Reconhecer suas manifestações nas diferentes esferas da
sociedade.
O idadismo é uma forma de discriminação baseada na idade, que afeta,
principalmente, as pessoas
idosas. Ele está presente nas instituições e serviços públicos, no mercado de trabalho, nos meios de
comunicação,
em nossas relações pessoais e até em nossos pensamentos sobre nós mesmos.
Estamos vivendo mais tempo, o que representa uma grande conquista do século XX.
Com
os avanços na saúde,
na ciência e nas condições de vida, é possível chegar a idades mais avançadas com qualidade. No
entanto,
o envelhecimento é frequentemente encarado de forma negativa, como mostram importantes reflexões
sociológicas.
Saiba Mais
O sociólogo Norbert Elias, no livro A Solidão dos Moribundos: Seguido de
Envelhecer
e Morrer,
afirma que envelhecer está associado ao distanciamento social, invisibilidade, luto
e
abandono. Assim,
além das mudanças individuais que o envelhecimento traz, ele também reflete a forma
como
a sociedade se organiza
e enxerga as pessoas idosas.
Neste contexto, é importante diferenciarmos envelhecimento populacional
e
envelhecimento individual para entender
essas questões.
Envelhecimento populacional
Ocorre quando há um aumento
significativo na proporção de pessoas idosas em relação ao total da população. No
Brasil,
como em muitos países, o principal determinante é a diminuição da fecundidade.
Envelhecimento biológico
O envelhecimento biológico é
inevitável e reduz a capacidade funcional do organismo, tornando-o mais vulnerável.
Influenciado
por fatores genéticos e celulares, sobrecarrega os mecanismos de equilíbrio, afetando a
manifestação de doenças, tratamentos e complicações.
Apesar de o envelhecimento ser um processo natural e uma conquista para a sociedade,
ele ainda é visto de forma negativa. Você sabia que, em escala mundial, uma em cada duas pessoas tem
atitudes
em relação às pessoas idosas?
Isso faz do idadismo uma das formas
de preconceito mais comuns no mundo, sendo as pessoas idosas as que mais sofrem com essa realidade.
O que é Idadismo?
Discriminação baseada na idade.
Idadismo
Discriminação baseada na idade.
Nos serviços de saúde, o idadismo pode ter consequências
graves, afetando a qualidade do
atendimento e o acesso a tratamentos adequados.
Essa discriminação traz impactos diretos na saúde física e mental das pessoas idosas, podendo aumentar
sentimentos de solidão,
exclusão social e até mesmo desencadear quadros de depressão e outras doenças.
Dica
Para entender melhor, pense em outros tipos de
discriminação que você já conhece.
O racismo, por exemplo,
por muito tempo foi tolerado em nossa sociedade. Felizmente, hoje, a luta contra o
racismo está presente em nosso dia a dia,
nas leis, nos meios de comunicação e nas políticas públicas. Racismo é crime! Da mesma
forma,
temos o sexismo e o
machismo,
que prejudicam principalmente as mulheres. Esses preconceitos vêm sendo combatidos com
firmeza.
O que é Racismo?
Discriminação pela cor da pele.
O que é Sexismo?
Discriminação baseada no gênero.
Agora, chegou a hora de assumirmos o desafio de enfrentar o idadismo,
tanto em nossas relações pessoais quanto em nossas práticas profissionais.
Viver mais anos é, sem dúvida, uma grande conquista da humanidade. No
entanto, só poderemos celebrar essa vitória quando a longevidade for vivida com plenitude, igualdade e
dignidade. Combater o idadismo é um dos
maiores desafios da atualidade.
Questionamento
Mas será que estamos preparados para esse
desafio?
Conseguimos identificar o idadismo em nossas práticas
cotidianas?
Somente com conhecimento e consciência sobre o idadismo seremos capazes
de
construir uma sociedade mais justa, solidária e amiga de todas as
idades. Antes de falarmos sobre essas consequências, vamos entender melhor como o
idadismo entra em nosso cotidiano. Para isso, convido você a assistir ao vídeo produzido pelo Ministério
dos
Direitos Humanos e Cidadania:
No vídeo, o Secretário Nacional dos Direitos da Pessoa Idosa chama a
atenção
para os 4 Is do Idadismo.
Como vimos, o idadismo se manifesta de várias formas e está presente em
diferentes aspectos de nossa vida cotidiana. Vamos refletir um pouco sobre essas dimensões do idadismo:
Crença de que um grupo é superior a outro (menos valia do outro). Trata-se de um conjunto de
ideias, valores e crenças
que molda a visão de mundo de grupos e indivíduos. Essas ideias, muitas vezes erradas,
influenciam a maneira como vemos
as pessoas idosas e orientam nossas atitudes em relação a elas.
O sistema operacionaliza tal crença. Se as ideias da ideologia não forem questionadas, elas
acabam se tornando parte das
normas institucionais – regras e práticas que as instituições adotam, com
base na crença de que as
pessoas idosas não têm mais valor para a sociedade. Por exemplo, sabemos que muitas pessoas
idosas enfrentam
dificuldades para conseguir um emprego, especialmente aqueles acima de 50 anos, pois as
empresas acabam reproduzindo
esses estereótipos em seus processos seletivos.
Declarações e piadinhas que apequenam o outro e lhes tira a autoestima. Muitas vezes, em
conversas familiares ou entre
amigos, alimentamos essas ideias por meio de piadas, comentários ou atitudes que reforçam
uma visão negativa sobre o
envelhecimento. Esse tipo de comportamento, mesmo que pareça simples ou inofensivo,
contribui para a perpetuação do
idadismo.
A pessoa acaba aceitando que vale menos que as demais, isto é, ocorre quando as próprias
pessoas idosas começam a
acreditar que não têm mais valor ou serventia na sociedade. Isso pode levar ao afastamento
social e ao isolamento, com a
pessoa idosa se retirando para não "dar trabalho" aos outros, o que afeta profundamente sua
autoestima e qualidade de
vida.
Nesta primeira aula, apresentamos o conceito de idadismo. A seguir, vamos conhecer suas origens e as
diferentes formas como ele se manifesta. Vamos aprender a identificar os estereótipos sobre a velhice
(como
pensamos), os preconceitos em relação ao envelhecimento (como nos sentimos) e a discriminação contra as
pessoas idosas (como agimos).