A preservação do congelamento de preços até as eleições de novembro de 1986 garantiu a vitória do PMDB em 22 dos 23 pleitos estaduais. Passadas as eleições, um novo pacote de medidas econômicas foi anunciado, o Plano Cruzado II, e, com ele, uma nova moeda, o cruzado novo.
Planos sucessivos foram lançados nos anos seguintes sem que o governo conseguisse domar a inflação. Ao final do governo Sarney, em março de 1990, a inflação brasileira atingiria o estratosférico índice de 2.751% ao ano.
Se na economia as coisas não iam bem, o processo de redemocratização do país, ao contrário, chegou a bom termo.
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Em 1985, foram eleitos diretamente os prefeitos das capitais – até então indicados pelos governadores. Depois de eliminados os últimos resquícios da ditadura, foi criada, no ano seguinte, uma comissão presidida pelo jurista Afonso Arinos com a missão de elaborar o anteprojeto de uma nova Constituição para o país.
Também em 1986, o povo foi chamado novamente às urnas para eleger os novos governadores, deputados às Assembleias Legislativas estaduais, deputados federais e senadores. Aos deputados e senadores eleitos caberia a tarefa de aprovar a nova Constituição brasileira.
As lideranças do movimento sanitário haviam participado ativamente da campanha das diretas e muitas de suas ideias foram incorporadas ao programa de governo de Tancredo Neves, notadamente a proposta de unificação do sistema de saúde.
José Sarney (1985-1990) a princípio manteve o ministério indicado por Tancredo Neves, o qual refletia uma composição ideológica bastante ampla, que incluía setores do campo progressista.
Representantes do movimento sanitário foram nomeados para cargos importantes na administração federal. Sérgio Arouca, por exemplo, foi indicado para a presidência da Fiocruz e Hésio Cordeiro para a presidência do Inamps.
Outros, ainda, assumiram funções estratégicas nos ministérios da Saúde e da Previdência Social.
A chegada dos sanitaristas a postos de comando na estrutura de governo resultou numa inflexão importante nos rumos da política nacional de saúde. As AIS tornaram-se o centro da política do Inamps.
Até 1987, cerca de 2.500 municípios iriam aderir à proposta e formatar convênios com o órgão. Com as AIS, teve início, efetivamente, o processo de universalização da assistência médica brasileira.
