebotomíneos são mantidas em laboratório, e como isso contribui para o desenvolvimento de estratégias de combate às leishmanioses. Conheça os bastidores da pesquisa!


Com o encerramento deste primeiro módulo, construímos uma base sólida que nos permitirá avançar para o estudo das manifestações clínicas, dos métodos de diagnóstico e das estratégias de manejo da leishmaniose. Compreender a biologia dos parasitos, vetores e ciclos de transmissão nos prepara para interpretar de maneira crítica as apresentações clínicas e os desafios enfrentados no campo da saúde pública. No próximo módulo, mergulharemos nos aspectos clínicos e laboratoriais, aproximando ainda mais o conhecimento teórico da prática real no enfrentamento das leishmanioses.