Curso
Literacia em idadismo estrutural e discriminação por idade
Aula 2 - Impactos das mudanças do século XXI no idadismo
André Luiz da Silva Sobrinho Doutor em Ciências Sociais (PUC-Rio), Mestre em Educação (UFF) e Bacharel em Ciências Sociais (UFRN). Atua como Tecnologista em Saúde Pública na Fiocruz, com experiência em educação, pesquisa e gestão de projetos socioeducativos. Seus temas de interesse incluem juventudes, políticas públicas, gerações, movimentos sociais e saúde coletiva. Daiany Cris Silva Cientista Social (UEM), professora de Sociologia e pesquisadora. Mestre em Ciências Sociais (UEM), atua como discente na rede de educação básica de Roraima e na Agenda Jovem da Fiocruz. Pesquisa geração, gênero, juventude e envelhecimento, com foco em políticas públicas para a população jovem. Dalia Elena Romero Montilla Socióloga (UCAB-Venezuela), mestre em Demografia (Colégio de México) e doutora em Saúde Pública (ENSP/FIOCRUZ). Pesquisadora do LIS/ICICT/Fiocruz, coordena o GISE-FIOCRUZ. Seus temas de interesse incluem envelhecimento, mortalidade e monitoramento de indicadores de saúde. José Luiz Telles de Almeida Médico (UFF), mestre em Saúde Coletiva (UERJ) e doutor em Saúde Pública (ENSP/FIOCRUZ). Pesquisador Titular da Fiocruz, foi Diretor no Ministério da Saúde (2009-2011). Especialista em bioética, envelhecimento e políticas de saúde. Larissa Picinato Mazuchelli Doutora em Linguística (UNICAMP) com pós-doutorado na PUC-SP, pesquisa afasia, envelhecimento e educação linguística. Coordena o GELEP/UNICAMP. Atua no Observatório do Idadismo (UFBA), promovendo formação anti-idadista. Marcus Vinicius Borges Oliveira Doutor em Linguística (UNICAMP), mestre em Letras e fonoaudiólogo (UFBA). Professor da UFBA e do PPG em Educação. Atua no Observatório do Idadismo, pesquisa linguagem, memória, envelhecimento, idadismo, autismo e infância em uma perspectiva histórico-cultural. Nathalia Andrade de Souza Cientista Social (UFRJ), mestre e doutoranda em Informação e Comunicação em Saúde (PPGICS/FIOCRUZ). Pesquisadora do GISE/LIS/ICICT/FIOCRUZ, estuda o cuidado familiar invisibilizado, envelhecimento, idadismo e monitoramento de indicadores de saúde. Tatiana de Lucena Torres Psicóloga, mestre e doutora em Psicologia (UFSC) com pós-doutorado (UFPB). Professora da UFPB e pesquisadora em psicologia social do trabalho, estuda envelhecimento, estereótipos, saúde mental e trabalhos invisibilizados. Integra diversos grupos de pesquisa nacionais e internacionais.
Material complementar Dórea, Egidio Lima. Idadismo: Um mal universal pouco percebido. São Leopoldo, RS: Editora Unisinos, 2021. https://books.google.com.br/books?hl=pt-BR&lr=&id=h8Y5EAAAQBAJ&oi=fnd&pg=PT3&dq=idadismo+brasil&ots=wF6RHmI5Fj&sig=LWvQoBWeMIJXfaeeP8lPZ1M088Q#v=onepage&q=idadismo%20brasil&f=false Romero, Dalia, e Andrade, Nathalia. “Velho, velha? Velha é a discriminação e o idadismo – Pós-tudo”. Radis Comunicação e Saúde (blog), 26 de junho de 2023. https://radis.ensp.fiocruz.br/opiniao/pos-tudo/velho-velha-velha-e-a-discriminacao-e-o-idadismo/ Romero Montilla, D. E., Souza, N. A. de, & Marques, A. P. (2024). Idadismo nos meios de comunicação no contexto da pandemia de covid-19: revisão integrativa. Revista Eletrônica De Comunicação, Informação & Inovação Em Saúde, 18(4), 1002–1019. https://doi.org/10.29397/reciis.v18i4.4031 Torres, Tatiana De Lucena, Brigido Vizeu Camargo, Andréa Barbará Boulsfield, e Antônia Oliveira Silva. “Representações sociais e crenças normativas sobre envelhecimento”. Ciência & Saúde Coletiva 20, n o 12 (dezembro de 2015): 3621–30. https://doi.org/10.1590/1413-812320152012.01042015
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Alexandre PadilhaMinistro
Mario MoreiraPresidente
Cristiani Vieira Machado
Dalia Elena Romero MontillaICICT – Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde
Nathalia Andrade SouzaICICT – Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde
Ana Cristina da Matta FurnielCoordenadora-geral
Rosane MendesCoordenadora-adjunta e Coordenadora da Plataforma Educare
Renata Bernardes DavidCoordenadora de Produção
Juliana DutraRevisora Técnica de Conteúdo
Isabela SchincariolAssessora de Comunicação
Bruno Alexandre de OliveiraDesenvolvedor
Adriano LourençoAnalista de Tecnologias Educacionais
Orlando TerraAnalista de Tecnologias Educacionais
Alessandra SiqueiraDesigner Educacional
Marco MacedoDesigner Gráfico
Lenon SampaioDesenvolvedor
Ana Paula BorgesRevisão Ortográfica
ICICT – Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde
Programa Inova Fiocruz. Edital Inova Educação - Recursos Educacionais Abertos.
Já compreendemos que a idade desempenha um papel importante nas culturas, influenciando normas sociais, expectativas e o status dos indivíduos dentro de uma sociedade. A maneira como as diferentes faixas etárias são vistas e tratadas modifica de acordo com o contexto cultural e histórico, moldando os papéis sociais e as interações entre os indivíduos.
Desde a primeira década dos anos 2000, a condição juvenil vem sendo amplamente estudada e refletida em inúmeros diagnósticos e pesquisas na América Latina. Esses estudos buscam compreender a situação social da juventude e subsidiar políticas públicas voltadas para o grupo dos 15 aos 29 anos, no caso brasileiro. Um dos pressupostos centrais dessas reflexões é que a juventude não pode ser reduzida a uma mera fase transitória para a vida adulta.
As expectativas de autonomia, emancipação e inserção social dos jovens são profundamente influenciadas pelas desigualdades estruturais locais e regionais, o que significa que as trajetórias juvenis são marcadas por uma diversidade de experiências e desafios.
Essa perspectiva nos leva a entender que as formas de existir e acessar oportunidades são heterogêneas entre os jovens, sendo balizadas pelo cenário social e territorial no qual estão inseridos. Fatores como condições materiais, relações de gênero, padrões sexuais e pertencimentos étnico-raciais desempenham um papel essencial na definição das trajetórias juvenis. Temas como saúde, educação, trabalho, cultura, segurança pública, diversidade sexual e participação social e política problematizam as representações correntes sobre o que significa ser jovem na contemporaneidade, destacando as especificidades dos contextos em que esses jovens se desenvolvem.
Iniciativas como a Agenda Jovem Fiocruz têm sido fundamentais para estimular o debate sobre a relação entre a condição juvenil contemporânea e a saúde nos países latino-americanos. Essa plataforma colaborativa da Fiocruz busca produzir insumos conceituais e metodológicos para a formulação de políticas públicas dirigidas à juventude, com enfoque na saúde. Por meio de pesquisas e estudos, temas como violências, acesso a serviços de saúde, efeitos das tecnologias de informação e comunicação, e interseccionalidades de gênero, raça e classe têm sido amplamente discutidos, revelando a complexidade das experiências juvenis.
As reflexões sobre a condição juvenil na América Latina nos ajudam a entender como o idadismo afeta os jovens de maneiras específicas, especialmente em contextos marcados por desigualdades estruturais. A desvalorização da juventude, muitas vezes vista como "inexperiente" ou "imatura", é agravada por fatores como a precarização do trabalho, a falta de acesso à educação de qualidade e a exclusão digital. Ao mesmo tempo, a idealização da juventude como um período de vitalidade e produtividade pode criar expectativas irreais, pressionando os jovens a alcançar o sucesso de forma precoce e exacerbando conflitos intergeracionais.
Vamos entender a seguir com o as mudanças no século XX e XXI impôs desafios para todas as gerações:
Foi marcado por transformações profundas em todos os campos da sociedade e do conhecimento, sendo frequentemente caracterizado como o século das grandes mudanças. Foi a era do automóvel, do átomo, dos antibióticos, da televisão, da internet e de muitas outras inovações que revolucionaram a vida humana. Essas mudanças foram acompanhadas por grandes revoluções sociais, duas guerras mundiais e uma reconfiguração global das relações políticas, econômicas e culturais.
exponencialmente o ritmo das transformações tecnológicas. As pessoas que nasceram neste século, especialmente a partir de 2010, cresceram imersas em redes sociais e tecnologias avançadas de comunicação, impactando não apenas a forma como interagem, mas também como percebem o envelhecimento e as relações intergeracionais. Essas inovações, embora tenham potencial para conectar pessoas, também podem intensificar o idadismo, ao criar formas de exclusão etária.
A rápida obsolescência tecnológica impõe desafios para todas as gerações. Jovens que não dominam as últimas ferramentas digitais podem ser considerados "ultrapassados", enquanto pessoas idosas que não aderem às novas tecnologias são frequentemente vistas como "fora do seu tempo". Isso reforça a ideia de que a idade não é definida apenas pelos anos de vida, mas também pela capacidade de se manter relevante em um mundo em constante transformação.
O artigo de Dalia Romero e Nathalia Andrade, publicado na revista Radis Comunicação e Saúde, apresenta um caso emblemático ocorrido em uma universidade de Bauru, onde uma mulher de 44 anos foi chamada de "velha" por colegas mais jovens, que sugeriram que ela "não deveria mais estar estudando". Esse episódio é um exemplo claro de como o idadismo se manifesta não apenas em relação às pessoas idosas, mas também dentro da juventude, excluindo aqueles que não atendem ao ideal imposto para essa fase da vida. Clique aqui e conheça.
Além disso, o século atual tem sido marcado pela diminuição de oportunidades de empregos formais que garantam estabilidade e aposentadoria futura para os jovens, assim como pelo aumento da idade da aposentadoria, sob o argumento do aumento da expectativa de vida. Essa dinâmica, pautada principalmente pelas estratégias de mercado do modelo neoliberal, cria grande ansiedade, desalento e pressão sobre os jovens, além de impor uma carga excessiva de exigências para as pessoas idosa.
Um estudo realizado com jovens de uma comunidade do Rio de Janeiro revelou que muitos deles percebem o idadismo como uma barreira no acesso ao mercado de trabalho e no reconhecimento de suas vozes em espaços políticos e sociais. Os jovens entrevistados relataram se sentir pressionados a provar constantemente seu valor, seja pela falta de experiência atribuída à sua idade, seja pela necessidade de se manterem atualizados tecnologicamente. Além disso, muitos expressaram preocupação com o futuro, especialmente em relação à aposentadoria e ao cuidado das pessoas idosas em suas famílias.
A preocupação com o futuro é reflexo das mudanças sociais mais amplas, como a redução das taxas de fecundidade e o envelhecimento populacional, que alteraram a estrutura familiar. O tamanho das famílias tem diminuído, e a responsabilidade pelo cuidado das pessoas idosas tem recaído cada vez mais sobre os jovens. Esse cenário não só sobrecarrega os mais novos, como também reduz suas perspectivas de apoio no futuro, já que podem não contar com uma rede familiar ampla para auxiliá-los na velhice.
A imagem a seguir apresenta um mapa visual criado a partir de uma roda de conversa com os jovens, destacando suas percepções, preocupações e desafios em relação ao envelhecimento e às relações intergeracionais em seus territórios.
Fonte: ICICT / Fiocruz
Na imagem é possível observar que:
O conceito de juventude e velhice é, portanto, fluido e socialmente construído. Qualquer pessoa pode ser considerada "velha" dentro de um determinado grupo, dependendo das expectativas e normas sociais daquele contexto. Isso reforça a ideia de que o idadismo não deve ser visto apenas como um problema das pessoas idosas, mas como um fenômeno que afeta todas as gerações.
Para combater o idadismo, é essencial:
Os jovens desempenham um papel central nessa transformação: ao questionar normas, desafiar estereótipos e reivindicar direitos, contribuem ativamente para uma sociedade mais inclusiva, onde todas as gerações possam coexistir com respeito e reconhecimento mútuo.