O livro didático ainda é o recurso mais utilizado pelos professores da
educação básica, por exemplo, embora não seja o único. O acesso ao livro
didático é um direito do aluno da educação básica no Brasil, garantido
por diversos dispositivos legais, como a Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional (LDB) e vários outros decretos, portarias e resoluções
do Ministério da Educação (MEC). Só em 2019, foram distribuídos mais de
126 milhões de livros didáticos que beneficiaram mais de 35 milhões de
alunos em todo o país, segundo dados do Fundeb. Isso se deve, principalmente, devido às
políticas de distribuição gratuita para escolas públicas conquistadas
pelo Plano Nacional do Livro Didático (PNLD), criado em 1985. (Fonte: e-docente,2019).
Por outro lado, vimos na aula 3 do curso 1 que, apesar dos esforços do
PNLD, voltados para a educação básica no ensino público, o
brasileiro gasta em média até 36,12% do salário anualmente com livro
escolar.
Embora seja uma opção das mais importantes para os alunos e para o
processo de aprendizagem, precisamos estar atentos para as mudanças nas
práticas pedagógicas, nas expectativas dos alunos com as formas de
aprender e para a difusão das tecnologias digitais em sala de aula.
O livro didático é um
material de forte influência na prática de ensino
brasileira. É preciso que os professores estejam atentos à
qualidade, à coerência e a eventuais restrições que
apresentem em relação aos objetivos educacionais propostos.
Além disso, é importante considerar que o livro didático não
deve ser o único material a ser utilizado, pois a variedade
de fontes de informação é que contribuirá para o aluno ter
uma visão ampla do conhecimento.
Fonte: E-docente
Fonte: Adaptado de Freepik
Para Rosa (2018), não se pode desprezar a existência do livro
didático (LD) para os processos relacionados à educação escolar.
“Considero que assumir o LD como elemento central –muitas vezes
único – do currículo não é algo recomendável, pois em relação à
natureza deste recurso, algumas questões relacionadas a seus
problemas metodológicos, de abordagem conceitual ou de
formatação dos conteúdos podem existir e se constituir em
entraves aos processos pedagógicos”.
Portanto, é importante que mesmo após selecionar os livros que
serão utilizados na escola, os professores adaptem os conteúdos
e os conceitos presentes no material para a realidade escolar e
para a filosofia que utiliza no seu processo de
ensino (E-docentes, 2019). Além de considerar todos os
parâmetros
que possam influenciar no aprendizado: localização, situação
social e familiar dos alunos, inclusão digital e vários outros
indicadores que podem interferir na escolha de diferentes
recursos para o aprendizado.
Neste ponto, os REA podem contribuir muito no processo de aprendizagem,
tanto para docentes, como para alunos, em diversos níveis de
escolaridade, com diferentes metodologias e contextos distintos, e
para modalidade presencial, híbrida ou EAD.
De acordo com as premissas adotadas no Manual REA para Educadores, podemos afirmar que
são muitas as maneiras de se propor a utilização dos REA pelos docentes,
tanto em sala de aula, como em materiais didáticos ou adaptando para
novos recursos. Aqui está um resumo de algumas das maneiras pelas quais
os educadores podem usar e promover
REA:
- Adaptar e extender REA
existentes para uma finalidade local;
- Escolher REA como parte das
leituras para apoiar movimento internacional de educação
aberta e recursos de qualidade;
- Publicar materiais como REA,
permitindo acesso público a cursos on-line, depositar
materiais didáticos em repositórios institucionais e/ou
públicos;
- Compartilhar os produtos e
recursos desenvolvidos facilitando o acesso de outras
pessoas e colaborando na adição de mais materiais ou
exemplos;
- Traduzir os recursos
educacionais para outros idiomas.
- Ensinar de maneira a incentivar
os alunos a acessar e produzir REA e avaliar a qualidade dos
recursos on-line;
- Experimentar modelos de
avaliação baseados em pares e mecanismos de classificação de
recursos parecidos com o utilizado em redes sociais (por
exemplo: classificar o trabalho de cada um com base em cinco
estrelas).
Fonte: WikiEducator com adaptação do conteúdo .
Vale ressaltar ainda a importância de se integrar os REA nas
práticas de ensino-aprendizagem, que devem considerar o modelo
pedagógico adotado, os objetivos de aprendizagem, o público-alvo para a
formação específica e os resultados esperados.
Existem algumas etapas para a integração de REA:
1)
Avaliar a validade e a
confiabilidade do REA;
2)
Verificar se o REA se adéqua ao
currículo ou proposta do curso ou
aula a ser construída;
3)
Certificar que o REA está de acordo
com licença
aberta e se é suficiente
para seu objetivo;
4)
Adaptar o conteúdo para seus
objetivos(assumindo que a licença
permita derivativos);
5)
Identificar áreas de localização e
abrangência do recurso (ele se
adéqua a qualquer área geográfica?);
6)
Remixar com outros materiais
educacionais, se aplicável;
7)
Determinar a logística do uso do REA
na aula. Por exemplo, ser
necessário imprimir folhetos para os
alunos ou usar internet;
8)
Criar um método de
avaliação ou averiguar se a
avaliação
atualmente planejada precisa de
ajuste.
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Fonte: Freepik