Aula 4
Workflows abertos
Os métodos de pesquisa compreendem todos os elementos que constituem a base para os resultados de pesquisa. São exemplo disso equipamentos, código, modelos, workflows, e ferramentas que contribuem efetivamente para o desenvolvimento e avanço da ciência.
Nesta aula você poderá:
O que são Workflows Abertos
Um fluxo de trabalho científico é uma série repetível de etapas que transforma informações ou processa dados ou outras informações de alguma forma. Assim, os fluxos de trabalho abertos consistem na comunicação e partilha das metodologias usadas no processo de pesquisa, de forma a fornecer um conhecimento amplo sobre o processo que permita a sua replicação.
Um exemplo de um fluxo de trabalho simples poderia ser:
Como fazer uma torrada v1.0
1
Coloque o pão na torradeira
2
Ligue a torradeira
3
Espere até que o pão esteja suficientemente torrado
4
Remova cuidadosamente a torrada e coloque em um prato
Claro, isso pressupõe que há pão em casa. Poderia ser melhorado com etapas explicando o que fazer se não houver pão (por exemplo, levar dinheiro, ir à loja, comprar pão, voltar para casa) e idealmente isso seria arquivado como outra versão do mesmo fluxo de trabalho ("Como fazer uma torrada v2". 0 ") com metadados explicando as mudanças entre v1.0 e v2.0.
Assim, os métodos de trabalho abertos facilitam a replicabilidade da pesquisa e permitem realizar exatamente o mesmo experimento (pelo menos) duas vezes, coletar os dados da mesma maneira em ambas as ocasiões, realizar a mesma análise de dados e chegar às mesmas conclusões.
Vídeo 6 - 4 Open Science and Research Workflow Legenda
Fonte: NewMedia Centre.
Software aberto/Código aberto
Software de código aberto (OSS) é um tipo de software cujo código-fonte é liberado sob uma licença na qual o detentor dos direitos autorais concede aos usuários os direitos para estudar, alterar e distribuir o software para qualquer pessoa e para qualquer finalidade. O software de código aberto pode ser desenvolvido de maneira pública colaborativa, sendo um dos melhores exemplos de colaboração aberta.
O desenvolvimento de software aberto usualmente tem as seguintes fases:
1
Um indivíduo que sente a necessidade de desenvolver um projeto anuncia a sua intenção publicamente.
2
É escolhido um repositório de código e os desenvolvedores trabalham colaborativamente.
3
É liberada a primeira versão de um programa de código aberto.
4
O código fonte de um projeto maduro é liberado para o público.
5
O público pode contribuir na resolução de problemas ou em novos desenvolvimentos.
Fonte: Wikipedia.
Você pode encontrar aqui uma lista de softwares desenvolvidos e disponibilizados abertamente, servindo diversas finalidades.
À semelhança do que acontece com os dados, é aconselhável estabelecer um plano de gerenciamento de software (software management plan), detalhando aspectos particulares como:
Um bom exemplo deste tipo de plano pode ser encontrado aqui (em inglês)
Em um cenário ideal, no final do projeto, o código e os fluxos de trabalho deverão ser depositados em um repositório digital, com links para publicações e/ ou dados, juntamente com uma cópia do plano de gerenciamento de software (SMP) e README. Os metadados devem permanecer acessíveis mesmo quando o software não estiver mais disponível.
Você deve incentivar a citação de software em documentos e procurar estabelecer links persistentes entre dados, código, publicações e pessoas. Os princípios FAIR, que foram originalmente desenvolvidos para dados de pesquisa, também podem ser aplicados ao software. Concretizando:
Findable (Localizável) | Identificador exclusivo atribuído; descrito com metadados ricos; indexado em recurso pesquisável |
Acessível | Recuperável usando protocolos padrão, abertos e gratuitos; metadados acessíveis mesmo quando o software não está mais disponível |
Interoperável | Linguagem formal, acessível e compartilhada para representação do conhecimento; referências qualificadas para outros metadados |
Reutilizável | Licença clara e acessível; proveniência detalhada; atender aos padrões da comunidade. |
Saiba mais:
Assista ao vídeo abaixo, produzido pela University of Edinburgh: