Módulo 3
Saberes Indígenas para Promoção da Saúde Mental
Tópico 1: Saberes Populares
Cursista, quando você ouve o termo “Saber Popular” o que vem na
sua
cabeça?
O termo e a sua resposta a essa pergunta foram abordados em algum momento da sua
trajetória acadêmica e/ou profissional?
Para entendermos o que significa o termo saberes tradicionais, é essencial recordar
que os povos indígenas de nosso território possuem conhecimentos e processos
culturais, sociais e históricos diferentes. Contudo, isso não implica que esses
povos sejam excluídos no que tange à educação e à ciência. De fato, os saberes
populares dessas comunidades foram, e ainda são, negligenciados devido aos
preconceitos e ao apagamento que enfrentam. Essa lógica se reflete também nos
espaços de educação e saúde.
Casé Angatu, historiador Tupinambá destaca que:
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Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil/Arquivo
“Nós indígenas temos a educação anterior à própria
educação
escolar indígena. Esse conhecimento que nós temos em nossas
aldeias e nossas comunidades é uma educação ancestral que
vem de nossas origens. Nós respeitamos nossos anciões como
portadores desses saberes, da sabedoria da cura, da manutenção da
natureza e pensar no mundo onde caibam vários mundos.”
Os Saberes Populares Indígenas são contextualizados com seu território, com sua
relação com a natureza, sendo essa uma diferença fundamental entre as suas formas de
conceber os conhecimentos e a maneira ocidental de fazer o mesmo. Mato (2009)
considera o conhecimento ocidental (europeu) mais específico, mais fragmentado,
menos contextualizado, marcado pela pretensa objetividade; já o conhecimento
tradicional indígena é mais contextualizado, tramado nas relações com a sua
territorialidade, na vivência para aprender. Sobre isso, vamos ouvir o que Chapéu
Tupinambá tem a nos dizer:
Livro: “Saúde Mental e Povos Indígenas: Interculturalidade
e Práticas de Cuidado”. Porto Alegre: Editora Rede Unida, 2020.
O livro discute a importância de integrar os saberes tradicionais
indígenas nas práticas de saúde mental e as relações interculturais
entre profissionais de saúde e as comunidades.
Artigo: "A Importância da Ancestralidade no Cuidado em
Saúde Mental nas Comunidades Indígenas". Saúde e
Sociedade, v. 27,
n. 4, 2020.
Um artigo que explora como os aspectos espirituais e ancestrais
influenciam positivamente o cuidado com a saúde mental nas populações
indígenas.
Documentário: "Espiritualidade e Saúde entre os Povos
Indígenas do Brasil". Direção: Renato Terra, 2019.
Este documentário investiga a relação entre espiritualidade, saúde mental
e práticas tradicionais de cura entre diferentes etnias indígenas no
Brasil.
O vídeo aborda a importância dos saberes ancestrais e como eles
influenciam as práticas de saúde mental nas comunidades indígenas.
Créditos
Ministério da Saúde
Alexandre Padilha
Ministro
Fundação Oswaldo Cruz – Fiocruz
Mario Moreira
Presidente
Marly Cruz
Vice-Presidência de Educação, Informação e Comunicação
(VPEIC)
Campus Virtual Fiocruz
Ana Cristina da Matta Furniel
Coordenadora geral
Rosane Mendes
Coordenadora adjunta
Renata Bernardes David
Gerente de produção
Juliana Dutra
Gerente de produção
Cláudia Reis
Assessora pedagógica
Isabela Schincariol
Assessora de comunicação
Coordenação Geral
Kellen Cristina da Silva Gasque
Pesquisadora da Fiocruz Brasília e Coordenadora Geral do
curso de Promoção da Saúde Mental de Jovens Indígenas.
Coordenação Acadêmica
James Ferreira Moura Junior
Doutor em Psicologia pelo Programa de Pós-Graduação em
Psicologia da UFRGS. Mestre e bacharel em Psicologia pela Universidade Federal do
Ceará (UFC). Professor do programa de pós-graduação em Psicologia da UFC.
Conteudistas
Kellen Cristina da Silva Gasque
Pesquisadora da Fiocruz Brasília e Coordenadora Geral do
curso de Promoção da Saúde Mental de Jovens Indígenas.
James Ferreira Moura Junior
Doutor em Psicologia pelo Programa de Pós-Graduação em
Psicologia da UFRGS. Mestre e bacharel em Psicologia pela Universidade Federal do
Ceará (UFC). Professor do programa de pós-graduação em Psicologia da UFC.
Sheryda Januário Lisboa
Psicóloga Clínica CRP 11/19197, Pesquisadora na Rede de
Estudos e Afrontamentos das Pobrezas, Discriminações e Resistências (ReaPODERE)e
Mestranda em Processos Psicossociais e Vulnerabilidades Sociais do Programa de
Pós-Graduação em Psicologia (UFC).
Juliana Murta de Lima
Doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Psicologia da
Universidade Federal do Ceará - UFC, Mestra em Psicologia (UFC), Especialista em
Psicologia Hospitalar, Psicóloga Clínica e Hospitalar - CRP 11/16161.