Módulo 2 | Aula 3 O cuidado e o autocuidado na APS: espaço para a ampliação dos níveis de LS
Atividades
Parabéns! Você chegou ao final do segundo módulo. Antes de seguir em frente, vamos seguir com nosso estudo de caso da equipe da UBS Independência, que você conheceu lá no Módulo 1. Eles finalizaram o planejamento das ações de saúde e estão organizando os recursos e materiais para realizar a primeira delas: o café da manhã na UBS.
Vamos ver o que está acontecendo agora por lá.
Considerando os temas abordados no Módulo 2, responda aos quesitos a seguir:
1. Na ação que está sendo organizada pela equipe da UBS Independência, qual aspecto a torna condizente com o conceito de Promoção da Saúde?
- O fortalecimento do controle dos fatores de risco em nível individual e coletivo a partir de ações de prevenção de doenças.
- A construção de ações que respondam às demandas específicas de prevenção e/ou reabilitação de condições de saúde em determinado território.
- A realização de medidas com único objetivo de evitar que os indivíduos aumentem os sintomas da hipertensão e fiquem doentes.
- Ações de ampliação da consciência sanitária, como por exemplo, direitos e deveres de cidadania, estilos de vida e aspectos comportamentais, capacitando a população para gerir o impacto dos determinantes sociais de saúde.
A Promoção da Saúde, enquanto campo de atuação intersetorial, demanda o reconhecimento dos diversos determinantes sociais de saúde sobre o processo saúde e doença, a fim de que sejam controlados e, assim, contribuam para melhoria das condições de vida e bem-estar. Dessa forma, reconhecer que as condições de vida e trabalho, de moradia, de lazer e outros determinantes exercem influência sobre a saúde ou o adoecimento das pessoas, é fundamental para o protagonismo do indivíduo em relação ao cuidado de si. Por outro lado, medidas que tenham como foco central evitar o aparecimento de doenças por meio do controle de fatores de risco, que estejam direcionadas a evitar uma situação específica de prevenção de determinada doença ou consequência dela (como a necessidade de mudanças de hábitos para prevenir rinite alérgica), ou ações na UBS para prevenção de agravos em situação de hipertensão, caracterizam-se como estratégias de prevenção de doenças ou de reabilitação da saúde, e não propriamente ações de promoção de saúde.
Essa não é a opção mais indicada. As ações de ampliação da consciência sanitária, como por exemplo, direitos e deveres de cidadania, estilos de vida e aspectos comportamentais, capacitando a população para gerir o impacto dos determinantes sociais de saúde, são ações condizentes com os conceitos de Promoção da Saúde.
2. Considerando que a promoção da saúde objetiva educar as pessoas para que elas façam escolhas saudáveis em suas vidas e que a prevenção se concentra em esforços para reduzir o desenvolvimento e a gravidade de doenças, assinale a opção que transformaria o enfoque da ação de saúde planejada, de ação promotora para ação preventiva:
- Convidar para o café da manhã apenas as pessoas com diabetes ou com excesso de peso para discutir sobre prevenção das doenças crônicas.
- Abordar os desafios para mudar hábitos e promover espaço para debates sobre alimentação saudável.
- Em roda de conversas, apresentar os alimentos e sua atual classificação, destacando os do tipo in natura como opções para o consumo.
- Citar alimentos minimamente processados e maneiras de combinação para reduzir seu consumo.
As ações de saúde, quando instigam os indivíduos a refletirem sobre seus modos de viver, alcançam o objetivo inicial que é o olhar para si e identificar recursos para acessar formas de melhorar a qualidade de vida. Nesse sentido, ações que visam direcionar atitudes com o objetivo de controlar uma doença e/ou evitar suas complicações (ex. diabetes mellitus, sobrepeso) caracterizam-se, em termos de classificação, como ações preventivas, enquanto que, aquelas que esclarecem sobre aspectos do cotidiano das pessoas e que podem interferir sobre a saúde destas (ex. consumo excessivo de alimentos processados, pouca aquisição de alimentos in natura) e estimulam mudanças de comportamento a partir desta abordagem, caracterizam-se como ações promotoras de saúde.
Essa não é a opção mais indicada. Convidar para o café da manhã apenas as pessoas com diabetes ou com excesso de peso para discutir sobre prevenção de doenças crônicas é uma ação que muda o enfoque da ação, de promotora da saúde para uma ação preventiva.
3. O cuidado efetuado pelos profissionais de saúde, quando pautado nos princípios do Cuidado Centrado na Pessoa – CCP (assegurar que as pessoas sejam tratadas com dignidade, compaixão e respeito; oferecer o cuidado coordenado e personalizado; e apoiar essas pessoas para que reconheçam e desenvolvam suas próprias aptidões e competências), contribui para o fortalecimento da autonomia e empoderamento do indivíduo. Assinale a opção que contempla princípios do CCP durante o Café com Saúde realizado na UBS Independência:
- Esclarecimentos sobre o valor nutricional dos alimentos consumidos durante a ação de saúde, solicitando que as pessoas ali presentes incluam todos eles na rotina diária.
- Estímulo para que as pessoas relatem quais alimentos costumam consumir nas suas refeições e como podem fazer para elaborar pratos mais saudáveis com os produtos que adquirem.
- Destaque para a ingestão obrigatória de pelo menos dois litros e meio de água por dia para todos os integrantes da família.
- Alerta para a importância do uso de suplementos alimentares na rotina diária da família, atentando para adequar a quantidade de tomadas conforme a idade de cada integrante.
O CCP contribui para que a pessoa se perceba corresponsável pelas mudanças em relação à sua saúde e os incentiva à participação social. Os profissionais, quando realizam a abordagem individual como com grupos favorecem o Cuidado Centrado na Pessoa quando nas “rodas de conversas ou em atividades de educação popular em saúde” criam oportunidades para que as pessoas expressem seus modos de viver, sendo ouvidas com respeito e de forma a reconhecerem suas próprias aptidões e competências, levando em conta suas individualidades. Por isso, estimular que as pessoas se coloquem durante qualquer atividade na unidade de saúde, seja individualmente, em família ou em grupo, é recurso didático eficaz para fortalecer a abordagem do CCP.
Essa ação não contempla os princípios do CCP. Buscar o estímulo para que as pessoas relatem quais alimentos costumam consumir nas suas refeições e como podem fazer para elaborar pratos mais saudáveis com os produtos que adquirem são princípios do CCP.
4. Segundo definição da OMS, o autocuidado refere-se às habilidades de indivíduos, famílias e comunidades, em promover saúde, prevenir doenças, manter a saúde e em lidar com a doença ou a incapacidade com ou sem o suporte de um profissional de saúde (WHO, 2021). Em outras palavras, refere-se à capacidade do próprio indivíduo em realizar ações que visam à preservação de sua saúde, ao seu desenvolvimento e bem-estar (SUPLICI et al., 2021). O autocuidado visa o autogerenciamento da saúde, indo além do que dizer o que se deve fazer em determinado contexto. Os profissionais de saúde podem efetuar o autocuidado apoiado no sentido de contribuir e auxiliar esse autogerenciamento. Assinale a ação utilizada durante o Café com Saúde que melhor estimula o protagonismo do indivíduo (cuidado de si), enquanto agente central do seu processo de cuidado:
- Orientar que as pessoas corrijam sua alimentação, substituindo os alimentos processados pelos in natura.
- Orientar que as pessoas eliminem da dieta o leite e seus derivados e substituam o açúcar pelo adoçante.
- Incentivar a leitura e a busca de conhecimentos sobre a composição dos produtos que costumam comprar, para que saibam o que estão consumindo e conheçam suas contribuições nutricionais.
- Sugerir que as pessoas adotem, para uso individual, uma garrafa de 2 litros de água para garantir que irão ingerir a quantidade correta por dia.
O cuidado de si, enquanto prática que expressa a autonomia do indivíduo, alinha-se com atitudes menos prescritivas e mais apoiadas por parte dos profissionais de saúde. Dessa forma, orientações que enfocam mudanças ditadas (ex. substituir e/ou eliminar alimentos ou seguir estratégias para evitar esquecimento) distanciam-se do objetivo de tornar o indivíduo protagonista do cuidado de si. De modo contrário, orientações que estimulam o acesso e a compreensão da informação correta contribuem para o autocuidado.
Essa não é a melhor opção. Busque incentivar a leitura e a busca de conhecimentos sobre a composição dos produtos que costumam comprar, para que saibam o que estão consumindo e conheçam suas contribuições nutricionais.