Módulo 3 | Aula 4 Trabalhadoras(es) do sexo e cuidados em saúde

Tópico 3

Saúde sexual, estigma e profissionais do sexo

Não sofrer discriminação e estigma é determinante para a qualidade de vida. Estigma, discriminação e o preconceito contribuem para ampliar a vulnerabilidade de pessoas e grupos sociais aos agravos de saúde, em especial na sua sinergia com outros marcadores sociais de desigualdade, relativos às condições socioeconômicas, ao gênero, à cor/raça, entre outros.

Trabalhadores do sexo, assim como os demais grupos sociais, precisam ter os seus direitos promovidos e garantidos, dentre eles a saúde.

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Os campos políticos – de acesso à saúde dos que exercem o trabalho sexual, compreende reconhecer as interlocuções com os direitos sexuais. Campo que ainda figura entre as dificuldades de debates e pautas nas agendas sejam dos governos, do movimento e ou das relações que estabelecem entre si em seus papéis construtores de políticas públicas.

(OLIVAR, 2018) (Documento Final da Reunião Técnica para ampliação e qualificação das ações da agenda Estratégica para o acesso e cuidado integral das populações-chave em HIV, hepatites virais, coinfecções e outras infecções sexualmente transmissíveis às trabalhadoras do sexo. DIAHV. Prevenção e Articulação Social – Brasília. Março, 2019)
Fotografia colorida do planfleto sobre o Dia Internacional das Prostitutas onde aparece uma mulher vestindo uma camiseta sem mangas branca, short amarelo. Ela tem cabelos curtos e cacheados, usa colar de brincos dourados. No alto do panfleto temos flores ao redor do título. Na parte inferior temos o simbolo so SUS, simbolo do Governo Federal e da campanha de combate ao HIV.
Folheto de campanha que tem o objetivo de reduzir o estigma da prostituição e a associação feita entre as profissionais do sexo e doenças como a Aids.
Foto: Ministério da Saúde / Divulgação

Estigma implica em julgamentos e deduções sobre pessoas ou grupos sociais, desautorizando seus modos de vida. Assim, determinadas características ou práticas sexuais passam a ser consideradas como desviantes e inaceitáveis, tendo em vista códigos morais particulares.

Por exemplo, no caso das profissionais do sexo, a própria palavra puta é aliada a questões morais e estigmatizantes, por vezes considerada um insulto.

Em atenção às mulheres que exercem trabalho sexual, o recorrente estigma no exercício desse trabalho/ocupação se apresenta a partir de intersecções das opressões derivadas do gênero, raça/cor, identidades e condições sociais, de forma a intensificar as barreiras de acesso à saúde para além da saúde sexual, como a saúde materna, mental, o climatério, etc.