Ao final desta aula, você será capaz de integrar estratégias de enfrentamento ao idadismo, no contexto do SUS, voltadas para uma relação interpessoal não discriminatória entre usuários, cuidadores, profissionais e gestores de saúde.
Nessa altura do curso, você já sabe o que é o idadismo interpessoal e institucional, porque ele se constitui e como ele se apresenta nos contextos de saúde. Diante disso, talvez permaneça a pergunta:
Como podemos promover os direitos da pessoa idosa no SUS, considerando as relações intergeracionais, o envelhecimento saudável e o enfrentamento ao idadismo? Como é possível implementar algo nesse sentido?
Como dissemos na aula anterior,
defendemos a ideia de que um dos caminhos para a promoção do envelhecimento saudável e
do enfrentamento ao idadismo são as relações intergeracionais mediadas.
A princípio pode
parecer
muito complexo,
provavelmente uma política pública implementada a partir da escuta popular,
da participação das pessoas idosas, órgãos de garantias de direitos, controle social da sociedade
civil
organizada,
programas e fundações de pesquisa sobre envelhecimento, debates e decisões políticas e jurídicas.
Realmente é algo complexo! Muitas dessas ações já estão sendo realizadas hoje mesmo, algumas outras
precisarão
de tempo para se transformarem em realidade. Algumas ações podem ser realizadas por nós, no nosso
cotidiano,
outras precisam ser construídas. Algumas vezes a partir da luta de muitas pessoas e da persistência
na
ideia de que
é possível criar um mundo para todas as idades!
Algumas experiências na Educação ou na
Saúde,
podem exemplificar como concretamente é possível discutir e refletir sobre o idadismo,
a partir de ações coletivas e intergeracionais. Vejamos a seguir alguns relatos de experiências.
Como vimos nos relatos de caso, além da formação profissional, é importante construir espaços de convivência intergeracional que promovam resoluções de conflitos, a dissipação dos estereótipos e uma relação empática que se baseie em experiências concretas. Esses espaços devem ser mediados por educadores, profissionais de saúde, ou outros profissionais que consigam promover espaços de escuta e de fala mútuas, compondo grupos que tenham objetivos em comum, mesmo sendo de idades diferentes!
No módulo 4 deste curso, vocês poderão aprofundar os conhecimentos sobre as relações intergeracionais e sobre as diversas possibilidades de estimular essas relações de forma menos conflituosa e idadista.
O idadismo institucional não se separa do interpessoal, uma vez que as crenças idadistas circulam nas falas, se materializam nos comportamentos discriminatórios das pessoas, se perpetuando e sendo naturalizados pelas regras e normas institucionalizadas. Romper com esse ciclo é essencial! Como vimos até aqui, promover contextos menos idadistas perpassa a ideia da construção de:
Espaços intergeracionais voltados para pacientes, cuidadores ou profissionais, sempre de forma mediada por profissionais da educação ou da saúde; | |
Formação cidadã, desenvolvida com base na prática e nas relações
intergeracionais próximas,
com foco na comunicação e nas relações interpessoais; |
|
Regras e normas institucionais pautadas na legislação vigente, com atenção ao controle social das pessoas idosas e seus cuidadores. |
Ao final desse capítulo, te convidamos a refletir a partir de um jogo muito simples, chama-se evocação livre de palavras, para tanto, gostaríamos que agora, depois da leitura, reflexões e vídeos que você assistiu, você escreva quais as primeiras três palavras que vem na sua cabeça quando você escuta a palavra PESSOA IDOSA?
Esperamos que os estereótipos negativos tenham dado lugar às palavras de mais inclusão e diálogo, mas compreendemos se os estereótipos ainda teimarem em aparecer na mente! A mudança se faz todos os dias, a partir de novas experiências e reflexões, é um caminho que se faz caminhando!
Terminamos essa aula com a provocação da OMS no Relatório Mundial sobre o Idadismo:
“Se os governos, as agências das Nações Unidas, as organizações de desenvolvimento, as organizações da sociedade civil e as instituições acadêmicas e de pesquisa implementarem estratégias efetivas e investirem em mais pesquisas, e as comunidades se unirem ao movimento e desafiarem o idadismo em todas as instâncias, juntos podemos: criar um mundo para todas as idades!”
Organização Mundial da Saúde
A partir da leitura que você fez até aqui e depois de assistir parte da série “Velhices” que comentamos na aula 2 desse módulo, propomos que você tente iniciar um diário, tentando descrever vivências com pessoas idosas. No decorrer da sua vida, como você tem se relacionado com pessoas idosas?