Módulo 2 | Aula 1
Pessoas vivendo com HIV/Aids e
pessoas com IST
Introdução
Na Aula 1 do Módulo 1, você viu uma perspectiva que foi popularizada pela literatura sociológica estadunidense por Ervin Goffman na qual pessoas que possuem alguma característica percebida pelos outros como negativa passam a ser vistas como ruins, perigosas e indignas e, portanto, identificadas como pessoas estigmatizadas. Também foi abordado que a escolha de uma determinada marca como incentivadora de atribuições negativas às pessoas estigmatizadas e o significado destas atribuições são mediados por relações de poder, controle e dominação, (re)produzidas nas interações institucionais e interpessoais.
Nesta aula, vamos falar sobre os estigmas às pessoas que vivem com HIV/Aids (PVHA) ou IST. Para melhor compreensão do conteúdo que será abordado aqui, cabe questionar sobre a origem do estigma associado à Aids.
Os primeiros casos de Aids foram identificados em países do hemisfério norte, sendo inicialmente associados aos homossexuais masculinos e, em seguida, aos haitianos, hemofílicos e dependentes de heroína.
A associação dessas populações com práticas sociais consideradas desviantes colaborou para que elas fossem classificadas como “grupo de risco” para a doença. Inicialmente, a Aids foi significada como uma “doença dos outros”; ou seja, uma doença de alguém diferente de mim, um “outro”, aliás, situado socialmente em posição de desvantagem.
A vinculação entre as populações inicialmente afetadas e os processos já existentes de homofobia, marginalização de usuários(as) de drogas, racismo e exclusão social dos haitianos --, somados ao desconhecimento científico e a fatalidade provocada pela nova infecção --, favoreceram a construção do estigma associado à Aids nos Estados Unidos e, de modo similar, em outros países.