Introdução
Antes de começarmos, vamos entender um pouco sobre o comportamento dos mosquitos Aedes e os arbovírus transmitidos transmitidas por eles que constituem graves problemas de saúde pública. Como vocês vêm observando, nessa última década, as consecutivas epidemias de dengue, chikungunya, Zika e a associação entre a infecção e lesões severas do sistema nervoso, como a síndrome congênita do Zika, levaram à declaração de emergência (internacional e nacional) de saúde pública. Do mesmo modo, um dos principais problemas das ferramentas convencionais de controle de Aedes aegypti e Ae. albopictus é a dificuldade em se encontrar e tratar os diferentes tipos de criadouros, acarretando uma baixa cobertura das atividades de controle larvário, seja por métodos mecânicos ou químicos. Essas espécies usam frequentemente criadouros crípticos, ou seja, muito difíceis de se detectar pelos profissionais de campo, ou situados em locais inacessíveis (incluindo prédios fechados).
Apesar da recente inclusão da vacina Qdenga (TAK-003) para dengue no calendário de vacinação, e na ausência de tratamento etiológico específico para as principais arboviroses, bem como as limitações das estratégias convencionais de controle vetorial, o Ministério da Saúde, com o apoio da OPAS, vêm incentivando pesquisas necessárias para o desenvolvimento de novas alternativas para o controle de Aedes.

VOCÊ SABIA?
A primeira Reunião Internacional para Avaliação de Novas Estratégias para o Controle do Aedes aegypti no Brasil ocorreu em 2016, foram recomendadas diferentes estratégias para serem consideradas no contexto das grávidas, para pesquisas estratégicas e para serem inseridas nas diretrizes do Plano Nacional de Controle da Dengue. Neste último contexto, recomendou-se o uso de Estações Disseminadoras de Larvicida (EDL) entre as tecnologias inovadoras para inclusão nas diretrizes do Plano Nacional de Controle da Dengue (SVS–MS 2016), a qual foi sugerida para implementação nos municípios de grande porte com mais de 100.000 habitantes através da Nota Informativa nº 37/2023 e 25/2024 da CGARB/DEDT/SVSA/MS, a partir da estratificação de risco para arboviroses, considerando a situação epidemiológica e entomológica local (SVSA-MS 2023, 2024).
Agora, você irá conhecer as orientações técnicas para a implantação e manutenção de Estações Disseminadoras de Larvicida (EDL) para o controle de Aedes spp., em áreas urbanas, principalmente para o pessoal operacional e de gestão dos programas de prevenção e controle de doenças transmitidas por Aedes, nas diferentes escalas e realidades do Brasil.