Unidade 1

Do Império à Primeira República: o surgimento da saúde pública​

Aula 3

Recapitulando...​

Cientistas no Instituto Bacteriológico de São Paulo no início do século XX
A microbiologia invade os laboratórios. Cientistas no Instituto Bacteriológico de São Paulo no início do século XX, vendo-se, em primeiro plano, Adolpho Lutz (ao microscópio), e ao fundo Adolpho Lindemberg, Theodoro Bayma e Carlos Meyer. ​
Fonte: Acervo Museu Emílio Ribas.

Como vimos na aula anterior, em fins do século XIX, o surgimento da microbiologia inaugurou um novo paradigma no campo das ciências biomédicas.​​

Com a descoberta dos microrganismos e a demonstração de sua influência sobre os processos infecciosos, a medicina adquiriu um instrumento mais eficaz de intervenção sobre as principais enfermidades que assolavam os centros urbanos das grandes metrópoles. Em várias partes do mundo, um grupo crescente de médicos e cientistas abraçava com entusiasmo as novas ideias.

Da esquerda para a direita, Adolpho Lutz, Vital Brazil, Emílio Ribas e Oswaldo Cruz.
Da esquerda para a direita, Adolpho Lutz, Vital Brazil, Emílio Ribas e Oswaldo Cruz.​​
Fontes: Acervo Museu Emílio Ribas (Adolpho Lutz) e Acervo COC (Emilio Ribas, Vital Brazil e Oswaldo Cruz).

No Brasil, homens como Adolpho Lutz, Emílio Ribas, Vital Brazil e Oswaldo Cruz ajudavam a propagar as teorias de Pasteur em oposição às concepções que atribuíam aos miasmas ou ao clima a origem das epidemias.

Para eles, a chave do entendimento daquelas patologias estava no laboratório, cabendo ao cientista desvendar, com os instrumentos da medicina experimental, seus agentes causadores e mecanismos de transmissão.​

Ilustração
Os ratos eram os hospedeiros da peste. Campanhas foram feitas para aniquilar com os roedores na cidade.​​​
Fonte: Blog Memória Santista.

Vimos também que, em outubro de 1899, Adolpho Lutz e Vital Brazil haviam sido convocados pelo governo de São Paulo para identificar a origem de uma misteriosa doença que surgiu no porto de Santos, em São Paulo.

O diagnóstico elaborado pelos dois cientistas identificou a doença como peste bubônica, resultado também confirmado por Oswaldo Cruz. Na época, somente o Instituto Pasteur de Paris fabricava o soro e a vacina contra a peste.​

Prédio central do Instituto Butantan, década de 1940.​
Prédio central do Instituto Butantan, década de 1940.​​​​
Fonte: Acervo Instituto Butantan.
Instalações do Instituto Soroterápico Federal em 1903.​
Instalações do Instituto Soroterápico Federal em 1903.​
Fonte: Acervo COC.

As dificuldades para a obtenção da vacina contra a peste levaram os governos paulista e federal à criação de dois laboratórios para a produção do soro antipestoso e de outros imunobiológicos.

Nasciam, assim, o Instituto Butantan, em São Paulo, e o Instituto Soroterápico do Rio de Janeiro, que logo se tornariam dois dos maiores centros de medicina experimental da América Latina.​​

Ilustração
Laboratório principal do Instituto de Manguinhos.
Fonte: Acervo COC.

Já falamos sobre o Instituto Butantan. Agora, vamos estudar o Instituto de Manguinhos, a remodelação urbana do Rio de Janeiro durante a gestão do prefeito Pereira Passos e, articuladas a esta, as ações lideradas por Oswaldo Cruz para debelar os principais flagelos que praticamente todos os anos castigavam a então capital do país.​